{"id":380,"date":"2020-05-22T10:11:52","date_gmt":"2020-05-22T13:11:52","guid":{"rendered":"https:\/\/reproduce.com.br\/?p=380"},"modified":"2020-05-22T10:11:52","modified_gmt":"2020-05-22T13:11:52","slug":"estimulacao-ovariana-como-e-feita-na-reproducao-assistida","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/reproduce.com.br\/estimulacao-ovariana-como-e-feita-na-reproducao-assistida\/","title":{"rendered":"Estimula\u00e7\u00e3o ovariana: como \u00e9 feita na reprodu\u00e7\u00e3o assistida?"},"content":{"rendered":"
O processo de libera\u00e7\u00e3o de \u00f3vulos \u00e9 essencial para a fertilidade da mulher. Afinal, se n\u00e3o h\u00e1 gametas dispon\u00edveis para a fecunda\u00e7\u00e3o, n\u00e3o existe a possibilidade de engravidar.<\/p>\n
Portanto, doen\u00e7as que causam disfun\u00e7\u00f5es ovulat\u00f3rias podem prejudicar a capacidade reprodutiva feminina e, nesse contexto, a estimula\u00e7\u00e3o ovariana<\/a> desempenha um papel fundamental.<\/p>\n Disfun\u00e7\u00f5es ovulat\u00f3rias, ali\u00e1s, est\u00e3o entre as principais causas de infertilidade feminina<\/a> e podem ocorrer como consequ\u00eancia de diversas doen\u00e7as, geralmente relacionadas a altera\u00e7\u00f5es hormonais e ao ciclo menstrual.<\/p>\n Este texto explica o que s\u00e3o dist\u00farbios ovulat\u00f3rios e estimula\u00e7\u00e3o ovariana e esclarece de que maneira o procedimento pode promover uma melhora na fertilidade da mulher, como \u00e9 realizado nos diferentes m\u00e9todos de reprodu\u00e7\u00e3o assistida e riscos associados.<\/p>\n Se voc\u00ea est\u00e1 considerando iniciar um tratamento para infertilidade, acompanhe o artigo e descubra mais sobre essa importante etapa do processo.<\/p>\n <\/p>\n O ciclo menstrual da mulher pode ser dividido em tr\u00eas fases principais. No primeiro per\u00edodo, os fol\u00edculos ovarianos s\u00e3o recrutados para desenvolver alguns \u00f3vulos, sob o est\u00edmulo do FSH (horm\u00f4nio fol\u00edculo-estimulante).<\/p>\n Na etapa seguinte, geralmente o \u00f3vulo que mais amadureceu no per\u00edodo sai do fol\u00edculo, sob est\u00edmulo principal do LH (horm\u00f4nio luteinizante), e se implanta em uma das trompas de Fal\u00f3pio, onde pode ser fecundado por um espermatozoide.<\/p>\n Os resqu\u00edcios do fol\u00edculo dominante, aquele que gerou o \u00f3vulo mais maduro, tornam-se corpo-l\u00fateo na fase seguinte, isto \u00e9, uma estrutura tempor\u00e1ria que libera os horm\u00f4nios progesterona e estrog\u00eanio.<\/p>\n Em cerca de 14 dias, caso a fecunda\u00e7\u00e3o n\u00e3o aconte\u00e7a, o corpo-l\u00fateo come\u00e7a a se degenerar e a menstrua\u00e7\u00e3o tem origem.<\/p>\n No entanto, se houver in\u00edcio de gravidez, devido a import\u00e2ncia do corpo-l\u00fateo para a manuten\u00e7\u00e3o do endom\u00e9trio (camada interna que reveste a parede uterina, na qual o embri\u00e3o se fixa), a estrutura permanece no organismo at\u00e9 que a placenta se forme.<\/p>\n Quando estes processos n\u00e3o acontecem como deveriam, pode-se constatar que a mulher apresente problemas ovulat\u00f3rios, que podem ser causados por altera\u00e7\u00f5es nos n\u00edveis hormonais e ocasionar disfun\u00e7\u00f5es, como ciclos menstruais muito curtos, muitos longos ou mesmo a aus\u00eancia de ovula\u00e7\u00e3o.<\/p>\n Doen\u00e7as como a SOP (s\u00edndrome dos ov\u00e1rios polic\u00edsticos)<\/a>, secre\u00e7\u00e3o inadequada do horm\u00f4nio prolactina, dist\u00farbios da tireoide e at\u00e9 h\u00e1bitos inadequados, como excesso de atividade f\u00edsica ou dist\u00farbios alimentares, como anorexia ou bulimia, podem ser respons\u00e1veis por irregularidades menstruais e, consequentemente, por disfun\u00e7\u00f5es ovulat\u00f3rias.