A infertilidade é um problema que atinge homens e mulheres em todo o mundo. Ela é diagnosticada quando o casal passa mais de 12 meses tentando engravidar sem usar qualquer método contraceptivo e não obtém sucesso.
Algumas doenças e alterações no sistema reprodutor são responsáveis pela infertilidade feminina, e aliadas a outros fatores dificultam esse processo para mulheres que desejam ser mães.
Dentre as principais causas da infertilidade feminina, estão doenças como a endometriose, endometriomas, infecção por clamídia, síndrome dos ovários policísticos, distúrbios hormonais, entre outros aspectos como a obstrução das trompas e problemas com o formato do útero (exemplo: útero bicorno).
Aos primeiros sinais de problemas, principalmente ao notar a dificuldade para engravidar, a mulher deve procurar auxílio médico para realizar o tratamento adequado. Em alguns casos, elas podem optar pelo tratamento de reprodução assistida que possui técnicas muito eficientes.
A seguir, saiba mais sobre a relação entre endometriose e os endometriomas e como eles influenciam na fertilidade da mulher.
A endometriose é caracterizada por uma doença inflamatória crônica em que um tecido semelhante ao endometrial é encontrado em órgãos da cavidade uterina, como ovários, bexiga, intestino e regiões próximas.
O útero é composto por três camadas de tecidos, sendo:
Quando o endométrio cresce em outras regiões do corpo, pode causar dores durante o período menstrual, nas relações sexuais e até a infertilidade. É um problema muito comum em mulheres com idade reprodutiva, principalmente quando há outros casos na família.
A endometriose é considerada uma doença estrogênio-dependente, pois seus focos crescem devido a ação hormonal do estrogênio no corpo, já que ele é o responsável pelo espessamento do endométrio.
Não existem causas claras para a endometriose, mas são apontados alguns fatores que podem influenciar nesse problema:
Alguns fatores podem aumentar os riscos de desenvolvimento da doença como: início precoce da menstruação, ciclos muito frequentes, não ter tido filhos, longa distância entre gestações, fatores genéticos e anormalidades no útero.
O principal sintoma da endometriose é a dor pélvica, muitas vezes incapacitante e de forma crônica. A infertilidade também está associada a esta doença, mas existem outros sintomas que podem indicar este problema:
Os sintomas da endometriose podem ser facilmente confundidos com os de outras doenças, por isso é essencial procurar ajuda médica logo que identificar os primeiros sinais para que possa ser realizada uma investigação mais detalhada.
A endometriose pode ser classificada em três tipos: peritoneal, ovariana (endometriomas) e profunda. Essa classificação é feita de acordo com seus aspectos morfológicos.
A endometriose peritoneal é encontrada quando o tecido endometrial é identificado no peritônio (membrana de revestimento das paredes do abdômen e de alguns órgãos). Isso ocorre quando a infiltração atinge menos que 5 mm.
A endometriose ovariana ocorre quando surgem cistos, também conhecidos como endometriomas, em um ou ambos os ovários. Esses cistos são preenchidos com um líquido escuro decorrente de um processo de sangramento e acúmulo deste sangue envelhecido nessas bolsas.
Não existe uma causa comprovada para a formação dos endometriomas, mas acredita-se que ocorrem devido a uma invaginação do foco endometriótico ou após o sangramento de um foco dentro do cisto ovariano.
Já a endometriose profunda, é diagnosticada quando os focos possuem profundidade superior a 5mm e é considerada a forma mais grave da doença. Geralmente possui mais focos, atinge outros órgãos como a vagina, o reto, a bexiga e o ureteres e é comumente mais extensa.
Não são todas as mulheres com endometriose que apresentam dificuldades para engravidar. A doença pode não impossibilitar a gravidez, mas na maioria dos casos pode gerar uma dificuldade devido às obstruções encontradas na cavidade pélvica.
Como a endometriose tende a piorar com o tempo, é indicado que a mulher que deseja ter filhos o faça sem muita demora. A gravidez pode até melhorar a endometriose e amenizar alguns sintomas, porém não pode curá-la.
Durante as primeiras semanas de gravidez, a mulher com endometriose pode necessitar de uma suplementação de progesterona, já que possui maior risco de uma falha do corpo-lúteo, denominada insuficiência lútea, diminuindo dessa maneira os riscos de um aborto. Não existem riscos de malformações do feto relacionados diretamente à endometriose.
O tratamento para a endometriose e os endometriomas pode ser feito com o uso de medicamentos hormonais ou por meio de cirurgia. Os fatores que influenciam na escolha são: localização dos focos da doença, gravidade e se existe o desejo de engravidar.
Geralmente são indicados para mulheres que não desejam engravidar o tratamento por medicamentos hormonais. São ministrados anti-inflamatórios associados a anticoncepcionais com estrogênio e progesterona ou somente progesterona. Isso faz com que a produção hormonal dos ovários diminua e suprima o desenvolvimento da endometriose.
Para mulheres que desejam engravidar, são indicados dois tipos de tratamentos: a remoção cirúrgica e a reprodução assistida. Antes de escolher o mais adequado, são avaliados fatores como: a idade da mulher, presença de dor, condição das tubas uterinas e se existem fatores de infertilidade masculina associados.
A remoção cirúrgica é feita por laparoscopia, no qual os focos da doença são retirados e aderências são destruídas para que seja recuperada a função e forma anatômica dos órgãos.
A outra forma de tratamento para mulheres que desejam engravidar é pela reprodução assistida. Ela conta com três técnicas principais que auxiliam nesse processo: relação sexual programada (RSP), inseminação artificial (IA) e a fertilização in vitro (FIV).
Se você gostou deste texto, leia também em nosso site sobre a endometriose e como ela pode se desenvolver.
Deixe o seu comentário: