A tireoide é uma pequena glândula localizada no pescoço, que possui a função de produzir os hormônios reguladores do organismo T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina).
Esses hormônios atuam em diversas funções do corpo, como na saúde cardíaca, na capacidade de concentração, nos ciclos menstruais, na musculatura, no funcionamento do intestino e nas alterações de humor.
Um distúrbio na tireoide pode acabar influenciando essas funções, comprometendo o bom funcionamento do corpo e causando algumas complicações. Entre eles estão o hipertireoidismo (elevada produção dos hormônios) e o hipotireoidismo (baixa produção dos hormônios).
O hipotireoidismo atinge muitas mulheres, principalmente após os 40 anos de idade. A baixa ou falta de produção hormonal pode influenciar em diversos aspectos e causar ainda a infertilidade feminina.
Neste post, entenda a função dos hormônios na reprodução e saiba porque a baixa produção deles originada pelo hipotireoidismo pode causar infertilidade:
Para que aconteça a reprodução, existem alguns processos importantes que dependem do bom funcionamento do corpo do homem e da mulher. A fecundação acontece quando o espermatozoide encontra o óvulo nas tubas uterinas e o penetra para iniciar o desenvolvimento celular.
Os hormônios produzidos pela tireoide possuem uma função importante no processo de reprodução, pois estimulam a ovulação. Com isso, os folículos se desenvolvem e liberam o óvulo para a fecundação.
Outra função importante desses hormônios é na produção dos gametas masculinos, os espermatozoides. A baixa produção hormonal pode interferir na quantidade e na qualidade desses gametas.
Qualquer doença ou alteração que afete esse sistema, pode causar infertilidade e diminuir as chances de se obter uma gestação de forma natural. Por isso é comum que pessoas com hipotireoidismo sofram com esse problema.
O hipotireoidismo é caracterizado pela queda ou interrupção na produção dos hormônios tireoidianos T3 e T4. Esses hormônios são importantes no metabolismo do corpo e em diversas outras funções, que podem sofrer alterações por causa do distúrbio.
A doença pode atingir qualquer pessoa, porém é encontrada mais facilmente em mulheres com idade superior a 40 anos, havendo uma tendência maior a se repetir quando já existem casos na família.
Em seus estágios iniciais pode não apresentar sintomas, dificultando a sua identificação. É comum que as pessoas descubram a condição ao fazer exames de sangue por outras questões.
Alguns sinais que podem indicar a doença são: a irregularidade do ciclo menstrual, ganho súbito de peso e dificuldade para emagrecer, cansaço e dores musculares, rouquidão, depressão e alterações de humor, entre outros sintomas.
Os hormônios tireoidianos possuem algumas funções na produção dos gametas femininos e masculinos, fazendo com que a alteração hormonal interfira no processo de reprodução.
Com menos frequência, o distúrbio pode atingir homens e afetar a espermatogênese, processo de produção dos espermatozoides. Assim, é possível que a quantidade e a qualidade dos gametas diminua, podendo levar à infertilidade masculina.
Já no caso das mulheres, o distúrbio pode influenciar de outras formas. Além de alterar o desenvolvimento dos folículos, o hipotireoidismo pode dificultar a implantação do embrião.
Ainda que a gestação tenha início, a doença oferece riscos maiores de abortos de repetição, parto prematuro e pré-eclâmpsia, trazendo riscos para o desenvolvimento do feto e para a saúde da mãe.
Uma vez que o desequilíbrio do metabolismo oferece tantos riscos, é necessário que aconteça o acompanhamento tanto das mulheres que desejam engravidar, quanto daquelas que sofrem com essa condição durante a gravidez.
Após o diagnóstico da doença, é necessário um acompanhamento para definir a reposição hormonal. Ela acontece com o uso de hormônios tireoidianos sintéticos e pode atuar no alívio dos sintomas.
Esse tratamento é contínuo e vitalício, sendo a sua dosagem definida e ajustada de acordo com a variação hormonal de cada indivíduo. Os medicamentos podem causar algumas reações adversas, como alterações no sono e no apetite, tremor e palpitações.
Normalmente, quando a doença é tratada de maneira correta, a fertilidade tende a ser restaurada devido à regulação dos níveis dos hormônios que atuam na reprodução. Quando isso não acontece, o casal pode optar pelo tratamento de reprodução assistida.
Todas as técnicas de reprodução assistida utilizam um método que consiste na medicação hormonal para estimular o desenvolvimento dos folículos. A estimulação ovariana é o primeiro passo no tratamento de infertilidade.
As principais técnicas são a relação sexual programada (RSP), inseminação artificial (IA) ou intrauterina (IIU) e a fertilização in vitro (FIV). Cada uma possui um grau de complexidade e a indicação é feita de acordo com a situação de cada casal.
A RSP e a IIU utilizam procedimentos menos complexos e a fecundação, nesses casos, acontece de forma natural, nas tubas uterinas. Já a FIV conta com técnicas mais avançadas e é muito indicada em casos mais graves de infertilidade.
Os casos devem ser avaliados de forma individual para que todos os aspectos sejam levados em consideração, possibilitando, assim, a definição de um tratamento mais eficiente.
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