{"id":486,"date":"2021-01-18T10:35:54","date_gmt":"2021-01-18T13:35:54","guid":{"rendered":"https:\/\/reproduce.com.br\/?p=486"},"modified":"2021-01-18T10:35:54","modified_gmt":"2021-01-18T13:35:54","slug":"dor-pelvica-pode-indicar-infertilidade-feminina","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/reproduce.com.br\/dor-pelvica-pode-indicar-infertilidade-feminina\/","title":{"rendered":"Dor p\u00e9lvica pode indicar infertilidade feminina?"},"content":{"rendered":"
A pelve \u00e9 a estrutura \u00f3ssea e muscular em torno da bacia, localizada abaixo da regi\u00e3o abdominal, envolvendo os quadris e os \u00f3rg\u00e3os reprodutores. Ela abriga os sistemas reprodutivo, digestivo, urin\u00e1rio e m\u00fasculo esquel\u00e9tico, influenciados diretamente pelo psicol\u00f3gico, neurol\u00f3gico e hormonal.<\/p>\n
Possui uma constitui\u00e7\u00e3o diferenciada entre homens e mulheres. Por exemplo, a estrutura \u00f3ssea dos quadris \u00e9 maior e mais rasa no sexo feminino, em formato oval, semelhante a um cora\u00e7\u00e3o, adequada para o desenvolvimento da gesta\u00e7\u00e3o.<\/p>\n
Dores no assoalho p\u00e9lvico s\u00e3o comuns entre as mulheres, afetando um percentual que varia de 15% a 25%. Embora boa parte delas n\u00e3o investigue as causas, \u00e9 fundamental a observa\u00e7\u00e3o desse sintoma, pois ele pode ser um dos sinais que alertam para a possibilidade de infertilidade<\/a>.<\/p>\n Al\u00e9m disso, quando ocorrem por mais tempo e se tornam cr\u00f4nicas, impactam a qualidade de vida e s\u00e3o associadas ao desenvolvimento de transtornos emocionais como depress\u00e3o, ao afastamento social e queda de produtividade.<\/p>\n Continue a leitura para saber quando a dor p\u00e9lvica pode indicar infertilidade feminina.<\/p>\n A dor p\u00e9lvica \u00e9 um desconforto que ocorre na parte inferior do abdome, como sintoma cont\u00ednuo ou eventual. Pode ser aguda (alta intensidade por curto per\u00edodo de tempo) ou cr\u00f4nica (recorr\u00eancia constante por mais de seis meses).<\/p>\n Em boa parte dos casos indica um dist\u00farbio que afeta o sistema reprodutor feminino, associada ou n\u00e3o a outro sintoma, como maior sensibilidade na regi\u00e3o p\u00e9lvica, sangramento ou secre\u00e7\u00e3o vaginal, dor durante as rela\u00e7\u00f5es sexuais (dispareunia), coceira genital, mic\u00e7\u00e3o urgente e frequente, sangue presente na urina, constipa\u00e7\u00e3o, dor ao urinar e evacuar, febre, n\u00e1usea, v\u00f4mito, sudorese, vertigem, de acordo com a causa que a provocou.<\/p>\n Pode ocorrer em ciclos coordenados com o menstrual: todos os meses, antes e durante o per\u00edodo menstrual, ou durante a ovula\u00e7\u00e3o.<\/p>\n A dor abdominal, por outro lado, \u00e9 a origin\u00e1ria de \u00f3rg\u00e3os localizados dentro da cavidade abdominal: est\u00f4mago, intestino delgado, c\u00f3lon, f\u00edgado, ves\u00edcula biliar e p\u00e2ncreas. Pode n\u00e3o estar relacionada a doen\u00e7as, tendo como causas mais comuns enjoos por ac\u00famulo de gases, constipa\u00e7\u00e3o, alimenta\u00e7\u00e3o excessiva, tens\u00e3o muscular e estresse.<\/p>\n Patologicamente se manifesta quando h\u00e1 de disfun\u00e7\u00f5es, irrita\u00e7\u00f5es ou inflama\u00e7\u00f5es nesses \u00f3rg\u00e3os: tende a ser prolongada por dias ou ocorrer subitamente e pode estar associada a sintomas como febre, n\u00e1usea, v\u00f4mito, diarreia, diminui\u00e7\u00e3o do apetite, incha\u00e7o e\/ou endurecimento da barriga e sensibilidade ao toque.<\/p>\n A dor decorrente de \u00f3rg\u00e3os pr\u00f3ximos, incluindo os localizados na regi\u00e3o p\u00e9lvica, muitas vezes pode ser sentida no abd\u00f4men (dor referida). Por isso, a dor abdominal pode ser ainda um alerta para os problemas de infertilidade.<\/p>\n <\/p>\n A dor p\u00e9lvica \u00e9 um dos principais sintomas de diferentes condi\u00e7\u00f5es que provocam altera\u00e7\u00f5es na capacidade reprodutiva da mulher. \u00c9, por exemplo, o principal sintoma de endometriose<\/a>, considerada, atualmente, a principal causa de infertilidade feminina.