Existem três técnicas de reprodução assistida: a relação sexual programada (RSP), a inseminação artificial (IA) e a fertilização in vitro (FIV). As duas primeiras são classificadas como técnicas de baixa complexidade, pois o óvulo é fertilizado de forma natural, dentro do corpo da mulher.
A FIV, no entanto, é uma técnica de alta complexidade. A sua fecundação ocorre em um laboratório e, posteriormente, o embrião é transferido para o útero da paciente.
Nesse artigo, vamos focar na relação sexual programada. Também conhecida como coito programado, todo o seu processo é muito parecido com o que ocorre em uma gravidez natural. Continue a leitura para saber tudo sobre essa técnica!
A relação sexual programada é uma técnica de reprodução assistida indicada para os casos leves de infertilidade. O seu propósito é viabilizar a gravidez com o auxílio da estimulação ovariana e da indução da ovulação para que o casal tenha relações sexuais durante o período mais fértil da mulher.
A técnica é indicada para mulheres com distúrbios ovulatórios, principalmente, pacientes com ausência de ovulação (anovulação) ou problemas na qualidade ou no amadurecimento dos óvulos.
Uma das doenças que provocam distúrbios ovulatórios é a síndrome dos ovários policísticos (SOP). Ela é caracterizada por um desequilíbrio hormonal que provoca a formação de cistos nos ovários e, consequentemente, a anovulação. A SOP também é a principal causa de anovulação.
Por ser uma técnica simples, a RSP possui algumas restrições. A mulher deve ter idealmente até 35 anos e estar com o sistema reprodutor em bom funcionamento (principalmente, as tubas uterinas). O parceiro também deve estar com a saúde reprodutiva em dia. O coito programado não é indicado se o homem tiver algum problema na qualidade ou na quantidade de espermatozoides.
Entre todas as técnicas de reprodução assistida, a relação sexual programada é a mais simples. O seu principal diferencial é a estimulação ovariana, que utiliza medicamentos hormonais para desenvolver entre um a três folículos ovarianos.
Para entender como o coito programado é realizado, precisamos conhecer como funciona a ovulação. Durante o ciclo menstrual, o corpo da mulher se prepara para uma gravidez. Nesse período, os hormônios FSH e LH atuam no crescimento e maturação dos folículos ovarianos.
Eles são um tipo de bolsa e, dentro de cada um deles, existe um óvulo. Durante o ciclo menstrual, vários folículos se desenvolvem, mas apenas um amadurece, liberando o óvulo para as tubas uterinas (processo chamado de ovulação).
O período de dois a três dias antes e até um dia depois da ovulação é chamado de período fértil, durante o qual a mulher tem mais chances de engravidar. A medicação hormonal utilizada na estimulação ovariana simula os hormônios que são produzidos naturalmente no organismo da mulher.
O medicamento hormonal utilizado, assim como a sua dose e a duração do tratamento são totalmente individualizados. Essa personalização garante a segurança e a eficácia do procedimento. Assim, é possível alterar a dose ou a medicação hormonal caso a estimulação ovariana não esteja respondendo de acordo com o esperado.
Durante o período de estimulação ovariana, a paciente faz ultrassonografias transvaginais seriadas para acompanhar o desenvolvimento dos folículos e para monitorar o momento da ovulação. Quando eles atingem o tamanho esperado, a paciente recebe uma dose do hormônio hCG para finalizar o amadurecimento e induzir a ovulação.
A liberação do óvulo para as tubas uterinas marca o período fértil da mulher. Neste momento, é aconselhado que o casal intensifique as relações sexuais para que a concepção aconteça.
Após 14 dias, o casal pode fazer o teste de gravidez para conferir se o tratamento foi bem-sucedido.
A taxa de sucesso do coito programado é muito próxima da gestação natural, que é de 20% por ciclo. A idade da mulher é um dos fatores que mais influenciam esse valor, pois a fertilidade feminina diminui a partir dos 35 anos.
Após sucessivas tentativas malsucedidas, é recomendado que o casal opte pela fertilização in vitro. Por ser uma técnica de alta complexidade, a FIV é indicada para a maioria dos casos de infertilidade, mesmo em casos graves. E ainda, ela possibilita a inclusão de técnicas complementares para aumentar a sua taxa de sucesso, como o congelamento de óvulos, o teste ERA e o teste genético pré-implantacional.
A relação sexual programada é a técnica de reprodução assistida que mais se assemelha com a gestação natural. Ela é indicada para mulheres com até 35 anos e problemas leves de infertilidade, principalmente, distúrbios ovulatórios. O processo se inicia com a estimulação ovariana e quando o óvulo é liberado, o casal deve intensificar as relações sexuais para que a gravidez ocorra durante o período fértil da mulher.
Todas as técnicas de reprodução assistida possuem algum risco. O da relação sexual programada, por exemplo, o mais comum é o risco de gemelaridade. Para saber quais são eles, confira a nossa página sobre o coito programado!
Deixe o seu comentário: