Popularmente conhecida como coito programado, essa técnica de reprodução assistida é oficialmente chamada de relação sexual programada (RSP). É o procedimento de menor complexidade da medicina reprodutiva e, por isso, suas indicações são bastante restritas, embora ofereça grandes chances de resultado positivo quando bem indicada.
O coito programado é realizado em poucas etapas, com pouca interferência médica e a fecundação acontece naturalmente nas tubas uterinas. É uma técnica indicada para casos leves de infertilidade feminina, geralmente relacionados a problemas na ovulação.
Para saber o que é e como é feito o procedimento do coito programado, continue lendo este conteúdo.
O coito programado é uma técnica de reprodução assistida de baixa complexidade, que se caracteriza pela identificação do momento de maior fertilidade da mulher, para que o casal possa programar suas relações sexuais para este período.
Todo o procedimento é acompanhado por meio de ultrassonografias, para que seja possível obter informações precisas sobre o ciclo menstrual. Além disso, há uma estimulação ovariana que aumenta as chances de sucesso da fecundação.
Como há pouca intervenção médica e nenhuma manipulação de gametas masculinos, a RSP é indicada em casos bem específicos. A mulher precisa ter idealmente menos de 35 anos, uma boa reserva ovariana e órgãos reprodutores em perfeito estado. O homem não pode apresentar qualquer fator de infertilidade e seu espermograma deve ter bons resultados.
A principal indicação da técnica são os distúrbios ovulatórios. Quando existem outras questões que dificultam a gestação, podem ser indicadas a inseminação artificial ou a fertilização in vitro (FIV). Essas técnicas podem ser sugeridas também quando o coito programado não é bem- sucedido em até 6 ciclos.
Quando bem indicada, a relação sexual programada oferece cerca de 20% de chances de sucesso, valor semelhante a uma gestação natural para casais férteis.
O procedimento do coito programado é simples e feito em poucas etapas. Tem início com a estimulação ovariana, passa pela indução da ovulação, o cálculo do período fértil e as relações sexuais no momento adequado.
A estimulação ovariana é um tratamento hormonal feito com o uso de medicamentos orais ou injetáveis. Seu objetivo é promover o desenvolvimento de um número maior de folículos e, consequentemente, mais óvulos são liberados na ovulação. Ela é realizada em todas as técnicas de reprodução assistida, com pequenas diferenças entre elas.
No caso do coito programado, é utilizada uma dosagem hormonal pequena para que no máximo três óvulos sejam liberados. Como a técnica é indicada para casos de distúrbios ovulatórios, a estimulação é extremamente importante para que a paciente obtenha ao menos um óvulo e a fecundação seja possível.
O medicamento utilizado nessa etapa contém o hormônio FSH, folículo-estimulante. O tratamento dura cerca de 10 dias e a cada dois ou três dias a mulher deve ser submetida a um exame de ultrassonografia.
O acompanhamento é necessário para que o médico possa avaliar se a dosagem hormonal está adequada e para acompanhar o desenvolvimento dos folículos, identificando o momento em que eles alcançam o tamanho adequado para a ovulação.
Nesse momento, outros hormônios são inseridos no tratamento para induzir a ovulação. A partir desses procedimentos, o médico consegue calcular o período em que a mulher alcança seu maior potencial fértil naquele ciclo.
Então, o casal é orientado a praticar relações sexuais nesse período, aumentando as chances de os espermatozoides encontrarem os óvulos nas tubas uterinas. Quando isso acontece, o embrião é formado e transportado até a cavidade uterina, onde deve se fixar no endométrio para iniciar o seu desenvolvimento.
Se o resultado do coito programado for negativo, o casal pode se submeter ao tratamento por mais outros ciclos de acordo com a orientação médica. Quando, ainda assim, não se obtém sucesso, outras técnicas devem ser indicadas.
Nesse caso, é mais comum a indicação da fertilização in vitro (FIV), na qual é feita a estimulação ovariana com uma alta dosagem hormonal para que se obtenha o máximo de óvulos possíveis.
Após a indução da ovulação acontece a coleta dos óvulos, e eles são preparados e selecionados para que apenas os mais saudáveis sejam utilizados. Os espermatozoides também são coletados e a fecundação acontece em laboratório, aumentando as chances de sucesso.
Os embriões formados são transferidos para o útero e também precisam realizar a implantação embrionária para que a gestação se inicie.
A inseminação artificial geralmente não é indicada para casos de insucesso no coito programado, mas pode acontecer em casos muito específicos. A principal diferença entre IA e RSP é o fato de, na inseminação, os espermatozoides serem coletados, preparados e depositados dentro do corpo da mulher.
Essa diferença é extremamente importante em casos de infertilidade masculina leve, mas quando esse problema é identificado não há a indicação inicial para o coito programado.
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