Endometrioma e reprodução assistida - Clínica Reproduce Endometrioma e reprodução assistida - Clínica Reproduce
BLOG

Endometrioma e reprodução assistida

A endometriose é um tema de grande relevância para a saúde do sistema reprodutor feminino pelas diversas formas que pode se apresentar e pelos sintomas que pode provocar, incluindo a infertilidade.

Sua principal característica é o crescimento anormal de um tecido semelhante ao endométrio, que reveste o útero internamente, fora da cavidade uterina, mas em locais próximos, como por exemplo peritônio, tubas uterinas, ovários, ligamentos uterossacros, bexiga e intestino.

Endometrioma é um tipo de cisto benigno, de formato arredondado e que pode ter variados tamanhos, contendo em seu interior um líquido de densidade espessa e cor escura. É comum em mulheres com endometriose nos estágios mais avançados, sendo, inclusive, uma das formas representativas da doença.

Os sintomas dos endometriomas são, em sua maioria, os mesmos que os outros tipos de endometriose provocam. Assim como nos demais tipos, esses cistos reagem à ação do hormônio estrogênio, responsável pelo espessamento do endométrio normal durante o ciclo menstrual, preparando-o para implantação do embrião.

Apesar de interferirem na fertilidade feminina, os endometriomas têm tratamento, incluindo as técnicas de reprodução assistida. Continue a leira e saiba mais.

Quais são os sintomas de endometriomas?

Além de infertilidade, assim como nos demais tipos de endometriose, os sintomas dos endometriomas incluem dor pélvica, dispareunia (dor durante a relação sexual), dismenorreia (cólicas severas antes e durante a menstruação) e desconforto ao urinar e evacuar no período da menstruação.

A fertilidade pode ser afetada de diversas formas. Os endometriomas podem interferir no desenvolvimento do folículo ovariano, resultando em distúrbios de ovulação como dificuldades no desenvolvimento, amadurecimento e ruptura para liberação do óvulo abrigado nele.

Podem provocar danos ao tecido ovariano, reduzindo, dessa forma, os folículos localizados ao redor. Em tamanhos ou números maiores, tendem a comprimir o córtex ovariano, prejudicando a circulação, causando perda folicular. Assim, comprometem os níveis da reserva ovariana, ou seja, a quantidade de folículos presentes nos ovários, impacto que pode ser mais significativo quando eles estão presentes nos dois ovários.

Como a endometriose, provocam um processo inflamatório. Ele compromete a qualidade dos folículos e, como consequência, dos óvulos abrigados neles. Óvulos de má qualidade comprometem a saúde do embrião, resultando em falhas na implantação e abortamento, que também podem ocorrer em função da interferência que a inflamação exerce na receptividade do endométrio, fundamental para a implantação ser bem-sucedida.

A suspeita surge a partir da observação dos sintomas e do exame físico. Posteriormente é confirmada por exames de imagem como a ultrassonografia transvaginal, que possibilita a indicação da quantidade, tamanho e volume ovariano.

Testes de avaliação da reserva ovariana podem ser realizados para confirmar os níveis, o que é feito pela a partir da contagem de folículos pré-antrais e antrais, ou seja, que possuem capacidade para ovular. O hormônio antimülleriano (AMH) é outra arma poderosa para a avaliação da reserva de óvulos.

Os resultados diagnósticos possibilitam a individualização do tratamento, realizado de acordo com as características de cada paciente.

Tratamento e reprodução assistida

Quando o endometriomas não causam infertilidade ou sintomas mais severos, geralmente é indicada apenas a observação periódica. As outras opções são o tratamento com medicamento, a abordagem cirúrgica e técnicas de reprodução assistida.

O tratamento medicamentoso é eficaz para a melhora da qualidade de vida com o controle do quadro doloroso, ao mesmo tempo que diminui a recorrência dos endometriomas após cirurgia. No entanto, não tem efeito na fertilidade e por ser realizado a partir da administração de hormônios que bloqueiam a ovulação não é indicado para as mulheres que pretendem engravidar.

Caso o objetivo do tratamento seja a gravidez, as recomendações são a cirurgia ou o tratamento por técnicas de reprodução assistida, com destaque para a fertilização in vitro (FIV).

A cirurgia é ainda indicada nos casos em que os endometriomas causam sintomas mais severos e tem como objetivo a remoção do maior número possível.

Normalmente é realizada por videolaparoscopia, técnica minimamente invasiva e deve ser realizada por um profissional experiente, pois, em alguns casos, pode causar danos ainda maiores ao tecido ovariano, resultando em infertilidade permanente. Por esse motivo as mulheres que serão submetidas ao procedimento são aconselhadas a congelarem seus óvulos para a preservar a fertilidade.

Por outro lado, quando é bem-sucedida, é possível obter a gravidez em parte dos casos.

Se a mulher não puder ser submetida à cirurgia, quando há uma quantidade muito grande de endometriomas, ou nos casos em que não há sucesso após o procedimento, o tratamento por FIV aumenta bastante as chances.

Pode ser realizado com óvulos frescos ou congelados. A fecundação acontece em laboratório, atualmente por FIV com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides), em que cada espermatozoide é injetado diretamente no óvulo por um micromanipulador de gametas.

Antes, porém, a mulher é submetida à estimulação ovariana, procedimento que estimula o desenvolvimento e amadurecimento de mais folículos. Quando maduros, são coletados por punção folicular e os melhores óvulos selecionados em laboratório. Solucionando, dessa forma, distúrbios de ovulação e alterações na qualidade dos óvulos provocados pelos endometriomas.

O teste ERA, complementar à técnica, possibilita, ainda, a indicação do período mais receptivo para transferir os embriões, contornando os problemas de receptividade endometrial que eles podem causar.

Além disso, as taxas de gravidez proporcionadas pela técnica são as mais altas da reprodução assistida: em média 50% por ciclo de tratamento.

A FIV é a principal técnica de reprodução assistida. Leia mais sobre ela aqui!

Compartilhar:

Deixe o seu comentário:

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Clínica Reproduce
Clínica Reproduce -