{"id":53,"date":"2019-11-12T15:28:44","date_gmt":"2019-11-12T18:28:44","guid":{"rendered":"http:\/\/reproduce.com.br\/?page_id=53"},"modified":"2020-07-31T10:47:26","modified_gmt":"2020-07-31T13:47:26","slug":"endometriose","status":"publish","type":"page","link":"https:\/\/reproduce.com.br\/endometriose\/","title":{"rendered":"Endometriose"},"content":{"rendered":"
A endometriose<\/a> \u00e9 uma doen\u00e7a inflamat\u00f3ria feminina cr\u00f4nica<\/a> que se caracteriza pela presen\u00e7a de tecido semelhante ao endometrial em regi\u00f5es e \u00f3rg\u00e3os fora da cavidade uterina, como ov\u00e1rios, bexiga e intestino. Geralmente \u00e9 associada a dor p\u00e9lvica e infertilidade, embora possa ser assintom\u00e1tica.<\/p>\n Os focos (implantes) da endometriose crescem pela a\u00e7\u00e3o hormonal do estrog\u00eanio, raz\u00e3o pela qual a doen\u00e7a \u00e9 classificada como estrog\u00eanio-dependente, horm\u00f4nio respons\u00e1vel pelo espessamento do endom\u00e9trio, camada interna do \u00fatero.<\/p>\n Esse processo acontece naturalmente durante o ciclo menstrual. Quando a doen\u00e7a est\u00e1 instalada, o estrog\u00eanio tamb\u00e9m estimula o crescimento desse tecido fora da cavidade uterina.<\/p>\n A principal consequ\u00eancia da endometriose \u00e9 a perda da qualidade de vida devido aos sintomas, principalmente dor, que varia de intensidade e piora \u00e0 medida que a doen\u00e7a evolui, podendo levar a uma condi\u00e7\u00e3o incapacitante. Dessa forma, o tratamento tem como objetivo a recupera\u00e7\u00e3o da qualidade de vida e a viabiliza\u00e7\u00e3o da gravidez, caso a mulher deseje ter filhos.<\/p>\n Estima-se que de 10% a 15%<\/a> das mulheres em idade reprodutiva e 70% das mulheres que relatam dor p\u00e9lvica cr\u00f4nica sejam portadoras de endometriose. No entanto, o diagn\u00f3stico pode levar at\u00e9 10 anos para ser conclu\u00eddo, sobretudo por dois motivos: muitas vezes, a mulher identifica alguns sintomas, mas convive com eles e n\u00e3o procura aux\u00edlio m\u00e9dico; em outros casos, o diagn\u00f3stico definitivo da doen\u00e7a necessita de exames espec\u00edficos, como ultrassonografia transvaginal p\u00e9lvica, a resson\u00e2ncia magn\u00e9tica com preparo e direcionamento para a identifica\u00e7\u00e3o da doen\u00e7a, assim como m\u00e3os e olhos treinados para a realiza\u00e7\u00e3o desses exames.<\/p>\n Portanto, \u00e9 fundamental procurar um m\u00e9dico experiente ao notar mudan\u00e7as no corpo. O diagn\u00f3stico precoce de qualquer afec\u00e7\u00e3o aumenta a chance de um bom progn\u00f3stico, ou seja, de uma boa recupera\u00e7\u00e3o.<\/p>\n A endometriose foi descrita pela primeira vez h\u00e1 mais de um s\u00e9culo. No entanto, n\u00e3o h\u00e1 uma teoria \u00fanica que explique o surgimento e o comportamento da doen\u00e7a por suas diferentes formas de manifesta\u00e7\u00e3o. Durante esses anos, foram propostas algumas teorias.<\/p>\n A teoria da menstrua\u00e7\u00e3o retr\u00f3grada prop\u00f5e que parte das c\u00e9lulas (fragmentos) endometriais eliminadas durante a menstrua\u00e7\u00e3o retornam para as tubas uterinas, chegam \u00e0 cavidade abdominal, se instalam nos \u00f3rg\u00e3os e s\u00e3o estimuladas a crescer pela a\u00e7\u00e3o sist\u00eamica do estrog\u00eanio.<\/p>\n No entanto, sabe-se que a grande maioria das mulheres apresenta a menstrua\u00e7\u00e3o retr\u00f3grada, mas nem todas desenvolvem a endometriose, o que sugere a necessidade de outros fatores para que a doen\u00e7a se inicie, como altera\u00e7\u00f5es no sistema imunol\u00f3gico.<\/p>\n \u201cMetaplasia\u201d significa transforma\u00e7\u00e3o. Na metaplasia cel\u00f4mica, h\u00e1 uma transforma\u00e7\u00e3o do tecido cel\u00f4mico, resqu\u00edcio do tecido de origem embrion\u00e1ria, da membrana peritoneal ou da superf\u00edcie dos ov\u00e1rios em tecido endometrial, o qual passa a sofrer a a\u00e7\u00e3o do estrog\u00eanio e a se desenvolver.<\/p>\n Muitas outras teorias foram propostas para tentar explicar todas as localiza\u00e7\u00f5es poss\u00edveis da doen\u00e7a, como a dissemina\u00e7\u00e3o hematog\u00eanica ou linf\u00e1tica, al\u00e9m das quest\u00f5es gen\u00e9ticas e imunol\u00f3gicas, o que poderia justificar por que algumas pacientes desenvolvem a doen\u00e7a enquanto outras n\u00e3o, apesar de a maioria sofrer fatores predisponentes, como a menstrua\u00e7\u00e3o retr\u00f3grada.<\/p>\n Os principais fatores de risco para o surgimento da doen\u00e7a s\u00e3o:<\/p>\n Esses fatores provocam, de modo geral, uma exposi\u00e7\u00e3o prolongada ao estrog\u00eanio, horm\u00f4nio respons\u00e1vel pelo crescimento endometrial, aumentando o risco de surgimento da doen\u00e7a em lugares fora do endom\u00e9trio que tenham a presen\u00e7a de tecido endometrial.<\/p>\n A endometriose \u00e9 uma doen\u00e7a complexa, portanto ao longo dos anos foram propostas diferentes formas de classificar a doen\u00e7a. As principais s\u00e3o a da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM)<\/a> e a baseada em aspectos morfol\u00f3gicos macrosc\u00f3picos da doen\u00e7a.<\/p>\n Para classificar a doen\u00e7a, \u00e9 necess\u00e1rio o diagn\u00f3stico. No caso da endometriose, o padr\u00e3o-ouro de diagn\u00f3stico \u00e9 a laparoscopia, uma cirurgia minimamente invasiva realizada via abdominal que permite a avalia\u00e7\u00e3o dos focos da doen\u00e7a para identificar sua gravidade e localiza\u00e7\u00e3o.<\/p>\n A classifica\u00e7\u00e3o da ASRM \u00e9 feita por um sistema de pontua\u00e7\u00e3o, realizada durante o ato cir\u00fargico, de acordo com algumas caracter\u00edsticas da doen\u00e7a:<\/p>\nCausas<\/h2>\n
Menstrua\u00e7\u00e3o retr\u00f3grada<\/h3>\n
Metaplasia cel\u00f4mica<\/h3>\n
Outras teorias<\/h3>\n
Fatores de risco<\/h2>\n
\n
Classifica\u00e7\u00f5es da endometriose<\/h2>\n
Classifica\u00e7\u00e3o da ASRM<\/h2>\n