A fertilização in vitro (FIV) é a técnica de reprodução assistida mais complexa da atualidade – e a que tem as melhores taxas de sucesso. Os índices de gravidez, porém, diminuem com a idade, conforme cai a fertilidade das mulheres de maneira geral.
A técnica é dividida em cinco etapas. A primeira delas é a estimulação ovariana e indução da ovulação, quando a mulher utiliza hormônios injetáveis para que os ovários produzam mais óvulos. A evolução dos folículos é acompanhada por meio de ultrassonografias periódicas e, no momento adequado, é administrado outro hormônio para desencadear a ovulação.
Depois disso, vem a segunda fase, que é a punção folicular e coleta dos espermatozoides. No procedimento de punção, o médico aspira os folículos com óvulos maduros com o auxílio de uma agulha. Para isso, a paciente estará anestesiada. Já os espermatozoides são normalmente colhidos por meio da masturbação.
Com os gametas masculinos e femininos em mãos, o laboratório está apto a realizar a terceira fase da técnica, a fertilização propriamente dita. Ela pode ser feita da forma clássica, colocando os espermatozoides e óvulo no mesmo ambiente, ou injetando um espermatozoide diretamente em cada óvulo, técnica chamada de injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI).
A quarta etapa do tratamento é o cultivo embrionário, que pode levar de três a cinco dias. Depois desse período, os embriões estão prontos para serem transferidos ao útero da mulher. Neste artigo vamos explicar como funciona a transferência embrionária, quinta e última etapa da FIV. Continue a leitura para saber mais.
Transferência embrionária nada mais é do que o procedimento em que os embriões resultantes de uma FIV são colocados no útero da mulher, na expectativa de que eles se implantem para que ocorra a gravidez.
O procedimento é muito simples e semelhante a um exame ginecológico habitual. A paciente fica em posição ginecológica para que o médico insira, pelo canal vaginal, um cateter pelo qual serão colocados os embriões. Depois do procedimento, a paciente permanece em repouso por cerca de 20 minutos e então é liberada para manter um repouso em casa. No dia seguinte ela poderá voltar as suas atividades habituais, sendo limitados apenas esforços físicos.
Não é necessário nenhum tipo de anestesia ou sedação, sendo o único preparo beber alguns copos de água antes do procedimento para que a paciente esteja com a bexiga cheia. Isso ajudará a retificar o útero, facilitando a passagem do cateter, além de possibilitar a realização de um ultrassom abdominal que indicará o ponto exato em que o embrião deverá ser colocado.
O número de embriões colocados no útero da paciente em cada transferência depende da idade dela, de acordo com normas definidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Mulheres de até 35 anos podem receber no máximo dois; pacientes de 36 a 39, até três e a partir dos 40 anos é possível transferir até quatro embriões.
Quanto mais embriões forem transferidos, maiores as chances de gravidez, porém maiores também os riscos de uma gestação múltipla. Por isso existem essas limitações, e a quantidade de embriões utilizados deve ser definida em conjunto com o médico.
Existem duas fases de desenvolvimento embrionário em que é possível fazer a transferência: clivagem (D3 ou dia 3) ou blastocisto (D5 ou dia 5). Blastocisto é o estágio em que o embrião se implantaria no útero em uma gravidez natural, e é necessário que ele fique em cultivo em laboratório por cinco dias para chegar nesse momento.
A escolha de transferir os embriões em D3 ou blastocisto depende da estratégia médica. A transferência em blastocisto é considerada mais fisiológica, uma vez que eles estão no momento ideal para a implantação embrionária.
No entanto, a utilização dos embriões em D3 pode ser indicada, por exemplo, em casos em que a FIV resultou em poucos embriões, para maximizar sua probabilidade de sobrevivência, colocando-os no ambiente uterino mais cedo.
De maneira geral, a transferência embrionária é realizada no mesmo ciclo em que foi feita a estimulação ovariana e punção folicular.
No entanto, caso tenham sido gerados embriões sobressalentes ou em algumas situações estratégicas em que se opta por congelar todos os embriões, estes podem ser congelados para transferências futuras ou então para doação a outros casais (sempre de maneira anônima).
Quando a transferência é feita com embriões congelados, é preciso que o endométrio seja preparado para recebê-los, com o uso de medicamentos hormonais a partir dos primeiros dias do ciclo menstrual.
A transferência embrionária é, portanto, uma etapa fundamental para o sucesso de uma FIV, e a estratégia adotada nessa fase pode aumentar as chances de se conseguir uma gravidez. Para saber mais sobre FIV e todas as suas fases, toque aqui.
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