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Reprodução assistida e gestação gemelar: qual a relação?

É de conhecimento popular que a reprodução assistida pode aumentar as chances de uma gestação gemelar. Porém, nem todos sabem o motivo pelo qual isso acontece e que, na verdade, tenta-se evitar essa situação.

Uma gestação gemelar pode causar riscos maiores de complicações, como parto prematuro, pré-eclâmpsia, diabetes gestacional, malformação fetal, entre outras condições que podem afetar tanto a mãe quanto os bebês.

É comum que as chances desse tipo de gravidez sejam maiores em tratamentos de reprodução assistida. Isso acontece devido ao grande estímulo do desenvolvimento folicular, que leva a um número maior de óvulos liberados para a fecundação.

Por esse motivo, esse tipo de situação é evitada nos tratamentos de reprodução. Existem procedimentos realizados para minimizar as chances de uma gestação gemelar nesse contexto.

No texto a seguir, entenda melhor sobre a relação da gestação gemelar com a reprodução assistida e quais são os procedimentos utilizados para diminuir as chances dessa ocorrência.

Quais são as técnicas de reprodução assistida?

A reprodução assistida é um recurso da medicina com muitos procedimentos tecnológicos para auxiliar os pacientes a alcançarem a tão sonhada gravidez. Existem três métodos principais, indicados de acordo com a situação encontrada.

A de menor complexidade é a relação sexual programada (RSP), também conhecida como coito programado. É recomendada em casos mais leves de infertilidade feminina e o homem deve possuir bons parâmetros de fertilidade.

Tem início com a estimulação ovariana, feita com hormônios sintéticos para aumentar a liberação de óvulos. No momento ideal, o casal é informado para manter relações sexuais, aumentando as chances de fecundação.

A inseminação artificial ou inseminação intrauterina (IIU) é também de baixa complexidade, pois a fecundação acontece naturalmente, nas tubas uterinas. A mulher também passa pela estimulação ovariana, porém, nesse método, o material biológico masculino é coletado por masturbação em laboratório. Quando selecionados, os espermatozoides são inseridos no corpo da mulher para que fecundem os óvulos.

Já a fertilização in vitro (FIV) é a principal técnica da reprodução assistida, sendo considerada de alta complexidade devido aos procedimentos serem feitos em laboratório. Nesse método, existem cinco etapas principais: a estimulação ovariana e indução da ovulação, a aspiração folicular e preparo seminal, para a coleta dos gametas, a fecundação, o cultivo dos embriões e a transferência embrionária.

Como é feita a estimulação ovariana em técnicas de baixa complexidade?

A estimulação ovariana é um procedimento comum a todas as técnicas de reprodução assistida. Porém, ela acontece de forma diferente de acordo com a classificação do método utilizado.

Em técnicas de baixa complexidade, como a RSP e a IA, o estímulo deve ser menor, pois a intenção é obter até 3 óvulos para a fecundação, com o intuito de um deles ser fecundado. Isso acontece porque são métodos em que o gameta feminino é fecundado de forma natural pelo espermatozoide, nas tubas uterinas.

Por ter um controle menor da situação, esses métodos não permitem maior estimulação para evitar os riscos de uma hiperestimulação ovariana (SHO) ou a ocorrência de uma gestação gemelar.

Como é feita a estimulação ovariana em técnicas de alta complexidade?

Na FIV, a estimulação é maior, pois objetiva-se um número elevado de óvulos para serem utilizados no tratamento. Nesse caso, a fecundação acontece em laboratório, permitindo um maior controle da situação.

Esse método possibilita, ainda, a realização de técnicas complementares como o congelamento de embriões, que são preservados para serem utilizados em ciclos posteriores.

Dessa maneira, é possível administrar todo o tratamento da FIV e definir a quantidade de embriões transferidos ao útero, a fim de evitar os riscos de uma gestação gemelar, que pode causar complicações para a mãe e os fetos.

Por que a reprodução assistida aumenta as chances de gestação gemelar?

Quando ocorre um estímulo dos folículos pela ação dos hormônios, o desenvolvimento é maior e são liberados mais óvulos para serem fecundados. Em técnicas de menor complexidade, existe um menor controle da situação, uma vez que a fecundação acontece naturalmente.

A quantidade de hormônios utilizados nesses casos é menor, para que os óvulos sejam liberados em menor quantidade. Ainda assim, existe o risco de mais de um ser fecundado.

Em técnicas mais complexas, a estimulação é maior, mas o controle é feito com mais facilidade devido ao fato de os óvulos serem fecundados em laboratório. O número de embriões que são transferidos para o útero será de acordo com a idade da mulher e o desejo do casal, para evitar as gestações gemelares.

Quanto mais jovem a mulher no momento da coleta dos óvulos, maiores são as chances de uma implantação embrionária bem sucedida. Assim, as mulheres mais jovens recebem menos embriões que as mais velhas, seguindo os valores definidos pelo CFM:

Por que a gestação gemelar deve ser evitada?

Ao longo dos anos, com o avanço da medicina, as técnicas de reprodução assistida foram sendo adaptadas e aprimoradas para atender melhor às necessidades do tratamento. Uma das questões resolvidas foi a atuação para que os riscos de uma gestação gemelar fossem diminuídos.

Ela deve ser evitada por oferecer riscos à saúde da mãe e dos fetos em desenvolvimento. Pode causar algumas complicações, como:

Dessa forma, essa situação é evitada durante as técnicas de reprodução assistida. Porém, quando acontece, um acompanhamento pré-natal adequado é realizado para diminuir os riscos durante a gestação.

Leia mais sobre a fertilização in vitro (FIV) e conheça detalhes dessa técnica.

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