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Miomas uterinos

Miomas uterinos estão entre as patologias femininas mais frequentemente registradas em mulheres na idade reprodutiva. São tumores benignos, que se desenvolvem a partir das células lisas do miométrio, camada muscular do útero.

Existem diferentes tipos de miomas, classificados de acordo com o local de desenvolvimento, o que também interfere nos sintomas provocados por eles.

Quando crescem dentro da cavidade uterina, por exemplo, aumentam o risco de abortamento, da mesma forma que a intensidade dos sintomas pode interferir nas relações pessoais e atividades diárias das mulheres portadoras, comprometendo a qualidade de vida. Até 10% das mulheres com infertilidade têm miomas e muitas vezes eles são a única causa.

Este texto explica os miomas uterinos, destacando os fatores de risco, os tipos de miomas e sintomas manifestados por cada um, métodos diagnósticos e tratamentos indicados.

Fatores de risco para o desenvolvimento de miomas uterinos

Miomas são formados quando uma única célula do miométrio se multiplica e cresce, originando um tumor não canceroso. Embora a causa que estimule esse processo ainda seja desconhecida, ele pode ser estimulado por alguns fatores que já foram bem estabelecidos: genéticos, idade, obesidade e raça.

Mulheres negras, por exemplo, apresentam uma propensão até três vezes maior de desenvolver a doença, assim como as que possuem histórico familiar. A prevalência entre mulheres de 40 anos também é frequentemente registrada por diferentes estudos, enquanto em mulheres obesas, as chances podem ser até 20% maiores.

Da mesma forma, o risco pode ser maior para mulheres que menstruaram precocemente (menarca precoce).

Alguns hábitos, como o consumo de carne vermelha, cafeína e álcool em excesso, também são apontados como fatores de risco.

O crescimento desses tumores é influenciado pelos hormônios femininos, em especial, pelo estrogênio e por este motivo tendem a retroceder após a menopausa.

Conheça os tipos de miomas e saiba qual sintoma cada um manifesta

O principal critério para a classificação dos miomas é a localização, que também interfere nos sintomas e no tamanho que eles podem atingir. Miomas podem ser minúsculos, como uma semente de gergelim, ou atingir dimensões gigantes, ocupando e comprimindo toda a pelve. Eles são classificados em três tipos:

Miomas submucosos

Miomas submucosos crescem no interior da cavidade uterina e manifestam sintomas como aumento importante do fluxo menstrual acompanhado de cólicas severas. Eles podem interferir na implantação do embrião, provocando falhas e consequentemente abortamento espontâneo.

Também são associados a desfechos obstétricos adversos, como parto prematuro, descolamento da placenta e hemorragia pós-parto. Além disso, a perda de sangue excessiva tende ainda a causar anemia.

Miomas intramurais

São classificados como intramurais os miomas que se desenvolvem na parede do útero. Eles variam de tamanhos microscópicos aos de uma laranja. Os sintomas apenas surgem quando atingem dimensões maiores e, como os submucosos, provocam sangramento e cólicas de maior intensidade. Também tendem, nesse caso, a causar falhas na implantação e abortamentos espontâneos ou mesmo problemas na gravidez.

Como têm espaço limitado para o crescimento, podem, ainda, invadir a cavidade abdominal.

Miomas subserosos

A cavidade abdominal é o local de desenvolvimento dos miomas subserosos. Podem atingir grandes dimensões, causando inchaço e a compressão de órgãos vizinhos, como a bexiga e o intestino, podendo provocar micção frequente e constipação.

No entanto, na maioria das vezes, são assintomáticos, ao mesmo tempo que não provocam nenhum tipo de problema para a fertilidade.

Entenda como os miomas são diagnosticados

Miomas são diagnosticados após a realização de exames de imagem, que possibilitam determinar critérios como localização e tamanho, importantes para definição do tratamento mais adequado para cada caso:

Quando os miomas provocam sangramento anormal, é importante a realização de exames de sangue para confirmar se há anemia ou distúrbios hemorrágicos.

Saiba quais são os tratamentos indicados para miomas uterinos

Os resultados diagnósticos contribuem para a definição da melhor abordagem terapêutica, que, além da localização e tamanho, também considera critérios como o grau de severidade dos sintomas e a intenção de engravidar:

Tratamento hormonal: o tratamento hormonal contribui para a redução dos miomas e dos sintomas provocados por eles. Embora seja importante para mulheres que estejam tentando engravidar, quando descontinuado, os miomas tendem a retornar ao tamanho anterior.

Tratamento cirúrgico: a cirurgia é indicada nos casos em que os miomas provocam alteração na cavidade do útero e para mulheres com sintomas mais severos. Conhecida como miomectomia, é atualmente realizada pela vídeo-histeroscopia cirúrgica, um método minimamente invasivo, muito eficaz para os miomas intracavitários.

Já para úteros com múltiplos miomas e para miomas mais externos a técnica deve ser por laparoscopia ou laparotomia, dependendo do tamanho, número de tumores e da experiência da equipe cirúrgica.

A utilização do histeroscópio e transmissão em tempo real facilita a distinção entre o tecido miomatoso fibroso e o miométrio, minimizando o dano às paredes uterinas. Miomas menores podem, inclusive, ser extraídos ainda durante o procedimento diagnóstico. A prática é conhecida como see and treat ou ver e tratar.

Ultrassonografia focada guiada por MRI: neste método, ondas de ultrassom fazem com que o mioma sofra uma necrose coagulante. Técnica promissora, porém ainda em fase experimental.

Embolização da artéria uterina: a embolização da artéria uterina é um procedimento que prevê injeção de substâncias para obstruir o fluxo sanguíneo, causando, consequentemente, a redução dos miomas. Ainda não é uma técnica bem estabelecida e recomendada para os casos de infertilidade, devendo ser deixada como última opção caso haja o desejo reprodutivo.

Histerectomia: a histerectomia, cirurgia para a retirada total ou parcial do útero, é indicada para mulheres com sintomas graves que não desejam mais engravidar.

Em mulheres que não apresentam nenhum sintoma, a indicação é a de que os miomas sejam apenas observados periodicamente.

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