O útero é o principal órgão do sistema reprodutor da mulher, sendo responsável por sustentar a gravidez, promovendo o desenvolvimento do feto e o seu parto. É formado por camadas de revestimento, sendo perimétrio a mais externa, miométrio a intermediária e endométrio a mais interna.
Quando ocorre a fecundação do óvulo pelo espermatozoide nas tubas uterinas, o embrião é formado e se dirige à cavidade uterina. Chegando ao órgão, ele se fixa no endométrio, realizando a implantação embrionária e dando início ao desenvolvimento fetal.
Em alguns casos, pode ocorrer a chamada gravidez ectópica, quando ela acontece em outras regiões que não sejam o útero. É mais comum que essa condição tenha ocorrência nas tubas uterinas, a chamada gravidez tubária.
Esse tipo de problema pode causar algumas complicações para a saúde da mulher e não possui chances de desenvolvimento para o feto. É necessário fazer um acompanhamento médico adequado, tomando as medidas necessárias para preservar a mulher e seus órgãos.
O tratamento precoce da gravidez ectópica pode evitar ainda a infertilidade feminina, pois quando não acompanhada tende a causar danos a estruturas essenciais para o processo de reprodução.
Neste texto, saiba mais sobre a gravidez ectópica e entenda quais os riscos associados a essa condição.
O termo ectópico significa algo que ocorre em posição anormal, que não seja comum. No caso da gravidez ectópica, representa a implantação do embrião fora do útero, iniciando uma gestação sem ambiente adequado para prosseguir.
Normalmente, pode ser causada devido a doença inflamatória pélvica (DIP), infecções ou formação de aderências nas tubas, alterações genéticas, endometriose, cicatrizes formadas após procedimentos cirúrgicos e até mesmo em casos de gravidez ectópica anterior.
É importante identificar em qual local o embrião se fixou, pois facilita na determinação do melhor tratamento. O local mais comum é nas tubas uterinas, pois os óvulos fecundados podem se fixar nessa estrutura, iniciando o seu desenvolvimento.
No entanto, também pode acontecer ainda em outras regiões, como os ovários, o colo do útero e a cavidade abdominal. Essa variação está relacionada com as causas do problema, que geralmente envolvem alterações nos órgãos devido a alguma doença ou outras condições, aumentado as chances de o óvulo fecundado implantar nesses locais e iniciar a gestação ectópica.
As mulheres em idade reprodutiva já possuem algum risco envolvendo a gravidez ectópica, mas existem alguns fatores que podem aumentar a possibilidade desse problema ocorrer. Entre os principais, estão:
Inicialmente, os sintomas que indicam a gravidez ectópica podem ser muito semelhantes aos de uma gestação normal, incluem atraso na menstruação, náuseas, fadiga, seios sensíveis, entre outros.
Porém, existem sinais de que algo não está certo, podendo significar a gravidez ectópica, que envolvem o sangramento vaginal anormal, dor abdominal ou na região pélvica, dor durante as relações sexuais, sensação de desmaio, entre outros.
É necessário que a mulher busque informações e auxílio médico imediato ao identificar os primeiros sintomas, pois o diagnóstico precoce pode fazer a diferença no tratamento.
A gravidez ectópica é identificada principalmente por meio da ultrassonografia pélvica transvaginal e de sangue (crescimento inadequado do hormônio Beta-hCG). Outro procedimento também utilizado é a laparoscopia, que pode auxiliar no diagnóstico e tratamento dessa condição.
O tratamento é iniciado de forma imediata para evitar complicações à saúde da mulher. O caminho a ser percorrido em busca desse controle é direcionado de acordo com a região em que o embrião se instalou e as condições da paciente.
O tempo de gravidez também é determinante na definição do tratamento, que pode ser feito por meio de medicamentos quando detectada no início ou por intervenção cirúrgica em estágio mais avançado e com sintomas mais graves.
Nos casos em que a mulher passa por um abortamento espontâneo, pode não ser necessária nenhuma intervenção. É preciso apenas realizar um controle com exames de sangue para identificar se o hormônio hCG (hormônio da gravidez) está diminuindo seus níveis no organismo.
Se após o tratamento as tubas se encontrarem em boas condições, a fertilidade pode ser restaurada e a mulher pode novamente realizar tentativas de engravidar de maneira saudável.
Em alguns casos, pode ser necessária a intervenção da medicina reprodutiva para mulheres que passaram por este problema e precisaram remover a tuba ou não tiveram a sua fertilidade recuperada. Existem técnicas na reprodução assistida disponíveis para auxiliar nesses casos.
Entre as principais, encontra-se a fertilização in vitro (FIV), a mais indicada em casos graves de infertilidade, entre eles as obstruções tubárias, que utiliza procedimentos muito avançados na busca pela gravidez, com a fecundação realizada em laboratório e posterior transferência dos embriões ao útero, sem a participação das tubas uterinas no processo.
Se você tem interesse nesse assunto, leia também sobre o aborto de repetição, quando a mulher sofre com abortamentos recorrentes causados por alterações nos sistema reprodutivo.
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