Um dos fatores mais importantes para a fertilidade da mulher é a ovulação, o processo de liberação de um óvulo maduro que pode ser fecundado por um espermatozoide. Os ovários são os responsáveis pelo armazenamento dos folículos, bolsas que contém os óvulos e pela produção de hormônios sexuais femininos.
Quando a mulher apresenta condições que prejudicam o funcionamento dos ovários, podem haver diversas consequências que afetam sua fertilidade. Entre as mais comuns estão os distúrbios ovulatórios, que fazem com que a mulher não ovule ou o faça com menor frequência.
Por essa e outras razões, pacientes inférteis que estão em tratamento por reprodução assistida precisam realizar um procedimento chamado estimulação ovariana.
Ela auxilia não só as mulheres com problemas ovulatórios, mas também aumenta as chances de sucesso de todas as técnicas.
Saiba mais sobre a estimulação ovariana e sua importância na reprodução assistida!
Para entender a importância da estimulação ovariana é necessário conhecer o ciclo menstrual e a ovulação natural. O ciclo inicia no primeiro dia da menstruação e é dividido em três fases, folicular, ovulatória e lútea.
Na fase folicular o organismo aumenta a produção do hormônio FSH, responsável por estimular o desenvolvimento dos folículos ovarianos. Na ovulatória, o hormônio LH promove a ovulação.
Na última fase, a lútea, a progesterona atua no preparo endometrial para a implantação de um possível embrião.
Vários folículos são estimulados durante a fase folicular, mas a ovulação normalmente acontece com a liberação de apenas um óvulo. Em casos atípicos, pode acontecer a liberação de um número maior. Outra possibilidade é a anovulação, quando não há ovulação.
O período fértil acontece na fase ovulatória. O óvulo sobrevive por aproximadamente 24 horas dentro do corpo da mulher, enquanto os espermatozoides podem sobreviver por cerca de 3 dias.
Dessa forma, as relações sexuais entre o período de 3 dias antes da ovulação e 1 dia depois podem promover o encontro dos gametas masculinos e femininos, resultando em uma fecundação bem sucedida.
A estimulação ovariana é um tratamento hormonal realizado em todas as técnicas de reprodução assistida. Ela é feita para que a paciente possa liberar um número maior de óvulos do que aconteceria naturalmente.
Se a mulher foi diagnosticada com anovulação, o objetivo é promover a liberação de pelo menos um óvulo para possibilitar a fecundação. Quando não há esse problema, o procedimento é feito a fim de se obter uma quantidade maior de gametas para aumentar as chances de sucesso das técnicas de reprodução assistida.
Esse procedimento possui grande importância para a reprodução assistida, e por isso é realizado em todos os tratamentos, mesmo quando a mulher não apresenta qualquer distúrbio ovulatório.
Existem diferenças mínimas entre os protocolos de estimulação ovariana para as técnicas de baixa e de alta complexidade, mas em geral o procedimento acontece da mesma forma.
A paciente é submetida ao uso de medicamentos hormonais, que podem ser orais ou injetáveis. Inicialmente o hormônio administrado é o FSH, que estimula os folículos e faz com que eles cresçam e amadureçam.
O tempo de duração do tratamento é de aproximadamente 10 dias, e a paciente é avaliada a cada dois ou três dias por meio de exames de ultrassonografia. O exame permite que o médico acompanhe o crescimento dos folículos e identifique se a dosagem hormonal está adequada para a paciente.
Além disso, é por meio da ultrassonografia que o médico verifica o tamanho dos folículos e identifica o momento adequado para a próxima etapa, chamada de indução da ovulação. Ela é feita com o uso de medicamentos com o hormônio hCG, responsável pela maturação e consequente liberação dos óvulos.
A relação sexual programada (RSP) e a inseminação intrauterina (IIU) são consideradas técnicas de baixa complexidade. A fecundação acontece na tubas uterinas, de forma natural, por isso a estimulação ovariana é feita com uma dosagem menor de hormônios.
O objetivo é obter no máximo 3 óvulos, para diminuir as chances de uma gestação múltipla.
A fertilização in vitro (FIV) é uma técnica complexa. Nela, a fecundação acontece em laboratório. Em seguida, os embriões formados são transferidos para o útero materno. Porém, há um número máximo de embriões que podem ser transferidos em um único ciclo, que varia de 2 a 3 dependendo da idade da mulher.
Aqueles que não forem transferidos no primeiro ciclo são congelados para que possam ser utilizados em uma nova tentativa, caso a primeira não apresente um resultado positivo, ou se o casal decidir engravidar novamente.
Como a FIV possibilita o congelamento dos embriões, o ideal é que uma quantidade maior de óvulos seja obtida após a estimulação ovariana e, por isso, a dosagem hormonal é mais alta quando a paciente vai se submeter à estimulação ovariana.
Dessa forma, se a primeira tentativa não for bem sucedida, é possível realizar um novo ciclo de FIV sem precisar passar novamente pelo procedimento.
Outro contexto em que a estimulação acontece é na preservação da fertilidade, quando a mulher decide congelar seus óvulos para usar no futuro com a utilização da FIV, caso seja necessário.
Nesse caso, também é importante obter um grande número de gametas para que a paciente tenha maiores chances futuras.
Se busca mais informações sobre o procedimento, leia outro conteúdo sobre estimulação ovariana.
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