A camada interna do útero, chamada de endométrio, está diretamente relacionada ao ciclo menstrual e a implantação do embrião. Algumas doenças podem atingir essa região e afetar a fertilidade feminina, como a endometriose e a endometrite.
No entanto, apesar da semelhança do nome, elas são doenças diferentes. Neste artigo vamos mostrar as principais diferenças entre as duas doenças e como elas se relacionam com a reprodução assistida.
Mas primeiro vamos mostrar um resumo sobre a endometriose e a endometrite. Continue lendo e confira!
A endometriose é uma doença inflamatória crônica definida pela presença de tecido endometrial fora do útero. Ela atinge, principalmente, mulheres em idade reprodutiva.
Ela é classificada em: endometriose peritoneal, ovariana e infiltrativa profunda. A definição depende da profundidade, da localização e da quantidade das lesões e, ainda, do comprometimento dos órgãos afetados.
A endometrite é caracterizada como uma inflamação do endométrio provocada por uma bactéria, que entra no corpo da mulher pela vagina e se aloja no útero.
Ela pode acontecer por diversos motivos, sendo classificada em: endometrite aguda ou crônica. Em geral, os casos agudos são causados por procedimentos invasivos, quando as medidas necessárias de higiene não são tomadas de forma correta. E os casos crônicos ocorrem devido a um processo inflamatório recorrente, principalmente, devido a infecções sexualmente transmissíveis.
Apesar de a endometriose e a endometrite estarem relacionadas ao endométrio, elas são diferentes. De forma geral, as principais diferenças entre elas estão relacionadas a: causas, sintomas e tratamento.
A causa da endometriose ainda está sendo investigada pelos pesquisadores, mas existem algumas teorias. Uma das principais é a menstruação retrógrada, onde parte do tecido endometrial que deveria ser eliminado na menstruação faz o caminho oposto e sobe pelas tubas uterinas. Ela também pode estar relacionada a fatores genéticos e imunológicos.
A endometrite pode ser causada por diversos fatores, como:
Muitos sintomas da endometriose estão relacionados ao ciclo menstrual, sendo mais fortes durante a menstruação. Porém, também existem casos de mulheres com a doença que não apresentam sintomas. Os mais comuns relacionados à endometriose são:
Os sintomas da endometrite não são tão intensos como os da endometriose. Em geral, muito casos crônicos são assintomáticos. Entre os principais sintomas da doença estão:
O tratamento da endometriose depende da vontade da paciente em engravidar naquele momento. Se não for o desejo da mulher ter filhos, ela é tratada com anticoncepcionais orais para regular os níveis hormonais. Caso ela queira engravidar, o tratamento cirúrgico e/ou as terapias de reprodução assistida são as opções.
Para pacientes com endometrite, o tratamento é relativamente simples, sendo realizado por antibióticos. É indicado que a mulher termine o tratamento antes de tentar engravidar para aumentar as chances de sucesso.
Tanto a endometriose, quanto a endometrite podem causar infertilidade feminina, principalmente, devido à falta de tratamento. A infertilidade é causada por fatores diferentes de acordo com a doença.
Uma das consequências da endometriose é a formação de aderências e lesões nos órgãos, afetando processos fundamentais para a gravidez, como a ovulação, a fecundação e a implantação do embrião.
O quadro de inflamação causado pela endometrite prejudica a implantação do embrião no endométrio. Nesses casos, o encontro entre o espermatozoide e o óvulo pode acontecer, porém, o embrião não consegue penetrar no endométrio para dar continuidade ao seu processo de desenvolvimento. Além disso, a falta de tratamento pode provocar o avanço da doença para órgãos próximos, como as tubas uterinas e os ovários.
Nesses casos de infertilidade, os casais podem ter filhos biológicos por meio das técnicas de reprodução assistida. A escolha do método mais adequado também depende de outros fatores, como a idade da paciente, a fertilidade do parceiro e se a mulher possui um histórico de abortamentos, por exemplo.
A técnica com maior taxa de sucesso para pacientes com endometriose ou com endometrite é a FIV (fertilização in vitro). Ela é de alta complexidade, pois a fecundação acontece em um laboratório. Após alguns dias de desenvolvimento, os embriões viáveis são transferidos para o útero da paciente.
A endometriose e a endometrite são doenças que atingem o endométrio e, quando não tratadas, podem afetar a fertilidade feminina. Elas possuem algumas semelhanças, porém, não são iguais. As suas principais diferenças estão relacionadas as causas, sintomas e tratamento. Em caso de infertilidade, a FIV é a técnica de reprodução assistida mais indicada para os casais terem filhos biológicos.
A endometriose é uma das principais causas de infertilidade e, por ser uma doença complexa, ainda é cercada de muitas dúvidas. Para saber mais sobre ela, confira a nossa página dedicada à endometriose!
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