A endometriose é uma doença complexa que afeta a qualidade de vida e a fertilidade de, em média, 10% da população feminina brasileira. Apesar do tamanho expressivo, muitas pessoas têm dúvidas sobre as principais características da doença.
O endométrio constitui a camada interna do útero que, ao longo do ciclo menstrual aumenta a sua espessura para receber o embrião. Se a gravidez não acontecer, as paredes descamam e a mulher menstrua, reiniciando o ciclo.
A endometriose é definida pela presença de tecido endometrial fora do útero, formando implantes (focos) que crescem sob o estímulo do estrogênio. Os locais mais atingidos estão próximos ao útero, como ovários e tubas uterinas. Outras áreas menos comuns são o intestino, a bexiga e a parede abdominal.
Neste artigo, vamos mostrar 5 informações sobre a endometriose para esclarecer alguns mitos que rondam a doença.
Boa leitura!
A endometriose é definida como uma doença inflamatória crônica. Até o momento não existe um consenso sobre a sua causa, porém algumas hipóteses são mais aceitas. Uma única teoria não é suficiente para explicar todas as manifestações da doença.
A menstruação retrógrada é uma delas. Em algumas mulheres, fragmentos do endométrio que deveriam ser eliminados na menstruação fazem o caminho inverso e se alocam nas tubas uterinas e na cavidade abdominal.
No entanto, ter a menstruação retrógrada não significa que a mulher também vai desenvolver endometriose. Outros estudos relacionam a endometriose a uma série de fatores genéticos e imunológicos.
Entretanto, sabe-se que a endometriose está diretamente relacionada ao estrogênio, um dos principais hormônios femininos. O tamanho dos focos da doença aumenta conforme o nível hormonal, pois ele é o responsável pelo espessamento do endométrio.
A endometriose é muito conhecida pelas cólicas intensas e pelo aumento do fluxo menstrual. No entanto, para algumas mulheres, a doença é assintomática.
Entre os seus principais sintomas, destacamos:
Os efeitos da endometriose sobre a qualidade de vida da mulher vão além dos sintomas físicos. A intensidade das dores e a dificuldade em engravidar também podem afetar a saúde mental. Muitas mulheres enfrentam quadros de ansiedade e depressão devido à doença.
A endometriose é complexa e difícil de ser diagnosticada, especialmente, nos casos em que ela é assintomática. Nesses casos, ela é identificada apenas durante os exames exploratórios.
Relatos de mulheres que passaram anos com dores incapacitantes ou com dificuldade para engravidar devido à endometriose são comuns. Em muitos casos, o diagnóstico é confirmado 10 anos depois do aparecimento dos primeiros sintomas.
Por meio da descrição dos sintomas e do histórico familiar da paciente, suspeitamos da endometriose. Essa hipótese diagnóstica já permite que o médico tenha as primeiras medidas terapêuticas, pois nem sempre os exames mostrarão a doença nos estágios iniciais.
Os exames mais indicados para confirmar o diagnóstico são: a ultrassonografia transvaginal pélvica e a ressonância magnética.
A ultrassonografia transvaginal pélvica é um dos exames ginecológicos que a mulher deve fazer regularmente. O exame de imagem permite visualizar a presença de cistos, a observação de órgãos grudados, sugerindo as aderências pélvicas e é muito bom para pesquisa da endometriose intestinal, se realizada por ultrassonografista especializado.
A ressonância magnética é um exame que envolve alta tecnologia, possibilitando uma visão mais ampla da pelve e dos focos de acometimento, sendo um exame estratégico principalmente prévio ao tratamento cirúrgico.
O tratamento da endometriose tem dois objetivos: melhorar a qualidade de vida da mulher, por meio do alívio dos sintomas, e possibilitar uma gravidez, caso seja do seu interesse. Até o momento, ainda não existe uma cura definitiva para a doença.
A escolha do tratamento varia de acordo com a gravidade da doença e a intensidade dos sintomas. Caso para mulher não deseje engravidar, o tratamento consiste na administração de anticoncepcional oral ou outros hormônios que bloqueiem a menstruação. Porém, isso pode não ser suficiente.
Quando a paciente não responde de forma adequada ao tratamento com a pílula ou quando deseja engravidar, a cirurgia pode ser indicada. Ela possibilita a retirada dos focos da doença e dos cistos.
Além disso, para as pacientes com infertilidade, as técnicas de reprodução assistida são alternativas cada vez mais procuradas para os casais que desejam ter filhos.
A endometriose é uma doença progressiva que pode causar infertilidade. Com o passar do tempo, ela avança para órgãos próximos, provocando alterações na anatomia da região afetada. A infertilidade também pode estar relacionada a outros fatores além da endometriose, por isso, o parceiro também deve passar por uma investigação de fertilidade.
Entre as técnicas de reprodução assistida mais indicadas para pacientes com endometriose estão: a IA (inseminação artificial) e a FIV (fertilização in vitro). A escolha do melhor tratamento deve ser feita em conjunto com um médico especializado em reprodução assistida, levando em consideração a idade da mulher, a causa da infertilidade, entre outros fatores.
A endometriose é uma doença complexa e, neste artigo, reunimos as informações mais relevantes sobre o tema. Para se aprofundar mais no assunto e conhecer quais sãos os seus fatores de risco e como ela é classificada, leia na nossa página dedicada à endometriose!
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