A infertilidade feminina afeta mulheres no mundo todo e registra percentuais bastante altos, que permanecem estáveis há mais de uma década. Ou seja, a cada ano novos casos de mulheres na fase fértil são registrados.
Diversas condições podem provocar alterações no sistema reprodutor feminino resultando em infertilidade. Algumas patologias femininas, entretanto, são mais comuns, entre elas estão a endometriose, os miomas uterinos e SOP (síndrome dos ovários policísticos).
A SOP é a principal endocrinopatia ginecológica nas mulheres em idade reprodutiva e causa de infertilidade por anovulação: quando o folículo, bolsa que armazena o óvulo, falha em liberá-lo, provocando a ausência de ovulação. Ainda que seja bastante comum, a maioria das mulheres só descobre que é portadora da doença quando tem dificuldades para engravidar.
No entanto, a gravidez pode ser obtida na maioria dos casos por tratamentos de reprodução assistida. Para saber como é possível engravidar pela FIV (fertilização in vitro) continue a leitura deste texto. Ele explica, ainda, o funcionamento do tratamento, destacando as taxas de sucesso.
A SOP é um distúrbio endocrinológico caracterizado pelo desenvolvimento de múltiplos microcistos nos ovários e pelo aumento da produção de testosterona (hormônio tipicamente alto nos homens).
O aumento dos níveis de testosterona estimula a formação dos cistos e, ao mesmo tempo o surgimento de traços masculinos, como o crescimento de pelos em locais pouco comuns (hirsutismo), entre eles a face e os seios, por exemplo, ou a perda temporária de cabelo (alopecia).
O desequilíbrio hormonal provoca irregularidades no ciclo menstrual – ciclos mais longos, com mais ou menos fluxo menstrual, ou ausência de menstruação (amenorreia) –, levando a problemas de ovulação, entre eles a falha em liberar o óvulo, que resulta em ausência de ovulação (anovulação).
A síndrome dos ovários policísticos é a principal causa de infertilidade por anovulação. Mulheres com histórico familiar têm maior risco de desenvolvê-la, da mesma forma que a resistência à insulina também é apontada como uma das possíveis causas e é comum na maioria das mulheres com SOP, ao mesmo tempo que está associada à obesidade, condição que afeta um percentual bastante expressivo de portadoras.
No entanto, ainda que provoque infertilidade, a gravidez pode ser obtida na maioria dos casos, assim como os sintomas podem ser controlados, melhorando a qualidade de vida das mulheres portadoras. A FIV é um dos principais tratamentos para SOP.
A fertilização in vitro é a principal técnica de reprodução assistida e a que possui os índices mais altos de sucesso. É particularmente interessante para mulheres acima de 36 anos com SOP e obesas de qualquer idade, embora o tratamento possa ser feito por qualquer mulher afetada pela Síndrome.
O tratamento é realizado em cinco etapas: estimulação ovariana e indução da ovulação, punção ovariana e coleta do sêmen, fecundação, cultivo embrionário e transferência do embrião.
A FIV permite controlar diferentes etapas, como a estimulação ovariana, a fecundação e o cultivo embrionário, fundamentais para que a gravidez ocorra. Além disso, possui um conjunto de técnicas complementares que possibilitam a solução de vários problemas que podem resultar em falhas na gravidez.
A estimulação ovariana, primeira etapa da FIV, é um procedimento realizado com o objetivo de estimular o desenvolvimento de mais folículos, bolsas nas quais os óvulos estão armazenados e que irão posteriormente ovular. Dessa forma, aumenta as chances de gravidez quando há ausência de ovulação ou anovulação.
É realizada com medicamentos hormonais semelhantes aos naturais, administrados desde o início do ciclo menstrual. O desenvolvimento dos folículos é monitorado por exames de ultrassonografia. Eles indicam o momento mais adequado para induzi-los ao amadurecimento final.
A ovulação ocorre entre 36 e 40 horas, período em que os folículos maduros são coletados por punção folicular e os óvulos posteriormente extraídos em laboratório. O sêmen do parceiro é coletado ao mesmo tempo que é feita a indução. As amostras são submetidas ao preparo seminal, técnica que capacita os espermatozoides, selecionando os melhores para a fecundação.
A fecundação acontece em laboratório. Atualmente é realizada por FIV com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides), em que cada espermatozoide é injetado diretamente no óvulo proporcionando maiores chances para que a fecundação ocorra.
Os embriões formados nesse processo podem ser cultivados por até seis dias em laboratório antes de serem transferidos para o útero. O desenvolvimento deles é acompanhado diariamente.
O processo de transferência embrionária é bastante simples, realizado na clínica de reprodução assistida com a mulher em posição ginecológica. Os embriões são inseridos em um cateter e depositados no útero com o auxílio de um ultrassom.
A gravidez pode ser confirmada após duas semanas. Caso não aconteça, o processo é novamente repetido no próximo ciclo menstrual. No entanto, as chances proporcionadas pelo tratamento por FIV com ICSI são bastante altas, atingindo cerca de 60% por ciclo de realização.
Por outro lado, mulheres mais jovens e não obesas com anovulação como consequência da SOP, podem ser tratadas ainda pela relação sexual programada (RSP) ou coito programado.
É a mais simples das técnicas de reprodução assistida, porém, adequada principalmente quando há níveis altos de reserva ovariana e as tubas uterinas estão saudáveis. Os espermatozoides, da mesma forma, devem ser saudáveis, pois o objetivo do tratamento é a estimulação ovariana e a programação do período de maior fertilidade para intensificar a relação sexual.
Ou seja, a fecundação acontece como em processo natural. As chances de gravidez, inclusive, são semelhantes: entre 20% e 25% por ciclo de realização. A RSP pode ser realizada por até 6 ciclos, embora a gravidez geralmente ocorra antes.
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