Responsável por abrigar o embrião – futuramente feto – durante toda a gestação, o útero é formado basicamente por músculos, o que garante a flexibilidade e resistência necessárias para esse fim. Órgão oco de formato que se assemelha a uma pera invertida, ele tem sua parede formada por três camadas: endométrio, miométrio e serosa (perimétrio).
A parte mais interna, o endométrio, é uma mucosa que reveste toda a superfície intracavitária. É ele que cresce durante o ciclo menstrual com o objetivo de se preparar para receber um embrião e começar a gestação. A camada serosa, por sua vez, é o revestimento externo no útero, formado por tecido conjuntivo.
Já o miométrio, camada intermediária da parede uterina, é formado por tecido muscular liso. É a partir desse tecido que se formam os miomas, estruturas benignas que podem prejudicar a fertilidade feminina. Saiba mais neste artigo.
Os miomas são tumores benignos (não cancerosos), que se desenvolvem a partir do tecido muscular liso do miométrio. Não se sabe ao certo por que os miomas surgem, mas existem alguns fatores de risco já conhecidos: o problema é mais comum em mulheres negras, obesas, que tenham tido a menarca (primeira menstruação) até os 10 anos de idade e que tenham tido filhos tarde, além daquelas com hipertensão arterial e histórico familiar da doença.
Os miomas são classificados de acordo com a sua localização, podendo ser:
Na maioria das pacientes (75%) os miomas não causam sintomas. Nos demais casos, podem surgir:
Os sintomas compressivos (causados pela compressão dos miomas sobre outros órgãos da cavidade abdominal), como as dores e sintomas urinários e intestinais, são mais comuns em casos de miomas intramurais e subserosos de grandes volumes. Já as alterações no sangramento uterino, assim como a infertilidade, costumam estar relacionados aos submucosos.
Os miomas estão relacionados a cerca de 5% a 10% dos casos de infertilidade feminina. De maneira geral, a dificuldade em engravidar está relacionada à localização e ao tamanho dos tumores. Os miomas submucosos e os intramurais que se projetam para cavidade uterina, são os que mais causam o problema.
Entre as possíveis razões para que os miomas interfiram na fertilidade da mulher estão:
Existem algumas opções de tratamento para miomas uterinos. As mulheres sem sintomas ou que estão no climatério podem apenas fazer um acompanhamento médico para monitorar a evolução.
Já o tratamento clínico, com análogos agonistas de GnRH (Hormônio liberador de gonadotrofina), entre outras medicações, pode reduzir o tamanho dos tumores e melhorar os sintomas, porém apenas temporariamente. Essas drogas podem ser utilizadas também como tratamento pré-cirúrgico para diminuir o volume dos miomas, melhorando as condições intraoperatórias.
O tratamento mais indicado costuma ser a cirurgia, pois é mais efetivo. As mulheres que já tenham filhos e/ou não queiram engravidar têm como opção a histerectomia (retirada do útero). Já aquelas que buscam uma gestação podem fazer uma miomectomia, ou seja, retirar somente os miomas. Cerca de 70% das mulheres que passam por esse tipo de procedimento conseguem engravidar posteriormente, quando bem selecionadas.
Para aquelas que não tiveram sucesso em conseguir uma gestação mesmo após cirurgia, uma alternativa são as técnicas de reprodução assistida, como a fertilização in vitro (FIV). Como a implantação é uma etapa crucial para o sucesso desse tipo de tratamento, e os miomas tentem a dificultar esse processo, é fundamental que os miomas sejam removidos antes de iniciar os procedimentos.
Na FIV, a mulher primeiro passará por um processo de estimulação ovariana, com o uso de medicamentos hormonais, para que os óvulos maduros sejam retirados e fertilizados em laboratório com o sêmen do parceiro. Depois de alguns dias de cultivo dos embriões in vitro, eles estarão prontos para serem transferidos para o útero da paciente.
A indicação do melhor tratamento para os miomas uterinos, portanto, deve ser feita por um médico após uma avaliação criteriosa, que inclui o desejo da mulher de engravidar, bem como seu estado geral de saúde, idade, entre outros. Para saber mais sobre miomas uterinos, toque aqui.
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