A ultrassonografia transvaginal é um exame muito utilizado para avaliar a saúde ginecológica, pois permite a visualização da cavidade pélvica e dos órgãos do sistema reprodutor feminino.
Trata-se de um exame de fácil acesso, que normalmente não causa dor e possui resultados bem completos. Com ele é possível identificar alterações em órgãos como o útero, os ovários e as tubas uterinas.
Dessa forma, a ultrassonografia transvaginal é utilizada para diagnosticar alguns tipos de doenças, principalmente aquelas que podem causar a infertilidade feminina. Dentre elas, encontra-se a endometriose, uma doença que afeta muitas mulheres em idade reprodutiva.
A endometriose é uma doença crônica, que pode causar complicações para a saúde da mulher e afetar a sua fertilidade. Por ser de crescimento lento e muitas vezes silenciosa, o diagnóstico é dificultado, e a doença descoberta apenas muitos anos depois.
O exame de ultrassonografia pode detectar essa patologia, contribuindo para um melhor acompanhamento e a definição de um tratamento que possibilite maior qualidade de vida para a paciente.
A seguir, saiba mais sobre o exame de ultrassonografia transvaginal e entenda como ele pode contribuir para o diagnóstico da endometriose.
O útero é um órgão do sistema reprodutor feminino composto por três camadas de revestimento: perimétrio, miométrio e endométrio, desde a mais externa até a mais interna.
A endometriose é caracterizada pelo crescimento anormal de tecido semelhante ao endométrio em regiões fora do útero, como nos ovários, bexiga, intestino, tubas uterinas e outros órgãos da cavidade pélvica.
É uma doença comum em mulheres em idade reprodutiva e possui um risco aumentado quando já existem casos registrados na família, pois há uma tendência genética de desenvolvimento.
Em grande parte dos casos, a endometriose é uma condição silenciosa, o que acaba dificultando o diagnóstico e a definição do tratamento. Algumas mulheres identificam sintomas, porém, por serem mais leves, acabam convivendo com a doença.
Outro fator que dificulta o diagnóstico dessa condição é a necessidade de exames específicos e até mesmo a capacitação de um médico especializado no assunto. Entre os principais exames, encontram-se a ultrassonografia transvaginal, a ressonância magnética e até a videolaparoscopia (trata-se de um ato cirúrgico – portanto invasivo).
Considerando seus aspectos morfológicos, a endometriose pode ser classificada de três maneiras: peritoneal superficial, ovariana (endometrioma) e infiltrativa profunda. Cada uma delas é diagnosticada de acordo com a extensão e formação de tecido encontrada.
A ultrassonografia transvaginal é utilizada normalmente para diagnosticar a endometriose ovariana (endometriomas) devido a sua especificidade e sensibilidade. Pode ser realizada também com preparo intestinal para identificar a presença da endometriose profunda, sendo que para essa situação é necessário um maior treinamento do médico ultrassonografista – estando os achados dependentes da expertise deste profissional.
Esse exame é bastante completo e permite uma boa visualização dos órgãos da região pélvica. Desta forma, é possível identificar a localização e características da maioria dos focos da doença e definir com mais clareza o tratamento adequado.
Como método de triagem pode ser feito um ultrassom simples transvaginal, que não necessitará de nenhum preparo. Para avaliação de focos suspeitos em bexiga, é interessante a realização do exame com a bexiga cheia inicialmente e logo após o seu esvaziamento para análise das demais estruturas.
Já quando o objetivo é mapear totalmente a pelve e pesquisar principalmente os focos de doença profunda, será necessário realizar o preparo intestinal com laxantes para que o conteúdo do intestino não atrapalhe na interpretação das imagens adquiridas durante o exame.
A ultrassonografia transvaginal é feita com a mulher em posição ginecológica e com a utilização de um transdutor coberto por um gel e um preservativo protetor. O instrumento é inserido pelo canal vaginal e posicionado de maneira suave, a fim de captar as imagens necessárias.
O exame pode ter duração de 10 a 30 minutos e normalmente causa um leve desconforto, como uma pressão na barriga ou na região do interior da vagina. Nas pacientes com focos profundos de endometriose, pode causar um desconforto maior, devendo o médico ser informado para que medidas sejam tomadas.
Pode ser realizado no próprio consultório médico e não oferece riscos em sua realização por se tratar de um procedimento simples. Também não é necessário nenhum tipo de cuidado especial após a realização.
A ultrassonografia transvaginal é um exame completo, que utiliza ondas sonoras para obter imagens da região pélvica e dos seus órgãos. Por meio das ondas de eco, é possível determinar o tamanho, a forma e inferir até a consistência do material encontrado no organismo.
As ondas sonoras transmitidas pelo reflexo desses órgãos internos, fluidos e tecidos, são registradas pelo transdutor e transformadas em imagens com transmissão em tempo real para um computador.
Dessa forma é possível identificar a localização e o tamanho das lesões de endometriose pela ultrassonografia. Trata-se de um recurso muito importante no diagnóstico da doença.
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