Uma das técnicas complementares à FIV (fertilização in vitro), o hatching assistido é um procedimento que tem como propósito facilitar a implantação de embriões que tenham sua zona pelúcida espessada.
Nos primeiros dias de desenvolvimento o embrião é envolvido por uma película chamada zona pelúcida. Para que a implantação ocorra, ele precisa rompê-la, processo conhecido como eclosão ou hatching.
Embriões de mulheres mais velhas, por exemplo, assim como os que passaram por processo de congelamento e descongelamento, geralmente possuem uma película mais espessa ou endurecida, o que torna mais difícil seu rompimento. O hatching assistido promove um afinamento ou pequenos rompimentos na zona pelúcida, facilitando a eclosão.
No entanto, essa alteração da zona pelúcida raramente interfere na implantação. O hatching assistido é realizado em casos muito raros.
Este texto explica o funcionamento do hatching assistido na FIV, destacando os casos em que a técnica é indicada e os possíveis riscos associados ao procedimento.
Uma matriz acelular composta por proteína, carboidratos e glicoproteínas, a zona pelúcida possui duas funções importantes: durante a fertilização envolver o óvulo e contribuir para promover a fusão com o espermatozoide, garantindo a fecundação; manter o material genético (embrião) compactado durante sua passagem da tuba uterina para o útero. Sem a zona pelúcida, o embrião não teria estrutura e se dissolveria durante esse trajeto.
Ela possui duas camadas, uma externa, mais espessa, e outra interna, mais fina e elástica. Para que a eclosão aconteça, a zona pelúcida naturalmente se reduz sem necessidade de o embrião fazer qualquer tipo de pressão.
A dificuldade de romper a zona pelúcida é um dos fatores de falha de implantação em FIV e em gestação natural, mas é uma situação rara. Por isso, o hatching assistido pode ser realizado se película for mais espessa. O procedimento acontece em laboratório e existem alguns métodos de eclosão.
Embora geralmente a preferência seja pela tecnologia à laser, o processo também pode ser feito por produtos químicos, como o ácido acético, que dissolvem o local, ou mecanicamente, com o auxílio de uma agulha.
Alguns estudos demonstraram que o hatching assistido contribuiu para aumentar as taxas de implantação e gravidez em mulheres acima de 38 anos ou com falha recorrente de implantação, independentemente da idade, e após a transferência de embriões congelados. Entretanto ainda não há consenso na literatura científica comprovando a eficácia da técnica.
O hatching assistido é indicado apenas em alguns casos, ou seja, nem todos os embriões formados precisam ser submetidos ao procedimento.
O procedimento pode ser indicado:
Quando realizado por embriologistas experientes, não existem riscos associados ao hatching assistido. Atualmente, com a técnica a laser, ele não prejudica o embrião e pode melhorar as taxas de sucesso da implantação em alguns casos. A indicação é bastante específica e deve ser estudada caso a caso.
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