Cultivo embrionário na FIV: saiba como é feito - Clínica Reproduce Cultivo embrionário na FIV: saiba como é feito - Clínica Reproduce
BLOG

Cultivo embrionário na FIV: saiba como é feito

A infertilidade é definida pela incapacidade de engravidar após manter um ano de relações sexuais desprotegidas. É um problema comum a pessoas do mundo todo e pode ser causada por fatores femininos ou masculinos em igual proporção.

A investigação inicial requer a realização de diferentes exames, assim como uma análise sobre o estilo de vida dos parceiros, já que alguns hábitos como o tabagismo, o consumo de álcool ou drogas recreativas, além de distúrbios alimentares, podem interferir na capacidade reprodutiva do casal.

As técnicas de reprodução assistida são o tratamento padrão quando há alterações na fertilidade. São divididas em duas categorias: alta e baixa complexidade. Nas de baixa complexidade a fecundação acontece naturalmente, nas tubas uterinas, processo conhecido como ‘in vivo’.

As duas enquadradas nessa categoria são a relação sexual programada (RSP) e a inseminação artificial (IA). Elas são geralmente indicadas quando a infertilidade é causada por fatores de menor gravidade.

Por outro lado, a única técnica de maior complexidade é a fertilização in vitro (FIV), assim classificada pelo fato de a fecundação ocorrer de forma artificial, em laboratório, in vitro, ao mesmo tempo que são necessárias diferentes etapas até a obtenção da gravidez, que precedem o processo de fecundação ou são posteriores a ele. O cultivo embrionário é uma delas.

Continue a leitura até o final para saber como o cultivo embrionário é feito na FIV.

Quais são as etapas da FIV?

O tratamento por fertilização in vitro é realizado em cinco etapas: estimulação ovariana e indução da ovulação, punção folicular e preparo seminal, fecundação, cultivo embrionário e transferência do embrião. Saiba mais, abaixo, sobre cada uma delas:

1ª etapa: estimulação ovariana e indução da ovulação

A estimulação ovariana é um procedimento fundamental para garantir uma quantidade maior de óvulos que serão utilizados na fecundação. É realizada com medicamentos hormonais, que proporcionam o desenvolvimento de mais folículos (bolsas que contêm os óvulos primários).

Exames de ultrassonografia periódicos acompanham o desenvolvimento folicular e indicam o momento ideal para induzi-los ao amadurecimento final e ovulação, também por medicamentos hormonais, que ocorre em aproximadamente 36 horas.

2ª etapa: punção folicular e preparo seminal

Durante o período previsto para ovulação os folículos maduros são coletados por punção folicular e os óvulos posteriormente extraídos em laboratório, quando são selecionados os melhores. Ao mesmo tempo, amostras de sêmen também são coletadas e os espermatozoides capacitados por técnicas de preparo seminal, que selecionam os que possuem melhor forma (morfologia) e movimento (motilidade).

3ª etapa: fecundação

Atualmente a técnica mais utilizada para a fecundação é a FIV com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide), que prevê a injeção de cada espermatozoide diretamente no citoplasma do óvulo, garantindo, assim, uma maior quantidade de óvulos fecundados e, consequentemente, de embriões formados.

4ª etapa: cultivo embrionário

Os embriões formados na fecundação são posteriormente cultivados por até seis dias em laboratório.

5ª etapa: transferência do embrião

Os embriões podem ser transferidos para o útero em dois estágios de desenvolvimento: D3 ou clivagem, quando o embrião está entre o segundo e terceiro dia de desenvolvimento e blastocisto, entre o quinto e sexto dia.

É um procedimento bastante simples realizado na própria clínica de reprodução assistida. Após duas semanas já é possível confirmar a gravidez. Se ela não ocorrer o processo pode ser repetido em outro ciclo a partir da transferência embrionária, nas situações em que muitos embriões foram formados e alguns foram congelados.

