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Como é feito o preparo do endométrio na FIV?

A gestação é um processo complexo, que não depende somente da saúde das células reprodutivas de homens e mulheres, mas também da integridade anatômica do aparelho reprodutivo e também do bom funcionamento do sistema endócrino, que coordena a fertilidade com a ação hormonal.

Para que a gestação ocorra, dois processos fundamentais devem transcorrer sem muitas alterações: a gametogênese – formação dos espermatozoides e o amadurecimento folicular – e o preparo endometrial, para que o embrião possa fixar-se no útero e dar início à gestação.

A formação dos gametas acontece no interior das glândulas sexuais, testículos e ovários, e é mediada pela ação dos hormônios sexuais, principalmente a testosterona, a progesterona e os estrogênios.

O processo de preparo endometrial também se deve à ação hormonal, neste caso especificamente do estrogênio e da progesterona, que alteram a constituição desse tecido, tornando-o receptível ao embrião.

Entenda no texto o que é o preparo endometrial e como ele é realizado no contexto dos tratamentos de reprodução assistida.

O que é o preparo endometrial?

O preparo endometrial é um processo que ocorre por uma sucessão de eventos hormonais que interferem na composição celular do endométrio durante o ciclo reprodutivo com o objetivo de tornar esse tecido o mais receptível possível para a chegada do embrião.

O ciclo reprodutivo, do ponto de vista uterino, é dividido em duas principais fases: a fase proliferativa e a fase secretora – a ovulação acontece no início da fase secretora, e a menstruação, no início da fase proliferativa.

Após a descamação do tecido endometrial – que compõe o sangue menstrual –, o endométrio passa a responder ao aumento gradual da concentração de estrogênio, que provoca a multiplicação de suas células, aumentando o número de camadas celulares deste tecido, que vai sistematicamente adquirindo um aspecto mais espesso.

No momento da ovulação, as células foliculares permanecem aderidas aos ovários, formando o corpo-lúteo, cuja função é produzir progesterona durante a fase secretora do ciclo reprodutivo.

A progesterona também atua no preparo endometrial, porém exerce uma função relativamente antagônica àquela desempenhada pelo estrogênio, paralisando a multiplicação celular e reorganizando o tecido endometrial, o que finaliza o preparo dessa camada uterina para receber o embrião.

A partir do início da gestação, o corpo-lúteo ainda produz progesterona durante os três primeiros meses, quando essa função é assumida pela placenta, que mantém os níveis desse hormônio relativamente altos durante toda a gravidez.

Qual a importância do preparo endometrial para a FIV?

O preparo endometrial é importante para a gestação, independentemente da forma como se chega a ela, portanto também a FIV (fertilização in vitro) precisa contar com útero íntegro e preparado para a gestação.

Contudo, algumas vezes a etapa de estimulação ovariana, que inicia os procedimentos com a FIV, oferece risco de alterar a sintonia entre o amadurecimento folicular e a preparação do endométrio, que pode não estar devidamente pronto após o final do cultivo embrionário, quando deve realizar-se a transferência dos embriões para o útero.

Como a FIV justamente oferece a possibilidade de chegar à gravidez de forma controlada, também nessa técnica é possível realizar o preparo endometrial, para que atenda às especificidades de cada caso – inclusive a possibilidade de interferência da estimulação ovariana neste processo.

Assim, podemos dizer que o preparo endometrial natural é tão importante quanto o preparo endometrial na FIV, já que em ambos os casos esse tecido precisa estar receptivo ao embrião para começar a gestação.

Como o preparo endometrial é feito na FIV?

Nas situações em que a mulher apresenta falhas no preparo endometrial, ou quando o útero não se mostra pronto nos dias que antecedem a transferência embrionária, pode ser necessário potencializar o preparo endometrial.

Os protocolos do preparo endometrial na FIV incluem o tratamento com medicamentos à base de estrogênio e progesterona, que buscam simular a fase pós-ovulatória, induzindo o espessamento deste tecido e também a reorganização de suas células.

Os medicamentos são administrados diariamente, e a mulher deve monitorar o preparo endometrial por ultrassonografia transvaginal, que fornece informações sobre a resposta do endométrio ao tratamento hormonal.

No momento indicado pelo acompanhamento do preparo endometrial, o endométrio está pronto e os embriões podem ser então transferidos.

Freeze-all

Para as mulheres que procuram a medicina reprodutiva para investigar um quadro de abortamento de repetição e também àquelas que – durante um tratamento com a FIV – não apresentam uma preparação endometrial adequada no momento da transferência embrionária, pode ser indicado o congelamento dos embriões, para aguardar que o preparo endometrial esteja finalizado.

Chamamos freeze-all a técnica que congela todos os embriões obtidos em um tratamento de FIV, entre o terceiro e o sexto dia de cultivo embrionário, após a fecundação ter sido realizada em ambiente laboratorial.

A criopreservação dos embriões é feita por vitrificação e permite a conservação dessas células por tempo indeterminado, com alto índice de sobrevivência após o descongelamento, o que possibilita um preparo endometrial mais adequado e a realização da transferência embrionária apenas quando o útero estiver receptivo.

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