O ciclo menstrual é um processo pelo qual a mulher passa por diversas transformações em seu corpo, promovidas pelos hormônios a fim de preparar o útero para a chegada do embrião e o desenvolvimento da gestação.
Normalmente tem duração de 28 dias, mas pode variar entre 24 e 38 dias em alguns casos. É controlado pela ação dos hormônios que, além de auxiliar na ovulação, preparam o tecido endometrial para a possível gravidez.
Esse processo acontece baseado em quatro hormônios principais: estrogênio, progesterona, hormônio luteinizante (LH) e hormônio folículo-estimulante (FSH). Durante o ciclo, trabalham para que tudo aconteça de maneira correta e saudável no organismo.
O estrogênio e a progesterona são produzidos nos ovários, já o LH e o FSH pela hipófise. Quando ocorre algum tipo de mudança no corpo, que resulta em desequilíbrio hormonal, o ciclo pode sofrer interferências, causando também a infertilidade feminina.
Na leitura deste texto, entenda como os hormônios atuam no ciclo menstrual e o quanto são importantes para a fertilidade da mulher.
O que é um hormônio e qual sua função no corpo?
Os hormônios são substâncias produzidas pelas glândulas no corpo para equilibrar as funções do organismo. Eles atuam no metabolismo, crescimento, fertilidade e outros aspectos importantes.
Entre as glândulas que trabalham na produção dos hormônios e compõem do sistema endócrino, estão:
Quando esse funcionamento não acontece da maneira correta, ocorre a chamada disfunção hormonal, que pode resultar em algumas complicações para a saúde. É caracterizada pela deficiência nas glândulas e pode afetar, inclusive, a fertilidade.
Como os hormônios atuam no ciclo menstrual?
O ciclo menstrual acontece em três etapas: a fase folicular, ovulatória e lútea. A primeira dura aproximadamente 14 dias e é estimulada pela ação do FSH, que promove o desenvolvimento dos folículos auxiliado pelo LH, estruturas que contém os óvulos.
Os folículos que se desenvolvem passam a liberar estradiol, que atua no espessamento do endométrio, preparando-o para receber o possível embrião após a fecundação.
A segunda fase é a ovulatória, que em um ciclo regular de 28 dias acontece no 14º dia e é quando o folículo se rompe para liberar o óvulo. Esse período dura entre 24 e 36 horas e é o tempo que o espermatozoide tem para fecundar os gametas femininos nas tubas uterinas. Se o embrião é formado, na próxima fase do ciclo ele se dirige ao tecido endometrial e se fixa para iniciar o desenvolvimento do feto. Vale ressaltar que a ovulação varia de acordo com o tamanho do ciclo de cada paciente.
Na terceira fase o corpo-lúteo é formado a partir do folículo que rompeu liberando o óvulo, estrutura que secreta progesterona para promover o espessamento final do endométrio. Quando a fecundação não acontece, o corpo-lúteo se desfaz e ocorre uma queda na concentração dos hormônios.
Essa queda promove a constrição dos vasos do endométrio e a sua descamação, sendo eliminado durante a menstruação.
Qualquer alteração nesses hormônios pode afetar esse processo e ocasionar problemas na fertilidade da mulher. Por isso, é fundamental que o sistema endócrino funcione corretamente.
Qual a importância do ciclo menstrual na reprodução assistida?
Mulheres que possuem o sonho de engravidar e sofrem com problemas de infertilidade, procuram auxílio na medicina reprodutiva. As técnicas de reprodução vêm evoluindo muito ao longo dos anos, sendo as principais: relação sexual programada (RSP), inseminação artificial (IA) e fertilização in vitro (FIV).
Durante o tratamento, o ciclo menstrual pode ser regulado por medicamentos hormonais por meio da estimulação ovariana, procedimento comum a todos os métodos. Esse estímulo é feito para corrigir distúrbios ovulatórios e/ou para promover o desenvolvimento de mais folículos, aumentando a quantidade de óvulos para a fecundação.
Existem técnicas de baixa complexidade como a RSP e a IA em que a dosagem hormonal é menor, pois o óvulo é fecundado de forma natural no corpo da mulher. Sendo assim, não é possível controlar quantos serão fecundados, e o controle hormonal é feito para evitar os riscos de gestação gemelar e complicações para a mãe e o feto.
Já na de alta complexidade, a FIV, a estimulação é feita com uma dosagem hormonal mais alta, pois o objetivo é obter o maior número possível de óvulos. Isso acontece porque a fecundação é feita de forma manipulada em laboratório, o que permite um controle do processo.
Após esse procedimento, outra quantidade de hormônios é administrada para que aconteça a indução da ovulação, liberando os óvulos. A indicação da melhor técnica é feita de acordo com as condições de fertilidade do casal, pois o tratamento busca um atendimento personalizado com mais chances de sucesso no alcance da gravidez.
Mulheres que desejam engravidar devem estar atentas a todas as condições que possam interferir em sua fertilidade. Também é importante entender o ciclo menstrual e saber como calcular o período fértil para aumentar as chances de gravidez. Toque aqui e saiba como é feito o cálculo.
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