Saiba como é feito o cultivo embrionário na FIV

Entre os avanços que ocorreram na FIV desde o desenvolvimento da técnica, na década de 1970, estão os dos meios de cultura e técnicas laboratoriais que possibilitaram o cultivo do embrião por mais tempo, até seis dias, na fase de blastocisto, processo conhecido como cultura estendida.

No início os embriões eram cultivados somente até a fase D3 ou clivagem, quando ainda possuem poucas células, aproximadamente 8 e eram transferidos para útero onde completavam o desenvolvimento para implantar e iniciar a gravidez.

Na fase de blastocisto, por outro lado, ele já possui uma estrutura definida, com mais de 100 células formadas e divididas por função: algumas originarão a placenta e outras o feto.

Para serem cultivados, são inseridos em um cateter, em meios de cultura que proporcionam um ambiente semelhante ao uterino. Posteriormente são armazenados em uma incubadora e o desenvolvimento é acompanhado diariamente por um embriologista.

Com o embrião no estágio de blastocisto seu potencial pode ser mais bem avaliado, assim, apenas os melhores são transferidos para útero, aumentando as chances de a gravidez ocorrer.

Além disso, é no blastocisto que ocorre a implantação do embrião na gestação espontânea. A transferência realizada nessa etapa, portanto, proporciona maior sincronização fisiológica, minimizando os percentuais de falhas: na FIV, o processo de implantação é um dos principais critérios para assegurar o sucesso da gravidez.

A cultura estendida, ao mesmo tempo tornou possível o desenvolvimento de técnicas complementares. Elas proporcionaram opções para os diferentes problemas que podem resultar em falhas na implantação e, consequentemente, no insucesso do tratamento.

Técnicas complementares à FIV empregadas com o embrião na fase de blastocisto

Na gestação espontânea, para implantar o embrião deve romper a zona pelúcida (eclosão), camada que o protege nos primeiros dias de vida, que naturalmente degenera para facilitar o processo. No entanto, em alguns casos, a zona pelúcida é mais densa, como por exemplo em embriões formados por óvulos de mulheres mais velhas, dificultando, assim, a eclosão, resultando em falhas na implantação.

Para corrigir o problema, foi desenvolvida uma técnica conhecida como hatching assistido ou eclosão assistida. Ela prevê a criação de aberturas artificiais na zona pelúcida, facilitando a eclosão. Tal técnica pode beneficiar alguns casos, mas o seu real benefício ainda não está totalmente estabelecido.

Outro problema também associado a falhas de implantação são as anormalidades cromossômicas. A solução surgiu a partir do desenvolvimento do teste genético pré-implantacional (PGT), que possibilita a análise das células do embrião durante o blastocisto.

O PGT, da mesma forma que minimizou as falhas, não permite a transmissão desses distúrbios para as futuras gerações. É, inclusive, a única forma de evitar que os filhos de pais portadores de doenças hereditárias não as desenvolvam no futuro.

O desenvolvimento do embrião até a fase de blastocisto permitiu, ainda, o congelamento de todos os embriões formados em um ciclo e a transferência apenas no seguinte, técnica conhecida como freeze-all. Essa estratégia foi importante para reduzir possíveis efeitos dos medicamentos hormonais nas respostas ovarianas mais exuberantes sobre o ciclo endometrial (a implantação ocorre no endométrio, camada que reveste o útero internamente).

Alterações no ciclo comprometem a receptividade do endométrio, fundamental para a implantação ser bem-sucedida.

O cultivo embrionário, assim como a fecundação, são duas etapas do tratamento por FIV que podem ser gerenciadas. O manejo e acompanhamento adequados tornaram-se fundamentais para o sucesso do tratamento, contribuindo para os percentuais proporcionados atualmente pela técnica: em média 50% a cada ciclo de realização do tratamento.

Conheça detalhadamente a fertilização in vitro tocando aqui.

Compartilhar:

Deixe o seu comentário:

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Clínica Reproduce
Clínica Reproduce -