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Endometrite: saiba mais sobre o diagnóstico da doença

O útero é um dos principais órgãos do sistema reprodutor e é o responsável pelo desenvolvimento e nascimento do bebê. Ele é dividido em três camadas de tecido, sendo da mais externa para a mais interna: perimétrio, miométrio e endométrio. É no endométrio que o embrião se fixa para dar início à gestação e à nutrição do feto.

A endometrite é caracterizada pela inflamação do tecido endometrial e é causada por uma infecção no útero, resultado da ação de bactérias provenientes da vagina, muitas vezes transmitidas sexualmente.

A doença pode ser encontrada em sua forma aguda, quando surge de forma transitória e é tratada adequadamente, ou em sua forma crônica, quando não ocorre o tratamento e ela se torna persistente, trazendo complicações recorrentes (sequelas).

É comum que as pessoas confundam a endometrite com a endometriose, uma doença que também atinge o endométrio. A endometriose é caracterizada pelo crescimento anormal do tecido ectópico, semelhante ao do endométrio, fora da cavidade uterina.

A seguir, conheça melhor a endometrite e suas consequências e entenda como a doença pode ser diagnosticada, evitando essas possíveis complicações para a saúde da mulher.

Quais os sintomas da endometrite?

Em sua forma aguda, a endometrite tem pouco tempo de duração e pode apresentar sintomas como o aumento do fluxo menstrual e a presença de dor durante a menstruação, corrimento vaginal amarelado ou esbranquiçado e com forte odor, inchaço na região abdominal, febre alta, calafrios e sensação de mal estar.

Já em sua forma crônica, a doença é normalmente assintomática e, em alguns casos, pode apresentar pequenos sinais, como sangramento anormal, cólicas antes ou durante a menstruação, corrimento amarelado, micção frequente, dor durante as relações sexuais e febre.

A endometrite crônica pode ser associada a casos de infertilidade feminina, pois existe uma relação entre a doença e a falha de implantação do embrião ou abortamentos comuns na gestação natural.

Para que a implantação embrionária aconteça, o útero deve estar em condições saudáveis e deve haver boa receptividade endometrial, quando o endométrio está na espessura adequada para receber o embrião. Em casos de endometrite, a inflamação do tecido pode prejudicar este processo e impedir a gravidez.

A doença em sua forma crônica pode causar outra consequência importante para a saúde da mulher, a formação de abcessos na cavidade uterina ou pélvica e em casos mais raros, a invasão das bactérias na corrente sanguínea.

Como é feito o diagnóstico da endometrite?

Inicialmente pode ser feito exame físico para identificar sinais como o inchaço, sensibilidade uterina ou a presença de secreções. Para confirmar o diagnóstico da doença e descartar outras possíveis alterações, são realizados exames de imagem e laboratoriais.

Exames laboratoriais

Para confirmar a inflamação, pode ser feito um hemograma e a análise das secreções vaginais pode identificar bactérias e os agentes causadores de ISTs. Exames de urina também podem ser feitos para indicar se a doença foi causada por infecções no trato urinário.

A endometrite crônica é diagnosticada pela biópsia endometrial. São utilizados critérios histológicos como a presença de células plasmáticas no tecido do endométrio. É introduzido um instrumento denominado cateter pela vagina até o útero. Uma sucção é feita para aspirar fragmentos do endométrio, a fim de analisar o material em laboratório. Pode ser realizado com ou sem anestesia, a depender da sensibilidade de paciente.

Atualmente, existe um interessante teste para diagnosticar a doença: o ALICE. Com ele é possível detectar e quantificar as bactérias associadas à endometrite crônica. Utiliza-se da tecnologia de sequenciamento de nova geração (NGS). Ele pode atingir resultados mais precisos do que os obtidos por exames convencionais e contribui na indicação do melhor tratamento em cada caso. A amostra obtida também se dá por biópsia do endométrio com cateter.

Exames de imagem

A confirmação da endometrite é feita por histeroscopia ambulatorial, um exame que avalia e explora a cavidade uterina. O procedimento tem início com a injeção de soro fisiológico no colo do útero para que ocorra a distensão uterina. Este método permite uma avaliação por um histeroscópio, que faz a transmissão em tempo real para um computador. Normalmente causa um leve desconforto em sua realização, mas casos em que a paciente sinta dor, pode ser aplicada a anestesia.

Existem alguns critérios propostos para confirmar o diagnóstico de endometrite crônica após o exame, são eles:

A ultrassonografia transvaginal também é um exame importante no diagnóstico da endometrite. Trata-se de um procedimento simples, minimamente invasivo e que não causa dores à paciente. Com um transdutor inserido pela vagina, o médico consegue avaliar os órgãos do sistema reprodutor feminino e identificar possíveis alterações por meio de imagens transmitidas ao monitor. Endométrios finos ou mal caracterizados (heterogêneos) podem sugerir a doença.

Em situações de investigação da infertilidade feminina, os exames para identificar a possibilidade da endometrite são muito indicados. A doença pode ser uma das causas dos problemas para engravidar, por isso é comum que mulheres que procuram a reprodução assistida passem por esta análise.

Como é feito o tratamento da doença?

Por ser uma doença bacteriana, a endometrite tem seu tratamento baseado no uso de antibióticos, indicados de acordo com os tipos de bactérias encontradas. Quando é causada por ISTs, os parceiros também devem ser informados e tratados para evitar a reinfecção.

Quando há a formação de abcessos e aderências, é comum a indicação da intervenção cirúrgica. Normalmente utiliza-se das técnicas de videolaparoscopia e vídeo-histeroscopia cirúrgica, que são procedimentos minimamente invasivos.

Como a reprodução assistida pode ajudar pessoas com endometrite?

Na maioria das vezes, a fertilidade da mulher é recuperada após o tratamento da endometrite. Porém, em casos mais graves, em que essa condição não é recuperada, a mulher pode optar pelas técnicas de reprodução assistida. Cada caso deve ser avaliado de forma individual para que possa ser indicado o método mais eficiente para alcançar a gravidez.

A fertilização in vitro (FIV) é a técnica mais indicada na maioria dos casos de infertilidade, tanto masculina quanto feminina. Ela é muito eficiente e é muito recomendada em casos mais graves, quando há mais danos ao sistema reprodutor que interferem na busca pela gravidez.

Se este post foi útil para você, leia mais sobre a endometrite em nosso site e conheça mais sobre a doença.

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