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O que é FOP ou menopausa precoce?

Quando uma mulher nasce, seu potencial de fertilidade ou reserva ovariana já está formado. Isso significa que, no momento do nascimento, os ovários já contêm todas as células reprodutivas que estarão disponíveis ao longo de toda a vida da mulher.

Ou seja, ao contrário dos homens, que produzem espermatozoides a cada ejaculação, as mulheres a partir da puberdade só liberam um óvulo por ciclo (embora percam cerca de 1000 folículos), proveniente dessa reserva limitada de células reprodutivas, tecnicamente chamada de reserva ovariana.

A reserva ovariana se refere à quantidade de óvulos disponíveis para uma mulher, em um determinado momento da vida, imprescindível para que a fecundação aconteça e origine uma criança saudável.

Ou seja, a cada ciclo reprodutivo, essa reserva vai sendo consumida naturalmente. Esse processo se acentua muito após os 35-40 anos, quando o corpo feminino se prepara para o fim da sua vida fértil, que acontece com a chegada da menopausa.

Em alguns casos, especialmente raros, as mulheres apresentam um consumo muito mais intenso que o normal dessa reserva ovariana ou uma redução na própria formação de folículos, durante o período pré-natal.

A FOP (falência ovariana precoce), ou ainda IOP (insuficiência ovariana prematura – termo mais apropriado), como é chamada essa condição em que a ovulação é prejudicada por alterações na reserva ovariana, não tem suas causas totalmente esclarecidas pela medicina, porém acredita-se que a menopausa precoce tenha origem genética.

Este texto busca esclarecer o que é a FOP ou menopausa precoce e como as mulheres portadoras dessa síndrome podem realizar seu sonho de serem mães.

Por que a fertilidade declina com o tempo?

Os ciclos menstruais, como são também chamados os ciclos reprodutivos das mulheres, acontecem em períodos de aproximadamente 28 dias, ainda que isso varie muito de uma mulher para outra.

No entanto, apesar de apenas um folículo ser conduzido ao término de seu desenvolvimento a cada ciclo ovulatório, o recrutamento ovariano, coordenado principalmente pela gonadotrofina FSH (hormônio folículo-estimulante), dispara o desenvolvimento de, em média, 1000 folículos por ciclo.

Desses, a grande maioria segue o processo de amadurecimento apenas durante as etapas iniciais, entrando em atresia e sendo reabsorvida pelos ovários.

Apenas 1 dos folículos chega à etapa final do desenvolvimento e é chamado folículo dominante.
Isso faz com que a reserva ovariana da mulher, que costuma contar com cerca de 300 mil folículos pré-antrais na puberdade, seja consumida de forma intensa ao longo do tempo.

Quando a mulher se aproxima da menopausa, perto dos 50 anos, a velocidade com que a reserva ovariana é consumida aumenta consideravelmente e, consequentemente, a fertilidade da mulher diminui também de forma sensível.

Além da diminuição numérica dos folículos disponíveis para ovulação, também a estabilidade genética dos óvulos contidos nesses folículos passa a ser menos confiável. Isso porque a menopausa também provoca danos nos processos de divisão celular, envolvidos no amadurecimento folicular, causados pelo próprio envelhecimento.

Assim, a mulher que busca engravidar com mais de 40 anos naturalmente corre riscos maiores de passar por abortos espontâneos, partos prematuros e também de dar à luz bebês com problemas genéticos resultantes dessas falhas no amadurecimento folicular.

O que é falência ovariana prematura?

As causas da FOP (falência ovariana prematura), que também é chamada de menopausa precoce, têm origens diversas.

Para compreender melhor as origens e os diversos mecanismos de ação dessa doença, vamos dividi-los em FOP primária e secundária.

Na maior parte dos casos de FOP primária, essa condição está associada a fatores genéticos relacionados ao número de cromossomos sexuais no cariótipo do embrião, sendo a forma mais recorrente aquela em que há ausência de um dos cromossomos X, na chamada síndrome de Turner (45,X).

A FOP pode também ter origem em anomalias que ocorrem em genes específicos, porém localizados nos demais cromossomos do cariótipo, chamados autossomos.

Algumas hipóteses apontam que essas anomalias podem ser hereditárias, já que mulheres cujas famílias têm outras mulheres com FOP apresentam mais chances de ter esse diagnóstico quando investigam as causas da infertilidade.

Os mecanismos genéticos envolvidos nesses casos estão relacionados a efeitos que prejudicam a meiose (divisão celular típica das células germinativas), diminuindo a quantidade de folículos maduros e, ao mesmo tempo, aumentando as taxas de atresia, já que os folículos entram precocemente em apoptose (morte celular programada).

A FOP primária também pode ser resultado de doenças autoimunes que afetam a função reprodutiva e estão especialmente ligadas às adrenais e ao sistema imunológico como um todo.

Quando a FOP não tem origem genética, mas é uma consequência de procedimentos pelos quais a mulher passa ao longo de sua vida, chamamos de FOP secundária.

Na maior parte das vezes, esses quadros são então causados por infecções que afetam severamente as glândulas sexuais femininas, procedimentos cirúrgicos malsucedidos e também pela retirada dos dois ovários, a ooforectomia bilateral.

A químio e a radioterapia, os principais tratamentos para o câncer atualmente, desencadeiam a forma mais conhecida de FOP secundária. Tanto mulheres como homens que precisam passar por tratamento contra o câncer têm alto risco de se tornar inférteis, por isso é importante oferecer a preservação oncológica da fertilidade a esses e essas pacientes.

Quais as chances de a mulher com FOP ter filhos?

A infertilidade é uma das consequências mais severas e sensíveis que a FOP pode trazer. Apenas uma pequena parcela de mulheres com FOP consegue engravidar espontaneamente, sem outros tratamentos que induzem a esse evento (por este motivo o termo insuficiência ovariana prematura é o mais adequado para mulheres com menos de 40 anos – já que até a falência propriamente a mulher pode ainda ovular, mesmo que raramente). No entanto, a grande maioria precisa realizar tratamentos de reprodução assistida para tentar ter filhos.

Como a reprodução assistida pode ajudar?

A fertilização in vitro (FIV) é a principal técnica de reprodução assistida e a mais indicada nesse caso. Mesmo que a mulher não tenha mais óvulos devido à FOP, é possível recorrer à ovodoação. A fecundação é feita com óvulos doados e espermatozoides do companheiro da paciente, e os embriões formados são transferidos ao útero dela para que passe pela gestação.

Dependendo do caso, é possível com a estimulação ovariana conseguir alguns óvulos, por isso cada caso é avaliado individualmente.

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