A orquite corresponde à inflamação de um ou ambos os testículos e pode ser causada por traumas no local, torção ou infecção, além de ocorrências frequentes pelo vírus da caxumba.
A doença pode causar dores intensas ou um desconforto maior ao tocar o órgão. Pode ser classificada em aguda, quando há dor e sensação de peso nos testículos; ou crônica, geralmente assintomática e só causa um leve desconforto ao manuseá-los.
Devido à proximidade dos órgãos, é possível que a orquite atinja os epidídimos, ductos que armazenam e transportam os espermatozoides. Nesses casos, acontece o que chamam de orquiepididimite.
É importante que o homem se atente aos sinais desenvolvidos, pois a orquite, quando não tratada corretamente, pode causar algumas complicações para a saúde do paciente, incluindo a infertilidade masculina.
A seguir, saiba o que é a orquite, entenda como a doença é identificada e saiba qual o tratamento mais indicado.
Os testículos são os órgãos sexuais masculinos responsáveis pela produção dos espermatozoides (gametas masculinos) e pela síntese de hormônios, sendo o principal a testosterona.
A espermatogênese, processo pelo qual os gametas são formados, é muito importante no processo de reprodução. Para que ela aconteça, os órgãos envolvidos devem estar saudáveis e sem alterações.
Normalmente o homem possui dois testículos, e em cada um deles estão os túbulos seminíferos, os grandes responsáveis pela produção dos espermatozoides.
A orquite é caracterizada pela inflamação de um ou dos dois testículos. É provocada na maior parte das vezes por agentes infecciosos (bactérias ou vírus) e por traumas causados no local. Em alguns casos, geralmente em adolescentes, pode ser provocada pelo vírus da caxumba.
Em jovens em idade reprodutiva, a orquite pode ser resultado de um infecção sexualmente transmissível (IST), como a clamídia e a gonorreia. Quando é diagnosticada de forma precoce, pode ser tratada facilmente. Porém, casos de diagnóstico e tratamento tardios, podem gerar algumas consequências para a saúde do paciente.
A orquite pode ser encontrada de duas formas:
Alguns casos de orquite resultantes da caxumba apresentam comprometimento testicular bilateral. A grande parte dos pacientes nesta situação, sofrem com a atrofia de pelo menos um dos testículos.
A orquite também pode ser desenvolvida em adultos após provas de corridas de longas distâncias. Alguns fatores como a baixa imunidade e o grande impacto causado na região durante a corrida, podem contribuir para a inflamação. Quando causada por traumas, pode interferir na libido e na fertilidade do homem.
Outra possível causa da doença são as bactérias que não são transmitidas por contato sexual desprotegido, como aquelas que causam as infecções urinárias. Em casos mais raros, pode acontecer também pode motivos desconhecidos.
Em alguns casos a orquite pode ser assintomática, como acontece em sua forma crônica. Porém, alguns sinais podem ser observados para auxiliar no diagnóstico, como:
Normalmente, quando provocada pela caxumba, pode levar até 7 dias após o inchaço do rosto para os sintomas se manifestarem. Os sinais devem ser observados atentamente, pois quanto mais cedo o diagnóstico e o tratamento forem realizados, menores as chances de sequelas ao paciente.
Os abscessos, formações de pus em pequenos espaços de tecido, são uma das consequências da orquite sem um tratamento.
Com o passar do tempo, a orquite pode atingir todo o testículo, fazendo com que ele aumente de tamanho e modifique o seu aspecto do tecido quando visto ao ultrassom.
Apesar de não acontecer com tanta frequência, a orquite também pode causar a infertilidade masculina, pois altera a produção e possivelmente o transporte dos espermatozoides.
É importante fazer a observação clínica dos sintomas da doença, que pode ser confirmada após a realização de exames como o de sangue e a ultrassonografia dos testículos.
Durante o exame físico, que pode ser determinante para o diagnóstico, é possível identificar alterações, como inchaço dos testículos, assimetria, sensibilidade, secreção peniana e a presença de nódulos na virilha. Os exames de laboratório e imagem servem para comprovar as suspeitas e descartar a possibilidade de outros tipos de doenças com sintomas semelhantes.
Além disso, testes hormonais são feitos para avaliar os níveis de testosterona, assim como os testes de urina podem confirmar se foi causada por uma infecção do trato urinário, identificando o tipo de bactéria responsável.
O tratamento é feito com o uso de medicamentos anti-inflamatórios e repouso. Em caso de infecções bacterianas, são prescritos antibióticos. Também é indicada a aplicação de compressas geladas na área afetada para aliviar as dores e diminuir o inchaço.
Somente casos mais graves, em que os dois testículos são afetados, necessitam de intervenção cirúrgica para promover a retirada dos órgãos.
Quando a orquite não é tratada de forma precoce, ela pode deixar a sequela da infertilidade. Nesses casos, recomenda-se o tratamento pela reprodução assistida, que tem técnicas muito avançadas na área para ajudar casais com esse tipo de problema.
A técnica mais indicada nessa situação é a fertilização in vitro (FIV), que possui métodos complexos e eficientes, principalmente em casos mais graves. Ela foi desenvolvida e aprimorada com técnicas complementares, feitas para aumentar as chances de sucesso no tratamento e diminuir os riscos de problemas na gestação.
Além da forma clássica, a FIV também pode ser feita por ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides), o que otimiza as taxas de sucesso em seu procedimento.
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