Orquite: como é feito o diagnóstico?

A orquite é a inflamação dos testículos causada principalmente por agentes infecciosos (bactérias ou vírus) ou traumas. Em alguns casos pode ter sua origem nos epidídimos, sendo assim chamada de orquiepididimite.

A doença pode ser consequência da caxumba quando encontrada em garotos na puberdade. Já em homens com idade reprodutiva, podem ser frequentemente associadas à bactérias de transmissão sexual, como as responsáveis pela clamídia e a gonorreia.

Quando diagnosticada de forma precoce, pode ser tratada com facilidade. Porém, quando este tratamento é demorado ou mal feito, pode resultar em complicações para a saúde masculina.

A infertilidade masculina é uma das consequências possíveis para esta condição, uma vez que a doença atinge os testículos, que são os responsáveis pela produção dos espermatozoides, gametas que realizam a fecundação.

Entenda como a orquite pode se desenvolver e saiba como o seu diagnóstico pode ser feito para evitar sequelas à saúde masculina:

Quais os sintomas da orquite?

A inflamação nos testículos pode ocasionar sintomas bem desagradáveis para o homem. Entre os principais estão:

• dor e inchaço nos testículos;
• presença de sangue na ejaculação;
• desconforto e sensibilidade ao toque no órgão;
• sensação de peso na região;
• presença de sangue na urina;
• febre e mal estar.

Quando não tratada, a orquite pode causar a atrofia dos testículos, abscesso escrotal e alteração na produção de testosterona. Essas alterações podem interferir parcial ou totalmente na produção dos espermatozoides e causar a infertilidade masculina.

Como é feito o diagnóstico da orquite?

Inicialmente, o exame físico pode ajudar muito na identificação da doença. Podem ser avaliadas alterações como o inchaço dos testículos, a sensibilidade e a presença de nódulos na virilha ou secreções penianas.

Por possuir sintomas semelhantes com as outras doenças, é importante realizar exames para confirmar a presença da orquite. Os mais indicados são:

• testes hormonais para avaliar os níveis de testosterona;
• exame de urina para identificar o tipo de bactéria causadora;
• exame sorológico para identificar ISTs;
• exame de sangue;
• ultrassonografia da região escrotal.

Os resultados dos exames são importantes para a orientação do melhor tratamento, incluindo em casos de infertilidade provocada pela orquite. Com isso, é possível definir também a melhor técnica de reprodução assistida a ser utilizada para alcançar a gravidez.

Qual a relação da orquite com a infertilidade?

A orquite pode interferir em aspectos da fertilidade por atingir diretamente os testículos, que são os responsáveis pela produção dos espermatozoides. Essa condição pode afetar a quantidade e a qualidade dos gametas e dificultar o alcance da gravidez.

A espermatogênese é o processo pelo qual os testículos formam os espermatozoides. A formação de abscessos, a atrofia do órgão e a produção alterada do hormônio sexual testosterona podem afetar de forma parcial ou completa a produção dos gametas. A ação hormonal influencia diretamente na produção dos espermatozoides e, para que ela aconteça, é preciso que o sistema endócrino esteja funcionando corretamente.

Com essas alterações, a fecundação não acontece ou encontra mais dificuldades no caminho. Com poucos gametas liberados na ejaculação, as chances de um deles alcançar o óvulo são bem menores. Em alguns casos, a qualidade desse material genético também pode ser comprometida, o que pode acabar resultando em falhas de implantação ou complicações na gestação.

Existem maneiras de solucionar estes problemas por meio de técnicas de reprodução assistida, que possuem métodos capazes de retirar espermatozoides diretamente dos testículos ou dos epidídimos, selecioná-los para utilizar aqueles com mais chances de iniciar uma gravidez.

Para isso, a inflamação deve ser tratada e exames devem ser feitos a fim de definir a melhor estratégia de tratamento, buscando cessar a infertilidade masculina e atuar na deficiência dos gametas que a orquite acaba causando.

Qual o tratamento para a doença?

Quando causada por bactérias, a orquite tem seu tratamento baseado no uso de antibióticos que variam de acordo com o seu tipo. É indicado que os parceiros sexuais também passem por este processo para que não ocorra uma reinfecção. Após o término do tratamento, o paciente deve passar pela repetição dos exames para descartar a necessidade de continuar com a medicação.

Em casos de orquite viral, são utilizados anti-inflamatórios para combater a inflamação e diminuir os sintomas, que tendem a cessar com poucos dias. A sensibilidade nos testículos pode permanecer por algum tempo, causando um certo incômodo.

Quando há a formação de abscessos é preciso optar pela cirurgia para drená-los. Casos mais graves necessitam da retirada dos testículos, procedimento conhecido como orquiectomia.

Também é possível optar pela reprodução assistida em casos de infertilidade provocados pela orquite. Entre as técnicas mais seguras, está a fertilização in vitro (FIV), que possui alto grau de complexidade e é muito utilizada em casos mais graves de infertilidade.

Outra técnica muito utilizada ao encontrar problemas na fertilidade masculina é a inseminação intrauterina (IIU) que, apesar de ser menos complexa, é eficiente no tratamento dos casos mais simples.

A fim de complementar os seus conhecimentos, leia mais sobre a orquite e entenda como a doença é causada.