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Cirurgia de endometrioma: quando fazer?

O endométrio é um tecido que sofre variações de espessura de acordo com o ciclo menstrual, influenciado pela liberação natural de hormônios, sendo o estrogênio o principal determinante dessas variações.

Este tecido reveste a camada mais interna do útero e é responsável por abrigar e nutrir o embrião até a formação da placenta. Durante a alta produção de estrogênio, ele cresce e engrossa com esse objetivo. Caso a concepção não ocorra, os níveis hormonais diminuem, o endométrio afina e descama originando a menstruação.

Em algumas mulheres pode haver presença de tecidos endometriais fora da cavidade uterina, doença conhecida como endometriose. Por se tratar de um tecido que sofre alterações de acordo com a produção de hormônios, quando fora do útero, a camada de endométrio também irá captar hormônios e sofrer alterações no local em que se encontra, resultando em processos inflamatórios.

Essa patologia pode se apresentar por aderências pélvicas, implantes ou cistos ovarianos (endometriomas), que podem interferir na fertilidade, causar cólicas severas e dispareunia (dor durante a relação sexual).

Diante de um diagnóstico de endometriose é necessário avaliar a presença de endometriomas, comuns, principalmente, quando a doença está em estágios mais avançados.

O que são endometriomas?

Endometriomas são uma forma de endometriose que se apresenta pela formação cistos benignos preenchidos por líquido achocolatado, presentes em um ou nos dois ovários. Sua expansão derivada da alta hormonal de estrogênio provoca tensões no local, reações inflamatórias que levam às dores pélvicas e fortes dismenorreias.

As causas dos endometriomas ainda não apresentam consensos, mas prevalecem duas teorias com grande aceitação, que se convergem pela suposição de que endometriomas são estágios avançados da endometriose preexistente na periferia dos ovários.

Uma das teorias defende formação do cisto pela deposição de resíduos da menstruação nos ovários com aderência local, enquanto a outra presume que tecidos de revestimento da pelve se transformam diante de ações hormonais.

Como o endometrioma afeta a fertilidade?

Estima-se que 1/3 das mulheres em idade fértil acometidas pela endometriose desenvolve problemas de fertilidade e boa parte delas têm endometriomas, sugerindo uma forte relação causal entre essa forma da doença e a infertilidade.

Estudos apontam que a presença do endometrioma afeta o desenvolvimento, maturação e/ou liberação do folículo ovariano. Essa intervenção na fase de preparação do folículo pode impedir, portanto, a ovulação adequada.

Ainda que se consiga ovular, a qualidade do óvulo também pode estar comprometida, bem como a capacidade de manutenção do endométrio para implantação embrião como consequência de alterações imunológicas e inflamatórias.

Quais são as condutas mais adotadas quando há presença de endometriomas?

Em caso de suspeita da doença, são realizados exames de investigação para um diagnóstico detalhado. Os resultados permitem a definição do tratamento mais adequado para cada paciente.

Inicialmente é feito exame físico na região pélvica em busca de massa palpável que evidencie anormalidades e nódulos. Outros exames se fazem necessários posteriormente, sendo a ultrassonografia transvaginal pélvica e ressonância magnética os principais, por possibilitarem mapeamento de focos da doença e serem exames de imagem não invasivos.

A laparoscopia, apesar de fornecer grandes informações pelo estudo de coleta do material, é indicada apenas para casos em que a cirurgia é necessária, por ser um método invasivo, mesmo que minimamente, que necessita de anestesia. Nesse caso, as informações obtidas auxiliam no entendimento das características do cisto a ser removido.

Tratamento e reprodução assistida

Os endometriomas podem ser tratados por meios hormonais medicamentosos ou por cirurgia. A adoção do método deve ser personalizada, uma vez que ambos os formatos podem impactar na capacidade reprodutiva. Os fatores que determinam a decisão consideram a idade da paciente, quais são os sintomas, intensidade das manifestações, vontade de engravidar e a presença em um ou nos dois ovários.

Medicamentos hormonais são prescritos para a mulher que não deseja engravidar e podem ser eficazes principalmente nos casos em que os cistos são menores do que 3 cm. Normalmente a adoção de preferência são a pílula anticoncepcional ou o dispositivo intrauterino (DIU) hormonal, que atenuam produções de estrogênio e progesterona, diminuindo, consequentemente, o crescimento dos cistos, ao mesmo tempo que reduzem a ocorrência de dores.

Para mulheres que desejam engravidar, por outro lado, a abordagem mais indicada é a cirurgia de remoção dos cistos por via laparoscópica, por apresentar menores riscos infecciosos e perda de sangue, assim como uma recuperação mais rápida. Embora seja considerado o método mais seguro, entretanto, há riscos de perda de reserva ovariana no momento da retirada dos cistos e diminuição ou perda da fertilidade.

Por isso, é recomendável que antes da cirurgia seja feito congelamento dos óvulos para preservação da fertilidade.

Nos casos em que a cirurgia é bem-sucedida e não afeta a fertilidade, as chances de gravidez são bem significativas. No entanto, se a gravidez não ocorrer, o tratamento por fertilização in vitro aumenta as chances de sucesso.

Na técnica óvulos e espermatozoide são fecundados em laboratório e os embriões transferidos para o útero. O tratamento pode ser realizado com óvulos frescos ou congelados, se a mulher tiver feito essa opção antes da cirurgia. As taxas de sucesso são as mesmas, em média 50% a cada ciclo.

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