Os miomas são formações benignas que se desenvolvem a partir das células musculares do útero. De acordo com o tipo de mioma, sua localização e tamanho, a doença pode provocar infertilidade (impossibilidade de engravidar depois de um ano de tentativas).
No entanto, isso não ocorre em todos os casos. Miomas estão presentes em 5% a 10% das mulheres com infertilidade. Quando são excluídas outras possíveis causas para o problema, estima-se que a doença seja responsável por apenas 2% a 3% dos casos.
A infertilidade feminina, quando ocorre, está ligada, de forma geral, aos miomas submucosos ou intracavitários, pois são eles que podem afetar a cavidade uterina. Neste artigo vamos explicar o que são os miomas e como eles se desenvolvem. Continue a leitura para saber mais.
O útero é composto por três camadas: o endométrio, que o reveste por dentro (mucosa); o miométrio, camada intermediária, é formado por tecido muscular liso; e o perimétrio, revestimento externo, consiste em uma camada de tecido conjuntivo. Os miomas são tumores benignos que se desenvolvem a partir do miométrio e podem crescer em direção ao interior ou exterior do útero. Eles podem ser classificados em:
Cerca de 75% das mulheres com miomas uterinos não apresentam sintomas. Nos demais casos, a doença pode causar sangramentos fora do período menstrual, menstruação mais intensa e prolongada, cólicas e sintomas urinários e intestinais, além da infertilidade.
O desenvolvimento dos miomas se dá quando as células do tecido muscular liso do miométrio começam a se multiplicar rapidamente. Não se sabe ao certo por que isso ocorre, mas alguns fatores de risco são conhecidos:
Os miomas são tumores estrogênio-dependentes, por isso tendem a reduzir no período pós-menopausa.
Normalmente a infertilidade está relacionada aos miomas submucosos, pois, ao se projetarem na cavidade uterina, alterando sua superfície, eles podem interferir na implantação do embrião no útero ou prejudicar o transporte dos espermatozoides até o óvulo.
Por serem lesões benignas, os miomas que não causam sintomas e não trazem dificuldade de engravidar não precisam ser tratados. Basta que a mulher faça um acompanhamento periódico com seu ginecologista para observar a evolução da doença.
Já nos casos de miomas que afetam a qualidade de vida da mulher com dores e sangramentos e/ou que interferem nos planos reprodutivos do casal, é possível fazer tratamento hormonal ou cirúrgico.
O uso de hormônios é capaz de reduzir os miomas e seus sintomas apenas temporariamente. Quando a paciente para de utilizá-los, os miomas tendem a crescer novamente. Já a miomectomia (cirurgia para remoção dos tumores) os remove definitivamente e é capaz de restaurar a fertilidade.
A miomectomia pode ocorrer por meio de cirurgias do tipo laparotomia, ou seja, cirurgia tradicional “aberta”, também pode ocorrer por videolaparoscopia, ou ainda por vídeo-histeroscopia.
A modalidade escolhida dependerá da quantidade, localização e tamanho dos miomas uterinos e da experiência do cirurgião. Em geral quanto menos invasivo, menor é a área uterina abordada, menor é o tempo de cicatrização e recuperação e consequentemente melhor é o resultado final.
Caso a fertilidade não seja restaurada com a cirurgia de remoção dos miomas, o casal pode recorrer às técnicas de reprodução assistida para engravidar. A relação sexual programada (RSP), a inseminação intrauterina (IIU) e a fertilização in vitro (FIV) são os métodos utilizados para esse fim. Vale ressaltar que um ambiente uterino interno (endométrio) saudável é fundamental ao sucesso reprodutivo, sendo necessária a retirada cirúrgica de miomas submucosos previamente a qualquer dessas técnicas.
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