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Receptividade endometrial na FIV: como é acompanhada?

Após a fecundação, o embrião recém-formado se transporta até a cavidade uterina e precisa se fixar no endométrio, a camada de revestimento interno do útero, para que a gestação se inicie. É ali onde o desenvolvimento embrionário começa, até que a placenta seja formada.

Para que a fixação possa acontecer, é necessário que o endométrio esteja receptivo e em condições ideais para receber o embrião. Durante o ciclo menstrual, o corpo da mulher se prepara para este processo.

A receptividade endometrial é fundamental não só na gestação natural, mas também na reprodução assistida. Mesmo na fertilização in vitro (FIV), que tem vários processos acontecendo em laboratório, a implantação embrionária deve acontecer naturalmente. Porém, com a FIV é possível acompanhar a receptividade e, se necessário, preparar o endométrio para que a transferência seja feita no momento adequado.

Para entender como funciona a receptividade endometrial na FIV, continue lendo:

O que é receptividade endometrial?

O endométrio é um tecido que reveste a parede interna do útero. Durante o ciclo menstrual, a ação dos hormônios faz com que ele tenha sua espessura aumentada para que ele esteja apto a receber um possível embrião.

Se há a fecundação e o embrião consegue chegar até a cavidade uterina e encontrar o endométrio receptivo, acontece a fixação, ou implantação embrionária, marcando o início da gestação. Se não há um embrião para se fixar no tecido, ele descama e é eliminado pelo corpo na menstruação, dando início a um novo ciclo.

A receptividade endometrial é um processo fisiológico, que indica que o endométrio está em condições ideais para a implantação. Este período pode durar até 48 horas, e o momento em que o tecido está receptivo é chamado de janela de implantação.

Receptividade endometrial na FIV

Na FIV, a fecundação acontece em laboratório e, em seguida, os embriões são cultivados até que estejam prontos para serem transferidos ao útero. Porém, para que o resultado possa ser positivo, é preciso que a transferência embrionária aconteça no período da janela de implantação. Caso contrário, o embrião não consegue se fixar e acontece a falha de implantação — impossibilitando o início da gestação.

Para evitar este problema, é possível acompanhar a receptividade endometrial e, se necessário, preparar o endométrio para a transferência.

O ultrassom transvaginal permite o acompanhamento do endométrio ao longo do ciclo – sua espessura e características, assim como a dosagem de alguns hormônios do sangue, podem ditar se o endométrio deve estar mais ou menos receptivo.

Em situações de dúvida ou falha de processos anteriores, é possível complementar a investigação com o exame ERA.

ERA

ERA é a sigla para endometrial receptivity array ou teste de receptividade endometrial. Este é um exame que pode ser feito para aumentar as chances de sucesso da FIV, possibilitando a transferência embrionária no momento adequado.

Geralmente o ERA é indicado em casos de falha em dois ou mais ciclos da FIV.

Ele pode ser feito com ou sem o preparo endometrial. Quando é feito com o preparo, é administrado um medicamento com o hormônio estradiol no começo do ciclo menstrual. Após cerca de 7 dias, é feita uma ultrassonografia para analisar a espessura do endométrio. Se estiver no tamanho adequado, a progesterona é adicionada ao tratamento. Cinco dias depois, é realizado o ERA.

Quando realizado sem o preparo endometrial, o ERA acontece uma semana após a ovulação da paciente, que é acompanhada por meio de exame de sangue ou urina.

O ERA é feito por meio de biópsia endometrial, na qual um pequeno fragmento do tecido é retirado e enviado para análise laboratorial. Existem dois possíveis resultados: receptivo ou não receptivo.

Se o resultado for receptivo, significa que a transferência pode ser realizada no mesmo período do ciclo seguinte. Quando não receptivo, é possível identificar a janela de implantação e calcular o momento adequado para a transferência no próximo ciclo.

Receptividade endometrial e outras técnicas de reprodução assistida

Além da FIV, a reprodução assistida conta com outras duas técnicas principais: a relação sexual programada (RSP) e a inseminação intrauterina (IIU). Ambas são consideradas de baixa complexidade, pois a fecundação acontece naturalmente dentro do corpo da mulher.

Na RSP a ovulação é acompanhada e estimulada para que mais de um óvulo seja liberado. A partir disso, o período fértil da mulher é calculado e o casal deve programar suas relações para este momento. Se a fecundação acontece e o embrião chega até o endométrio durante a janela de implantação, a gestação se inicia.

Na IIU os espermatozoides são coletados e selecionados, e os mais saudáveis são depositados na cavidade uterina para que a fecundação aconteça. Da mesma forma, o resultado é positivo se o embrião chega ao endométrio receptivo.

Tanto na RSP quando na IIU, não é possível analisar a receptividade endometrial por meio do ERA. Utiliza-se apenas o ultrassom transvaginal para observar as características e espessura do endométrio. Se as técnicas não apresentam um resultado positivo após 3 ciclos, ou de acordo com a orientação médica, há a indicação para a FIV — que, além de possibilitar a realização do exame, oferece maiores chances de sucesso.

Para mais informações sobre a técnica, continue lendo sobre a fertilização in vitro (FIV).

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