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Pólipos endometriais e infertilidade: há relação?

O útero é o órgão do sistema reprodutor feminino responsável pela menstruação, gestação e parto. Ele é dividido em três camadas de revestimento, desde a mais externa para a mais interna: perimétrio, miométrio e endométrio. O endométrio é o tecido responsável pela fixação do embrião para que ele inicie o seu desenvolvimento e dê continuidade à gestação.

Para que ocorra a gravidez, o endométrio deve estar em boas condições e sem nenhuma alteração, assim como todo o sistema reprodutor feminino. Alterações anatômicas e doenças relacionadas ao tecido podem atrapalhar no processo de reprodução.

Algumas doenças que atingem o endométrio são muito comuns em mulheres com idade reprodutiva, como: endometriose, adenomiose e os pólipos endometriais. Os pólipos endometriais normalmente são benignos e atingem, em sua maioria, mulheres com idade entre 40 e 50 anos. Ainda que afetem mais mulheres no período pré menopausa, os pólipos podem surgir em qualquer idade.

A seguir, saiba mais sobre essa doença e entenda como os pólipos endometriais podem influenciar na infertilidade feminina.

O que é infertilidade feminina?

A infertilidade é um problema que atinge homens e mulheres em idade reprodutiva. É caracterizada por falhas consecutivas ao buscar a gravidez, mesmo após 12 meses de tentativas sem o uso de métodos contraceptivos. Quando a infertilidade conjugal é causada por fatores relacionados à mulher, há o diagnóstico da infertilidade feminina.

Doenças, desequilíbrio hormonal e alterações fisiológicas são alguns dos fatores que influenciam na infertilidade feminina. Para alcançar a tão desejada gravidez, é preciso que os sistema reprodutor esteja em bom funcionamento e seus órgãos estejam saudáveis.

Endometriose, adenomiose, miomas uterinos, síndrome dos ovários policísticos, pólipos endometriais, baixa reserva ovariana, problemas de anovulação, entre outros, podem ser os causadores deste problema que atinge tantas mulheres.

O que são pólipos endometriais?

Os pólipos endometriais são causados pelo crescimento anormal de glândulas endometriais. O pólipo (projeção) é formado na parte interna do útero e na maioria das vezes é benigno.

É um dos maiores causadores de sangramento anormal na pré e pós-menopausa, mas na maioria das vezes pode ser até assintomático, sendo diagnosticado apenas por ultrassonografias realizadas por outros motivos.

Existem alguns fatores de risco que podem contribuir para o desenvolvimento dos pólipos, como a obesidade, uso de estrógenos na reposição hormonal e o uso de medicamentos no tratamento para o câncer de mama.

Os principais sintomas dos pólipos são: o aumento do fluxo menstrual, sangramento após a relação sexual e, em alguns casos, cólicas mais intensas antes e durante o período menstrual.

Os pólipos podem ainda influenciar na fertilidade da mulher, alterando a receptividade endometrial e dificultando a implantação do embrião. Pode causar abortamentos, inflamações intrauterinas e a formação de aderências que afetam o transporte dos espermatozoides até o óvulo.

Eles podem ser diagnosticados através da ultrassonografia transvaginal, que permite determinar o tamanho e a quantidade dos pólipos. Em alguns casos, pode ser necessária a realização da histerossonografia, uma variação da ultrassonografia tradicional que ajuda na confirmação do diagnóstico.

Pólipos endometriais e a infertilidade feminina

Os pólipos endometriais podem causar a infertilidade feminina, dificultar o desenvolvimento do feto e até levar a abortamentos. Quando eles se desenvolvem, podem chegar até a causar a obstrução das tubas e impedir os espermatozoides de chegar até os óvulos, evitando assim a fecundação.

Porém, a principal forma de impedir a fertilidade é por influenciar na receptividade endometrial, condição do endométrio favorável à implantação do embrião durante o processo de reprodução. Quando o embrião não consegue se fixar à camada interna do útero, a gestação não acontece.

Por serem muitas vezes assintomáticos, as mulheres podem descobrir os pólipos apenas quando passarem por uma investigação das causas de infertilidade.

Tratamento dos pólipos endometriais

Quando se encontram em tamanhos menores e não causam sintomas que afetem a qualidade de vida da mulher, os pólipos podem ser apenas observados e monitorados regularmente por ultrassonografias, uma vez que podem retroceder. São prescritos medicamentos hormonais para induzir a uma diminuição do tamanho e quantidade dos pólipos

Porém, em tamanhos maiores e sintomas mais graves, e principalmente quando há o desejo de engravidar, o tratamento ideal é pela intervenção cirúrgica, por histeroscopia. Trata-se de um procedimento pouco invasivo que permite uma visão detalhada dos pólipos para facilitar a sua remoção.

O número de mulheres que alcançam a gravidez após a retirada dos pólipos é considerável, tanto de forma natural como em reprodução assistida. Quando a fertilidade não é recuperada, é possível optar por técnicas de reprodução bastante eficientes.

Reprodução assistida

A medicina reprodutiva tem três técnicas principais: a relação sexual programada (RSP), a inseminação intrauterina (IIU) e a fertilização in vitro (FIV). A RSP e a IIU são de baixa complexidade e a fecundação acontece de forma natural dentro do útero da mulher. Já a FIV é uma técnica de alta complexidade, com ótimos índices de sucesso, no qual todos os procedimentos são realizados em laboratório.

As pacientes são avaliadas de forma individual para possibilitar o tratamento mais adequado em cada situação. Existem várias opções para mulheres com essa doença se manterem saudáveis e alcançarem a tão desejada gravidez.

Se você se interessou por este assunto, leia mais sobre os pólipos endometriais e entenda como eles são formados.

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