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TESE e Micro-TESE, como podem superar a infertilidade masculina?

Ainda que os problemas de infertilidade afetem pessoas no mundo todo, sendo, inclusive, considerados questão de saúde pública mundial pela Organização Mundial de Saúde (OMS), têm tratamento na maioria dos casos.

As técnicas de reprodução assistida são consideradas o tratamento padrão quando há infertilidade feminina ou masculina, resultando em dificuldades de engravidar. Entre elas, a fertilização in vitro (FIV), é a indicada quando dificuldades reprodutivas são motivadas por fatores de maior gravidade.

Entre os fatores graves que podem causar infertilidade masculina a azoospermia é o mais comum. Tese e Micro-Tese são procedimentos utilizados na FIV, fundamentais para superar a infertilidade provocada por essa doença, que tem como principal característica a ausência de espermatozoides no sêmen ejaculado. Continue a leitura deste texto até o final e saiba mais.

O que são espermatozoides e qual a sua função?

Espermatozoides são as células sexuais reprodutoras masculinas, que se fundem ao óvulo, células femininas, para gerar uma nova vida. São produzidos nos túbulos seminíferos, localizados nos testículos: cada testículo possui entre 250 e 1000 túbulos.

O processo de produção é chamado espermatogênese e ocorre durante toda a vida do homem, desde o nascimento. Após serem produzidos, os espermatozoides são armazenados nos epidídimos, dutos também localizados nos testículos, nos quais ganham maior motilidade. Posteriormente são transportados aos dutos deferentes e ejaculatórios, lançados na uretra e expulsos na ejaculação.

Durante esse trajeto são incorporados a líquidos produzidos pela próstata e pelas vesículas seminais formando o sêmen, cuja função é protegê-los contra o ambiente ácido da vagina e facilitar o transporte até as tubas uterinas onde a fecundação acontece.

Dessa forma, quando eles não estão presentes no sêmen ejaculado, não há fecundação. Essa ausência pode ser causada por dois tipos de azoospermia: obstrutiva e não obstrutiva.

Azoospermia obstrutiva e azoospermia não obstrutiva

A azoospermia obstrutiva, como o nome indica, resulta de obstruções causadas nos dutos: epidídimos, deferentes e ejaculatórios, embora sejam mais comuns nos epidídimos. Chamada ainda pós-testicular e é o tipo mais comum.

As obstruções podem ser consequência de lesões, cistos, tumores, da ejaculação retrógada, de cirurgias ou de processos inflamatórios do sistema reprodutor masculino, levando à formação de aderências, que impedem o transporte dos espermatozoides, incluindo a epididimite (do epidídimo), orquite (dos testículos) e prostatite (da próstata). Eles geralmente são provocados por infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como clamídia e gonorreia.

Já a azoospermia não obstrutiva é dividida em pré-testicular e testicular. É assim definida quando há diminuição ou interrupção da produção de espermatozoides, efeito provocado por diversos fatores, de acordo com o subtipo.

Danos causados nos testículos por inflamações como a epididimite e a orquite, lesões testiculares ou na virilha, alterações nos hormônios reprodutivos, doenças como a varicocele, caracterizada pela formação de varizes no cordão espermático, que sustenta os testículos, caxumba, diabetes e insuficiência renal, estão entre as causas do tipo testicular.

Enquanto a pré-testicular, um tipo mais raro, é resultado de doenças genéticas ou hormonais. Nele, embora os testículos sejam normais não produzem espermatozoides.

Quando Tese e Micro-Tese são indicadas?

TESE e Micro-TESE são técnicas indicadas quando a azoospermia é diagnosticada como não obstrutiva e possibilitam a recuperação de espermatozoides diretamente dos testículos, nos túbulos seminíferos onde são produzidos.

TESE, testicular sperm extraction, ou extração de espermatozoides dos testículos, proporciona a recuperação a partir de uma biópsia do tecido testicular, por cirurgia aberta: os testículos são expostos e fragmentos dos túbulos seminíferos são coletados, à olho nu. O processo pode ser repetido no mesmo testículo ou em outro, até que seja recuperado um número suficiente de espermatozoides.

A Micro-TESE, microsurgical testicular sperm extraction, ou extração de espermatozoides testicular microcirúrgica, é um procedimento minimamente invasivo semelhante à TESE. Porém, em vez de ser realizado à olho nu, utiliza um microscópio para ampliar a visualização dos túbulos seminíferos.

Assim, pode proporcionar a extração seletiva dos túbulos que contêm mais espermatozoides, levando à coleta de uma quantidade maior e causando menores danos aos testículos. Apesar da teoria, não se mostra mais efetiva do que a TESE de maneira significativa. Além disso, requer uma complexidade maior, pois há a necessidade de microscópio cirúrgico para realização da técnica.

As duas técnicas necessitam ocorrer em ambiente cirúrgico com anestesia geral tipo sedação. O procedimento será DAY CLINIC, ou seja, o paciente poderá ir para casa no mesmo dia, algumas horas após o procedimento.

Após a coleta de espermatozoide, em ambos os casos os testículos são recolados na bolsa escrotal e as camadas suturadas.

Tese e Micro-Tese na FIV

Na FIV os espermatozoides coletados são utilizados posteriormente na fecundação. O processo de fecundação é atualmente realizado por FIV com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides), em clínicas de reprodução assistida no mundo todo.

Na FIV com ICSI, procedimento que revolucionou os tratamentos de infertilidade por fatores masculinos mais graves, incluindo azoospermia, os espermatozoides são, ainda, avaliados individualmente, em movimento, por um microscópio de alta magnificação e, após terem a saúde confirmada, são injetados diretamente no citoplasma de cada óvulo, por um aparelho acoplado ao microscópio chamado micromanipulador de gametas. Assim, há mais chances de a fecundação ser bem-sucedida.

Os percentuais de sucesso gestacional atribuídos à FIV com TESE ou Micro-TESE são, em média, 40% a cada ciclo de tratamento.

Siga o link para saber mais sobre o funcionamento de Tese e Micro-Tese.

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