<\/p>\n A estimula\u00e7\u00e3o ovariana ou indu\u00e7\u00e3o \u00e0 ovula\u00e7\u00e3o \u00e9 um procedimento que pode ser realizado em qualquer t\u00e9cnica de reprodu\u00e7\u00e3o assistida com o objetivo de estimular o desenvolvimento e o amadurecimento de um ou mais fol\u00edculos ovarianos para, assim, produzir \u00f3vulos em um ciclo menstrual. Esse resultado eleva as chances de sucesso, devido a maior disponibilidade de gametas para a forma\u00e7\u00e3o de embri\u00f5es com a fecunda\u00e7\u00e3o.<\/p>\n Para atingir esse objetivo, a estimula\u00e7\u00e3o ovariana faz uso de medicamentos hormonais, o que \u00e9 muito importante para a retomada da fertilidade de pacientes com disfun\u00e7\u00f5es ovulat\u00f3rias.<\/p>\n No entanto, a dosagem e a maneira como a indu\u00e7\u00e3o \u00e9 realizada varia de acordo com o m\u00e9todo de reprodu\u00e7\u00e3o assistida utilizado.<\/p>\n Nas t\u00e9cnicas de baixa complexidade, quando a fecunda\u00e7\u00e3o acontece de maneira semelhante \u00e0 natural, nas tubas uterinas, e quando a paciente tem at\u00e9 35 anos, trompas de Fal\u00f3pio saud\u00e1veis e nenhum h\u00e1 fator de infertilidade masculina associado, a necessidade de produzir \u00f3vulos \u00e9 menor.<\/p>\n No entanto, se o problema de infertilidade \u00e9 mais grave, como quando h\u00e1 obstru\u00e7\u00f5es nas tubas uterinas, problemas ovulat\u00f3rios, outros fatores associados ou quando a mulher tem mais de 35 anos, devido \u00e0 redu\u00e7\u00e3o natural da reserva ovariana<\/a>, a estimula\u00e7\u00e3o tem raz\u00e3o de ser mais intensa.<\/p>\n O protocolo da estimula\u00e7\u00e3o ovariana varia, como elucidado, de acordo com a complexidade da t\u00e9cnica de reprodu\u00e7\u00e3o assistida. Na RSP (rela\u00e7\u00e3o sexual programada)<\/a> e na IA (insemina\u00e7\u00e3o artificial)<\/a>, m\u00e9todos mais simples, a indu\u00e7\u00e3o \u00e9 menos intensa, pois o objetivo \u00e9 que os fol\u00edculos produzam de 1 a 3 \u00f3vulos.<\/p>\n Em ambos as t\u00e9cnicas, afinal, a fecunda\u00e7\u00e3o ocorre nas pr\u00f3prias tubas uterinas e, se houverem mais embri\u00f5es gerados, existe um maior risco de gesta\u00e7\u00e3o m\u00faltipla ou gemelar, isto \u00e9, de g\u00eameos, trig\u00eameos, etc.<\/p>\n No entanto, na FIV (fertiliza\u00e7\u00e3o in vitro<\/em>)<\/a>, a fecunda\u00e7\u00e3o ocorre em laborat\u00f3rio e, portanto, o objetivo da estimula\u00e7\u00e3o ovariana \u00e9 coletar o m\u00e1ximo de gametas poss\u00edvel e, por isso, a dosagem \u00e9 maior.<\/p>\n Os embri\u00f5es gerados ser\u00e3o, afinal, transmitidos para o \u00fatero da paciente pela equipe m\u00e9dica e, assim, o controle \u00e9 poss\u00edvel, por meio da sele\u00e7\u00e3o dos melhores \u00f3vulos e embri\u00f5es e do limite na transfer\u00eancia, de acordo com a idade da mulher, conforme recomenda o Conselho Federal de Medicina<\/a>.<\/p>\n Os \u00f3vulos n\u00e3o utilizados em um ciclo podem ser criopreservados<\/a> para, na hip\u00f3tese de insucesso em uma primeira tentativa ou para uma gesta\u00e7\u00e3o futura, serem depois transferidos.<\/p>\n Independentemente da t\u00e9cnica e do protocolo de estimula\u00e7\u00e3o ovariana, no entanto, o acompanhamento \u00e9 parte fundamental do processo, pois permite que a equipe m\u00e9dica, a cada dois ou tr\u00eas dias, identifique por ultrassonografia transvaginal o crescimento dos fol\u00edculos at\u00e9 que atinjam o tamanho ideal.<\/p>\n Assim, \u00e9 poss\u00edvel indicar o melhor per\u00edodo para a rela\u00e7\u00e3o sexual, a insemina\u00e7\u00e3o ou a pun\u00e7\u00e3o folicular, de acordo com o tratamento realizado.