A doação de sêmen é uma técnica complementar à IA (inseminação artificial) e à FIV (fertilização in vitro) que permite a mulheres solteiras e casais, inclusive casais homoafetivos femininos, terem filhos biológicos. Sem o material masculino, cuja função é transportar, nutrir e proteger os espermatozoides, afinal, não há como acontecer a fecundação e a gestação.
O procedimento pode ser indicado para solucionar muitos casos em que um fator masculino de infertilidade está associado à dificuldade de ter um filho, o que pode acontecer por diversos motivos, como a azoospermia (ausência de espermatozoides no sêmen), oligozoospermia (baixa quantidade de gametas) e doenças genéticas.
A doação de sêmen, portanto, permite que um homem saudável e fértil ajude a um casal ou uma mulher solteira a realizar o sonho da maternidade ou paternidade, por intermédio de uma clínica de reprodução assistida.
O objetivo deste artigo é esclarecer como é realizado o procedimento e como o material é utilizado em procedimentos de IA ou FIV, além de também explicar quem pode ceder e quem pode ser beneficiado.
Se este é um assunto do seu interesse, acompanhe os próximos tópicos e entenda melhor como a doação de sêmen funciona no Brasil.
O procedimento é regulado por resolução do CFM (Conselho Federal de Medicina), que estabelece que a ação não pode ter caráter lucrativo ou comercial e deve acontecer no anonimato.
O doador deve ter até 50 anos e seu material pode ser utilizado para diversas gestações, desde que em uma mesma família receptora ou respeitando a um limite geográfico. O objetivo é evitar a relação entre parentes biológicos que não se conhecem.
Antes da coleta, procedimento realizado em um banco de sêmen, o doador precisa realizar alguns exames para verificar seu bom estado de saúde, a qualidade seminal e excluir a hipótese de ISTs (infecções sexualmente transmissíveis) ou doenças genéticas.
A investigação deve ser realizada, novamente, 6 meses após a doação do sêmen, para garantir a segurança do processo.
A doação de sêmen é indicada aos casais com problemas de infertilidade ocasionados por algum fator masculino, quando não é possível recuperar espermatozoides de qualidade por biopsia, a mulheres solteiras e a casais homoafetivos femininos.
Em todos os casos, a paciente deve estar em ciclo de IA ou FIV e deve ter até 49 anos de idade, exceto quando considerados seguros pelo médico e com conhecimento dos riscos associados à gravidez após essa faixa etária.
No entanto, mesmo que haja um homem na relação e que este seja fértil, a doação de sêmen pode ser indicada se houver uma incompatibilidade de Rh entre ele e a mulher. Essa condição pode provocar uma reação do sistema imunológico materno, que ataca as células do embrião, e, assim, pode provocar abortos espontâneos e doenças no bebê, como anemia, deficiência mental e icterícia.
A doação de sêmen também pode beneficiar casais como o homem portador de alguma IST, doença genética ou anomalia cromossômica transmissível ao bebê, especialmente quando o problema não puder ser tratado em seu próprio material ou verificado nos embriões.
Problemas como esses podem ocasionar falhas em técnica menos avançadas da reprodução assistida, ou mesmo na FIV, quando o diagnóstico é inconclusivo, isto é, nos casos de ISCA (infertilidade sem causa aparente), hipótese em que a doação de sêmen também pode ser indicada.
A coleta dos gametas é muito simples, procedimento que por padrão é realizado por meio da masturbação.
Não há muitos pré-requisitos para a doação de sêmen. Além da saúde e da realização dos exames, pede-se que o homem fique cerca de 3 a 7 dias sem relações sexuais e sem ejacular.
Após a coleta, o material é selecionado para a criopreservação, isto é, o congelamento, e assim permanecem até que haja o descongelamento e então sejam selecionados para o tratamento de um casal.
Quando o sêmen doado é utilizado em um ciclo de IA, a paciente deve ter até 35 anos, trompas de Falópio saudáveis e nenhum outro problema de infertilidade associado. Os espermatozoides de melhor qualidade são inseridos, por meio de um cateter, no útero, após indução da ovulação.
Na FIV, técnica mais complexa e avançada da reprodução assistida, a fecundação ocorre em uma placa de Petri, em laboratório, o que permite a manipulação de gametas femininos e embriões. Assim, mulheres com mais de 35 anos, mesmo se houver obstruções nas trompas de Falópio, podem ser beneficiadas com a doação de sêmen.
Após a fertilização, realizada por meio da ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides), e o cultivo embrionário, os embriões são transferidos para o útero da nova gestante.
Embora a concepção não aconteça com o gameta do pai, é importante afirmar que o doador pode ser selecionado com base em características do casal e, portanto, poderá compartilhar o mesmo perfil fenótipo (aparência).
A doação de sêmen é um procedimento essencial para casais que não conseguem ter filhos devido a algum fator grave de infertilidade masculina, nos casos de doenças genéticas ou, naturalmente, em relacionamentos homoafetivos femininos.
O processo de coleta é muito simples, realizado por meio da masturbação. Os espermatozoides são, então, selecionados e congelados para utilização em ciclo de IA ou FIV. No Brasil, o ato deve ser realizado sem fins lucrativos e anonimamente, portanto, deve ser um ato de altruísmo.
Já fizemos uma publicação sobre o assunto aqui no site. Se você quiser mais a respeito do procedimento e suas normas no Brasil, confira a página sobre doação de sêmen.
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