Os órgãos do aparelho reprodutor, tanto feminino quanto masculino, são formados ainda durante a gestação. Isso vale também para os órgãos internos, que, no caso da mulher, são o útero, as tubas uterinas e os ovários.
Estes últimos, em sua formação, já contam com os óvulos em seu estágio primário de desenvolvimento, que nessa fase são denominados oócitos. Essa quantidade total de óvulos presentes nos ovários é o que chamamos de reserva ovariana.
Cada um desses oócitos está dentro de um folículo, uma pequena bolsa repleta de líquido. Diferentemente dos homens, que começam a produzir espermatozoides na puberdade e seguem fazendo isso ao longo de toda a sua vida, a mulher não produzirá mais óvulos depois do nascimento. A reserva ovariana, portanto, diminuirá naturalmente ao longo da vida da mulher.
Neste artigo vamos falar sobre a reserva ovariana e sua importância para a fertilidade feminina. Continue a leitura para saber mais.
A reserva ovariana consiste na quantidade de óvulos presentes nos ovários. Esses óvulos se formam ainda quando a menina está no útero da mãe, e não serão mais produzidos após o nascimento. Pelo contrário, a reserva ovariana diminuirá com o tempo.
Quando o feto tem cerca de 20 semanas, ou seja, quando a mãe está grávida de mais ou menos cinco meses, essa menina que está se desenvolvendo tem cerca de 7 milhões de oócitos. Ao nascer, no entanto, esse número já cai para 2 milhões. Essa redução na reserva ovariana é natural, e continuará ocorrendo com o passar dos anos.
Ao atingir a puberdade e ter a menarca (primeira menstruação), a menina tem de 300 mil a 400 mil oócitos. A partir desse momento, começa a idade fértil da mulher, que se estende até por volta dos 50 anos de idade. Durante todo esse período, ela terá ciclos menstruais, em um processo contínuo que inclui a preparação do útero para uma gestação e a liberação de um óvulo para ser fecundado.
Nesse processo, os hormônios agem para que os folículos ─ e os oócitos que estão dentro deles − se desenvolvam. Uma certa quantidade de folículos começa a crescer (estima-se que cerca de 1000 óvulos sejam recrutados), mas em um ciclo apenas um dos óvulos atinge o estágio de maturação necessário para ser fecundado. Esse óvulo é então liberado na tuba uterina adjacente com o objetivo de encontrar um espermatozoide. Dessa forma, a reserva ovariana diminui progressivamente ao longo da vida da mulher, até terminar, na menopausa.
Existem algumas formas de avaliar a reserva ovariana. As principais são:
Além da idade, que é um fator natural de diminuição da reserva ovariana, o número de óvulos pode diminuir por outros problemas, como:
As mulheres com baixa reserva ovariana podem encontrar a solução para a dificuldade de engravidar nas técnicas de reprodução assistida. A mais efetiva – e também mais complexa – delas é a fertilização in vitro (FIV), que prevê a fertilização em laboratório para posterior transferência dos embriões para o útero da mulher.
Assim como as técnicas de baixa complexidade – relação sexual programada (RSP) e inseminação artificial (IA) –, a FIV começa com um tratamento de estimulação ovariana e indução da ovulação. Esse processo tem por objetivo fazer com que a paciente produza mais de um óvulo naquele ciclo menstrual, aumentando as chances de ter pelo menos um gameta saudável para gerar um embrião. Para isso, ela deve administrar hormônios injetáveis, e o médico fará todo o acompanhamento do crescimento dos folículos ovarianos, por meio de exames de ultrassom periódicos.
Quando os óvulos atingem o estágio desejado, a mulher aplicará outro tipo de hormônio, que desencadeará a ovulação. A partir desse momento, na FIV, será agendado um procedimento para retirada dos óvulos maduros, para que eles sejam fertilizados com os espermatozoides do parceiro, em laboratório.
A diminuição da reserva ovariana, portanto, é uma significativa causa de infertilidade, mas que pode ser tratada com o auxílio de técnicas de reprodução assistida. Para saber mais sobre infertilidade feminina, suas causas, sintomas e tratamentos, toque aqui.
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