<\/p>\n A doen\u00e7a tem como caracter\u00edstica o crescimento de um tecido semelhante ao endom\u00e9trio (que reveste a parte interna do \u00fatero) em locais ect\u00f3picos, incluindo ov\u00e1rios, colo uterino, tubas uterinas, al\u00e9m de outros localizados na pelve, como bexiga e intestino, por exemplo. A dor geralmente \u00e9 em c\u00f3lica do tipo dismenorreia, ou seja, \u00e9 mais severa antes e durante o ciclo menstrual.<\/p>\n Nos est\u00e1gios iniciais o tecido ect\u00f3pico produz citocinas pr\u00f3-inflamat\u00f3rias, que tendem a interferir no desenvolvimento dos fol\u00edculos resultando em problemas de ovula\u00e7\u00e3o ou em m\u00e1 qualidade dos \u00f3vulos.<\/p>\n J\u00e1 nos mais avan\u00e7ados h\u00e1 a forma\u00e7\u00e3o de ader\u00eancias, que podem inibir a libera\u00e7\u00e3o do \u00f3vulo pelos ov\u00e1rios ou a capta\u00e7\u00e3o dele pelas tubas uterinas, assim como causar distor\u00e7\u00f5es na anatomia uterina, dificultando ou impedindo o desenvolvimento da gravidez: \u00e9 nesse est\u00e1gio que a doen\u00e7a resulta em maiores riscos para a fertilidade.<\/p>\n Outra doen\u00e7a, com caracter\u00edstica semelhante, a adenomiose, tamb\u00e9m provoca dor p\u00e9lvica tipo dismenorreia. Na adenomiose, entretanto, o tecido ect\u00f3pico cresce no miom\u00e9trio, camada muscular e intermedi\u00e1ria do \u00fatero e o processo inflamat\u00f3rio leva \u00e0 forma\u00e7\u00e3o de bolsas. Elas causam hipermobilidade uterina irregular, inibindo, assim, o transporte de espermatozoides at\u00e9 as tubas uterinas e a fecunda\u00e7\u00e3o, al\u00e9m de poder deturpar a nida\u00e7\u00e3o.<\/p>\n Veja abaixo outras condi\u00e7\u00f5es que podem causar infertilidade nas quais a dor p\u00e9lvica tipo dismenorreia est\u00e1 entre os principais sintomas:<\/p>\n Outras doen\u00e7as ginecol\u00f3gicas que t\u00eam a dor p\u00e9lvica enquanto sintoma incluem:<\/p>\n Como a dor p\u00e9lvica envolve diferentes \u00f3rg\u00e3os muito pr\u00f3ximos, o diagn\u00f3stico \u00e9 de alta complexidade e prev\u00ea a realiza\u00e7\u00e3o de diversos exames laboratoriais e de imagem para identificar a causa exata.<\/p>\n Inicialmente s\u00e3o avaliados os sintomas associados a ela, assim como alguns aspectos, incluindo periodicidade e intensidade. Posteriormente a paciente \u00e9 submetida ao exame f\u00edsico, que avalia a sensibilidade ao toque, a ocorr\u00eancia de edemas, n\u00f3dulos e secre\u00e7\u00f5es. Em seguida s\u00e3o realizados os exames laboratoriais: avalia\u00e7\u00e3o da reserva ovariana, espermograma, sangue e urina para rastreio de infec\u00e7\u00f5es s\u00e3o alguns exemplos.<\/p>\n J\u00e1 os de imagem normalmente envolvem ultrassonografia transvaginal e abdominal ou resson\u00e2ncia magn\u00e9tica. Essas t\u00e9cnicas possibilitam a detec\u00e7\u00e3o de praticamente todas as patologias que podem afetar a regi\u00e3o. Se for necess\u00e1rio, entretanto, outros exames complementares podem ser solicitados.<\/p>\n A partir dos resultados \u00e9 definido o tratamento mais adequado para cada paciente. Ele pode ser realizado pela administra\u00e7\u00e3o de medicamentos, por cirurgia e por t\u00e9cnicas de reprodu\u00e7\u00e3o assistida, de acordo com a complexidade do problema e do desejo da paciente em engravidar no momento.<\/p>\n Assim, se a mulher pretende engravidar, nos casos em que n\u00e3o h\u00e1 sucesso gestacional ap\u00f3s os procedimentos, ainda h\u00e1 chances pelos tratamentos de reprodu\u00e7\u00e3o assistida. Atualmente s\u00e3o realizados por 3 t\u00e9cnicas: rela\u00e7\u00e3o sexual programada (RSP)<\/a> e insemina\u00e7\u00e3o intrauterina (IIU)<\/a>, consideradas de menor complexidades pois preveem a fecunda\u00e7\u00e3o de forma natural, nas tubas uterinas e fertiliza\u00e7\u00e3o in vitro<\/em> (FIV)<\/a>, de maior complexidade, em que a fecunda\u00e7\u00e3o ocorre de forma artificial, no laborat\u00f3rio.<\/p>\n Elas s\u00e3o indicadas de acordo com as caracter\u00edsticas de cada paciente e, em todas, \u00e9 poss\u00edvel obter a gravidez.<\/p>\nQual a diferen\u00e7a entre dor p\u00e9lvica e dor abdominal?<\/h2>\n
Por que a dor p\u00e9lvica pode indicar infertilidade feminina?<\/h2>\n
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Investiga\u00e7\u00e3o e tratamento da dor p\u00e9lvica<\/h2>\n