<\/p>\n Embora essencial para as t\u00e9cnicas de reprodu\u00e7\u00e3o assistida, a estimula\u00e7\u00e3o ovariana oferece, sim, alguns riscos, embora n\u00e3o se manifestem na maioria dos casos.<\/p>\n A gesta\u00e7\u00e3o gemelar \u00e9 o primeiro risco associ\u00e1vel \u2014 segundo um estudo<\/a> realizado com 139 casais submetidos \u00e0 IA, 12,1% apresentaram gravidez m\u00faltipla \u2014, mas control\u00e1vel por meio do protocolo da indu\u00e7\u00e3o \u00e0 ovula\u00e7\u00e3o, dos limites da transfer\u00eancia embrion\u00e1ria e da utiliza\u00e7\u00e3o de medicamentos hormonais.<\/p>\n Embora seja desej\u00e1vel para alguns casais ter filhos g\u00eameos, trig\u00eameos ou quadrig\u00eameos, como em gesta\u00e7\u00f5es naturais, essas gravidezes exigem uma maior necessidade de cuidados especiais e influencia maiores chances de situa\u00e7\u00f5es indesej\u00e1veis, como morbidade materna e neonatal.<\/p>\n O segundo risco associado \u00e0 estimula\u00e7\u00e3o ovariana \u00e9 a SHO (s\u00edndrome de hiperestimula\u00e7\u00e3o ovariana), quando os ov\u00e1rios respondem demais ao tratamento e continuam a produzir os horm\u00f4nios, mesmo ap\u00f3s cessar o procedimento, o que tamb\u00e9m \u00e9 raro.<\/p>\n Se n\u00e3o identificada e solucionada adequadamente, a s\u00edndrome pode causar at\u00e9 mesmo riscos \u00e0 vida da paciente, al\u00e9m de sintomas que variam de acordo com a gravidade do quadro, como gases, dores abdominais, diarreia, v\u00f4mitos, n\u00e1useas, menor frequ\u00eancia de urina, encurtamento na respira\u00e7\u00e3o, desconfortos no abd\u00f4men e at\u00e9 ganho de peso r\u00e1pido.<\/p>\n Em mulheres em processo de FIV, segundo estudos<\/a>, a s\u00edndrome \u00e9 de moderada a severa em 3,1% a 8% dos ciclos, mas esse percentual pode chegar a 20% se a mulher apresentar alto risco de desenvolver a SHO. Felizmente, com o bom conhecimento atual sobre esta s\u00edndrome, \u00e9 poss\u00edvel evitar os casos graves em quase a sua totalidade.<\/p>\n Ainda assim, alguns ciclos de estimula\u00e7\u00e3o ovariana podem ser cancelados devido aos riscos associados, o que pode ser considerado um risco \u00e0s expectativas e finan\u00e7as da paciente. A criopreserva\u00e7\u00e3o dos embri\u00f5es pode ser uma grande aliada nessas situa\u00e7\u00f5es, controlando o quadro e transferindo os embri\u00f5es em um momento oportuno.<\/p>\n A estimula\u00e7\u00e3o ovariana \u00e9 uma etapa fundamental na reprodu\u00e7\u00e3o assistida. Seu objetivo \u00e9 induzir uma maior produ\u00e7\u00e3o de \u00f3vulos por ciclo menstrual, o que eleva as chances de gravidez. No entanto, \u00e9 preciso adequar a dosagem ao m\u00e9todo de reprodu\u00e7\u00e3o assistida escolhido, a fim de evitar os riscos de, principalmente, gravidez gemelar e da s\u00edndrome de hiperestimula\u00e7\u00e3o ovariana.<\/p>\n Por isso, na RSP e na IA, utiliza-se uma dosagem menor para liberar, no m\u00e1ximo, 3 \u00f3vulos, enquanto na FIV trabalha-se com maiores dosagens, com o objetivo de liberar mais gametas, aumentar a disponibilidade de embri\u00f5es e, assim, de mais oportunidades de ciclos de sucesso.<\/p>\n Voc\u00ea quer saber mais sobre o procedimento e como \u00e9 utilizado em cada m\u00e9todo da reprodu\u00e7\u00e3o assistida? Ent\u00e3o confira a nossa p\u00e1gina sobre estimula\u00e7\u00e3o ovariana<\/a>.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" O processo de libera\u00e7\u00e3o de \u00f3vulos \u00e9 essencial para a fertilidade da mulher. 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O que \u00e9 estimula\u00e7\u00e3o ovariana?<\/h2>\n
Como \u00e9 feita a estimula\u00e7\u00e3o ovariana?<\/h2>\n
Existem riscos associados \u00e0 estimula\u00e7\u00e3o ovariana?<\/h2>\n