A vasectomia ou esterilização masculina é um método contraceptivo usado para o planejamento familiar, cujo procedimento é simples e possível de ser revertido em alguns casos. É considerada uma das técnicas mais seguras e eficaz.
Apenas nas últimas décadas a vasectomia se tornou um meio amplamente procurado pelos homens, já que predominava o preconceito de sentir-se menos viril e, até mesmo, impotente. Esse panorama foi se modificando com o passar do tempo e o sexo masculino passou a participar no controle da natalidade, principalmente em países desenvolvidos onde existe uma maior igualdade de gênero.
Esse método é realizado a partir da ligadura ou do corte dos canais deferentes, os ductos que são responsáveis por levar o espermatozoide do testículo ao encontro dos líquidos prostáticos e seminais para serem ejaculados.
Dessa forma, os testículos continuam a produção dos gametas masculinos, porém eles não conseguem passar pela área obstruída. Essa operação não modifica o comportamento sexual do homem, nem mesmo o hormonal, pois a testosterona continua a ser produzida normalmente pelas células de Leydig.
A cirurgia é simples, prática, utiliza anestesia local e dura aproximadamente 40 minutos, tendo, também, um curto pós-operatório.
Reversão da vasectomia é a cirurgia que reverte esse procedimento e depende de diversos fatores para ser bem-sucedida ou mesmo realizada. Continue a leitura e saiba quando ela deve ser feita ou optar pela FIV.
Sabe-se que muitos homens têm, em algum momento, vontade de reverter a vasectomia. Também chamada de vasovasostomia ou vasoepididimostomia, a reversão da vasectomia é a técnica de reanastomose dos canais deferentes, ou seja, é um procedimento que visa ligar novamente os ductos obstruídos pela vasectomia.
É uma cirurgia dispendiosa e complexa. Seu sucesso depende, principalmente, do tempo decorrido entre a esterilização e o arrependimento.
Diversas técnicas são utilizadas no procedimento, porém, foi a partir do surgimento dos métodos microscópicos e robóticos que os resultados se mostraram mais promissores. As taxas de gravidez obtidas são maiores quando comparadas aos meios tradicionais. Além disso, são técnicas minimamente invasivas e o processo de recuperação pós-cirúrgico é melhor.
Antes do procedimento ser realizado o homem tem que se submeter a diversos exames laboratoriais, de imagem e físicos, para constatar se não há problemas com o aparelho reprodutor masculino.
Apesar das diferentes formas de realizar a cirurgia, em praticamente todas são feitas incisões no escroto onde fora previamente realizada a vasectomia. Posteriormente, expõe-se os canais deferentes, ligando-os novamente por meio de suturas, que podem ser em um ou dois planos.
Em alguns casos, entretanto, pode ocorrer a formação de um tecido cicatricial, resultado da cirurgia anterior, que não é possível ser dissecado e, assim, os canais são conectados diretamente ao epidídimo, o ducto que conecta o testículo aos canais deferentes e que armazena os espermatozoides após serem produzidos e se tornarem maduros. Os resultados são similares.
Os principais motivos relatados quando um homem busca a reversão são a vontade de ter novos filhos, com a mesma parceira ou com uma nova, a má aceitação da cirurgia ou mesmo pelo surgimento de problemas de saúde relacionados a esterilização, como dores testiculares (situação incomum).
O fator que parece influenciar mais o sucesso das técnicas de reversão é o tempo decorrido da cirurgia e o desejo de revertê-la. Somado a isso, a idade do paciente também é considerada, pois os homens perdem progressivamente a qualidade do espermatozoide com o avançar dos anos.
Passados mais de 10 anos do procedimento, as taxas de gravidez obtidas com a reversão são menores que 20%, enquanto se feita em até cinco anos, podem ser de até 75%.
A taxa de permeabilidade é recuperada em quase sua totalidade pelos pacientes, ou seja, após a cirurgia de reversão, o esperma do homem consegue ser normalmente ejaculado, ainda que isso não signifique que os espermatozoides estejam viáveis ou em boa quantidade para uma possível gravidez.
No pós-operatório, um exame muito importante é o espermograma, que analisa qualitativamente e quantitativamente o sêmen e os espermatozoides abrigados nele. Além disso, servirá como controle para determinar as taxas de sucesso da reversão.
Mesmo com o sucesso da vasovasostomia ou da vasoepididimostomia, a gravidez desejada nem sempre acontece. Então, a inseminação artificial (IA) ou principalmente a fertilização in vitro (FIV), pode ser indicada ao casal. Nesses casos, o sêmen poderá ser proveniente da masturbação do homem.
A FIV é uma técnica de reprodução assistida que consiste em recuperar os espermatozoides e os óvulos viáveis para depois realizar a fecundação em um laboratório, um ambiente controlado, e, posteriormente, transferir para o útero da mulher o embrião cultivado.
Para recuperar os espermatozoides existem diversas técnicas que podem ser aplicadas. Duas, contudo, são mais utilizadas em casos de obstrução dos ductos, como na vasectomia: aspiração percutânea de espermatozoides (PESA) e aspiração microcirúrgica de espermatozoides (MESA).
Essas técnicas irão recuperar os espermatozoides diretamente do epidídimo. A diferença entre elas consiste na maneira que os gametas são coletados. Na primeira, uma agulha de punção é inserida algumas vezes no epidídimo até coletar uma quantidade adequada de material. Deve ser realizada em centro cirúrgico, porém sendo necessária apenas uma anestesia local.
Enquanto a MESA é um procedimento mais complexo: em um ambiente cirúrgico, sob anestesia geral, os testículos e os epidídimos são expostos e, com a ajuda de um microscópio, inserem-se agulhas para recuperar os gametas masculinos a partir do epidídimo.
Após a recuperação, óvulos e espermatozoides são, então, fecundados em laboratório e os embriões formados posteriormente transferidos ao útero materno.
Para entender ainda mais sobre a reversão da vasectomia é só tocar aqui.
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