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Embriões excedentes: o que são?

No processo de reprodução acontecem diversas etapas até que a gestação tenha início. Os espermatozoides, gametas masculinos, chegam às tubas uterinas pelo sêmen ejaculado para fecundar o óvulo, o gameta feminino.

Quando a fecundação acontece, forma-se o zigoto, iniciando assim uma divisão celular que dá origem ao embrião. Após um período de três a cinco dias, o embrião formado chega ao útero e se fixa nas paredes do endométrio, tecido de revestimento interno do órgão.

Todo esse processo acontece naturalmente para que a gestação tenha início, porém é possível realizá-lo também na reprodução assistida, em laboratório. A fertilização in vitro (FIV) é a técnica capaz de produzir embriões por meio da micromanipulação de gametas.

Esse método é muito utilizado em tratamentos para a infertilidade feminina e masculina, sendo de alta complexidade e atuando de forma eficiente na medicina reprodutiva. Em muitos casos existem embriões excedentes após o ciclo da FIV. Existem regras que regulamentam a transferência embrionária e direcionam o destino desse material.

Na FIV, é permitida a formação de até 8 embriões, mas podemos transferir para o útero no máximo 3, dependendo da situação, portanto os que sobrarem serão considerados excedentes.

Compreenda, neste texto, como ocorre a formação embrionária e o que é feito com os embriões excedentes nos ciclos da FIV. 

Como os embriões são formados na reprodução assistida?

Existem três técnicas principais na reprodução assistida: a relação sexual programada (RSP),  a inseminação artificial (IA) e a fertilização in vitro (FIV). A RSP e a IA são métodos de baixa complexidade, em que a fecundação acontece de forma natural nas tubas uterinas. Sendo assim, a formação embrionária ocorre da mesma maneira, naturalmente.

Já na FIV, parte dos seus procedimentos são realizados em laboratório, incluindo a formação dos embriões com a fecundação por meio da micromanipulação dos gametas. Os embriões formados são mantidos em um ambiente adequado até o momento de sua transferência ao útero.

Existem regras que regulamentam a transferência embrionária, sendo muito comum a ocorrência de embriões excedentes durante esse processo. Algumas opções podem direcionar o destino desse material.

O que acontece nessas situações é o congelamento dos embriões, que possibilita a sua preservação. Eles podem ser utilizados em um ciclo posterior, no futuro para uma nova gravidez ou ser doados para que outras pessoas com problemas de fertilidade possam ter filhos.

Como a FIV é realizada? 

A FIV é o método mais complexo da reprodução assistida, sendo muito indicado em casos mais graves de infertilidade ou quando outros procedimentos não são bem-sucedidos. A maior parte de suas etapas é realizada em laboratório, o que oferece o maior controle no tratamento.

Existem cinco etapas principais na técnica: a estimulação ovariana e indução da ovulação, aspiração folicular por punção e preparo seminal, fecundação, cultivo embrionário e transferência dos embriões. 

Inicialmente, a mulher recebe uma dosagem hormonal a fim de estimular o desenvolvimento de mais folículos, obtendo-se assim mais óvulos.

Depois os gametas são coletados e o com o auxílio de um microscópio são unidos, fenômeno conhecido como fecundação. O cultivo embrionário acontece por algum tempo em um ambiente adequado. A última etapa é a transferência embrionária, e a fixação do embrião no endométrio acontece de forma natural. 

Qual a quantidade de embriões formados na FIV?

A estimulação ovariana é realizada nos tratamentos de reprodução assistida para aumentar a quantidade de óvulos disponíveis para fecundação. Assim, as possibilidades de gravidez são maiores e, na FIV, em casos de falhas, o processo de transferência pode se repetir em um ciclo posterior.

Por isso, durante o tratamento da FIV mais de um embrião é formado para aumentar as chances de sucesso, sendo hoje 8 o limite permitido pelo CFM. No entanto, nem todos são utilizados, pois existem regras para a transferência embrionária. Os embriões excedentes podem ser congelados para serem doados ou mantidos para uma gravidez no futuro. 

Para transferência dos embriões é determinado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) que:

O que deve ser feito com os embriões excedentes na FIV?

Os embriões excedentes que não são utilizados no primeiro ciclo são criopreservados para que o casal possa utilizá-los futuramente — seja em uma nova tentativa, caso a primeira não funcione, seja em uma gestação futura.

Dessa forma é possível repetir a FIV de forma mais rápida e simples, realizando apenas a etapa da transferência embrionária.

Existem outras três possibilidades de utilização para os embriões excedentes na FIV: o descarte, a doação para casais e a doação para pesquisa.

Alguns casais enfrentam problemas mais graves de infertilidade e por esse motivo não podem utilizar os próprios gametas. Nesses casos, os embriões congelados podem ser doados e utilizados na FIV.

A doação de embriões deve ser feita de forma voluntária e sem qualquer fim lucrativo. Os doadores não possuem qualquer tipo de contato com os receptores, mantendo a identidade de ambos preservada (anonimato). 

Se você quer saber mais sobre a fertilização in vitro (FIV), leia nosso texto e conheça mais detalhes sobre a técnica.

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