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Avaliação da reserva ovariana

A avaliação da reserva ovariana tem como propósito determinar o potencial reprodutivo feminino. Diferentes testes podem ser realizados para avaliar a reserva ovariana. São frequentemente solicitados nos tratamentos de reprodução assistida, por exemplo, quando há suspeita de infertilidade causada por distúrbios de ovulação, contribuindo para orientar os protocolos e definir o tratamento mais adequado para cada paciente.

Alterações na reserva ovariana podem ser motivadas por diferentes fatores, incluindo o declínio natural, comum ao envelhecimento, ou condições como a falência ovariana prematura, também conhecida como menopausa precoce, em que há perda da função normal dos ovários antes dos 40 anos.

Entenda como é realizada a avaliação da reserva ovariana neste texto. Ele apresenta os principais testes e a orientação dos resultados diagnósticos nos tratamentos de reprodução assistida.

Como a avaliação da reserva ovariana é realizada?

A ultrassonografia transvaginal é um dos principais instrumentos para avaliar a reserva ovariana: possibilita desde a detecção de folículos menores até a avaliação de critérios como a contagem dos folículos antrais, que armazenam o óvulo primário e têm potencial para ovular. Também define o volume ovariano. Esses são critérios importantes para orientar o tratamento.

Em alguns casos, entretanto, outros testes também podem ser solicitados para complementar o diagnóstico ou como alternativa. Entre eles está a dosagem dos níveis de FSH (hormônio folículo-estimulante), que atua no desenvolvimento e maturação dos folículos ovarianos (foliculogênese). Ele indica resposta ovariana no ciclo em que o teste é realizado.

Vários fatores regulam os níveis de FSH, entre eles a inibina-B, proteína produzida pelas células dos folículos em crescimento, e o estradiol. Por isso, seus níveis também podem ser avaliados: o nível sérico de FSH normal e o de estradiol elevado indicam uma resposta ovariana pobre, enquanto os níveis de inibina-B podem indicar a reserva ovariana antes mesmo que ocorra a elevação do FSH.

Da mesma forma, os níveis de hormônio antimülleriano (AMH) são indicativos da reserva ovariana. Ele é produzido por células da granulosa dos folículos pré-antrais e antrais, ou seja, está presente em todas as fases do desenvolvimento folicular, até a maturação final. Dentre os exames de sangue para essa finalidade, mostra-se o mais eficaz (melhor que o FSH e inibina B).

A biópsia ovariana pode ser solicitada em algumas situações, embora seja um exame mais invasivo e por isso não é indicado. Nesse caso, a reserva ovariana é definida a partir da densidade folicular (quantidade de folículos por unidade de volume de tecido ovariano).

Quando os resultados indicam alterações, elas geralmente são consequência de distúrbios de ovulação, caracterizados por dificuldades no desenvolvimento do folículo e pela falha em liberar o óvulo, levando à ausência de ovulação, condição denominada de anovulação, ou a ovulações deturpadas, como a insuficiência lútea. São considerados uma causa comum de infertilidade feminina e provocados, na maioria dos casos, por irregularidades menstruais, que por sua vez resultam de desequilíbrios hormonais.

Os resultados apontados pelos testes de avaliação da reserva ovariana contribuem para a definição da técnica mais indicada em cada caso e são importantes para a individualização de estratégias de pacientes com diminuição da reserva ovariana ou com resposta ovariana pobre após o tratamento.

Para facilitar a orientação dessas estratégias, em 2016, um grupo formado por especialistas em medicina reprodutiva de sete diferentes países sugeriu alguns critérios. Denominados POSEIDON (oriented strategies encopassing individualized ocyte number ou estratégias individualizadas orientadas de acordo com o número de óvulos), associados aos resultados diagnósticos, contribuem para aumentar as chances de gravidez:

  1. Avaliação da reserva ovariana: quanto menor a reserva ovariana, menor o número de óvulos coletados;
  2. Idade da paciente: o risco de alterações cromossômicas em pacientes com idade avançada é maior do que em pacientes jovens, ainda que possuam a mesma reserva ovariana;
  3. Sensibilidade ovariana às gonadotrofinas: a diminuição da sensibilidade dos ovários, mesmo quando a reserva ovariana é normal, pode levar a uma resposta insatisfatória da medicação utilizada para estimulação ovariana;
  4. Resposta dos ovários à estimulação ovariana: quando a resposta dos ovários é insatisfatória após a estimulação ovariana, mesmo nos casos de mulheres em que uma quantidade intermediária de óvulos foi recuperada, as chances de gravidez são menores, quando comparadas às que obtiveram pelo menos 10 óvulos.

Ou seja, as pacientes incluídas no grupo de risco POSEIDON são as que apresentam baixa reserva ovariana, com menos de 5 folículos antrais, ou reserva ovariana normal e resposta inadequada à estimulação ovariana em um ciclo anterior de tratamento.

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