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Dor pélvica pode indicar infertilidade feminina?

A pelve é a estrutura óssea e muscular em torno da bacia, localizada abaixo da região abdominal, envolvendo os quadris e os órgãos reprodutores. Ela abriga os sistemas reprodutivo, digestivo, urinário e músculo esquelético, influenciados diretamente pelo psicológico, neurológico e hormonal.

Possui uma constituição diferenciada entre homens e mulheres. Por exemplo, a estrutura óssea dos quadris é maior e mais rasa no sexo feminino, em formato oval, semelhante a um coração, adequada para o desenvolvimento da gestação.

Dores no assoalho pélvico são comuns entre as mulheres, afetando um percentual que varia de 15% a 25%. Embora boa parte delas não investigue as causas, é fundamental a observação desse sintoma, pois ele pode ser um dos sinais que alertam para a possibilidade de infertilidade.

Além disso, quando ocorrem por mais tempo e se tornam crônicas, impactam a qualidade de vida e são associadas ao desenvolvimento de transtornos emocionais como depressão, ao afastamento social e queda de produtividade.

Continue a leitura para saber quando a dor pélvica pode indicar infertilidade feminina.

Qual a diferença entre dor pélvica e dor abdominal?

A dor pélvica é um desconforto que ocorre na parte inferior do abdome, como sintoma contínuo ou eventual. Pode ser aguda (alta intensidade por curto período de tempo) ou crônica (recorrência constante por mais de seis meses).

Em boa parte dos casos indica um distúrbio que afeta o sistema reprodutor feminino, associada ou não a outro sintoma, como maior sensibilidade na região pélvica, sangramento ou secreção vaginal, dor durante as relações sexuais (dispareunia), coceira genital, micção urgente e frequente, sangue presente na urina, constipação, dor ao urinar e evacuar, febre, náusea, vômito, sudorese, vertigem, de acordo com a causa que a provocou.

Pode ocorrer em ciclos coordenados com o menstrual: todos os meses, antes e durante o período menstrual, ou durante a ovulação.

A dor abdominal, por outro lado, é a originária de órgãos localizados dentro da cavidade abdominal: estômago, intestino delgado, cólon, fígado, vesícula biliar e pâncreas. Pode não estar relacionada a doenças, tendo como causas mais comuns enjoos por acúmulo de gases, constipação, alimentação excessiva, tensão muscular e estresse.

Patologicamente se manifesta quando há de disfunções, irritações ou inflamações nesses órgãos: tende a ser prolongada por dias ou ocorrer subitamente e pode estar associada a sintomas como febre, náusea, vômito, diarreia, diminuição do apetite, inchaço e/ou endurecimento da barriga e sensibilidade ao toque.

A dor decorrente de órgãos próximos, incluindo os localizados na região pélvica, muitas vezes pode ser sentida no abdômen (dor referida). Por isso, a dor abdominal pode ser ainda um alerta para os problemas de infertilidade.

Por que a dor pélvica pode indicar infertilidade feminina?

A dor pélvica é um dos principais sintomas de diferentes condições que provocam alterações na capacidade reprodutiva da mulher. É, por exemplo, o principal sintoma de endometriose, considerada, atualmente, a principal causa de infertilidade feminina.

A doença tem como característica o crescimento de um tecido semelhante ao endométrio (que reveste a parte interna do útero) em locais ectópicos, incluindo ovários, colo uterino, tubas uterinas, além de outros localizados na pelve, como bexiga e intestino, por exemplo. A dor geralmente é em cólica do tipo dismenorreia, ou seja, é mais severa antes e durante o ciclo menstrual.

Nos estágios iniciais o tecido ectópico produz citocinas pró-inflamatórias, que tendem a interferir no desenvolvimento dos folículos resultando em problemas de ovulação ou em má qualidade dos óvulos.

Já nos mais avançados há a formação de aderências, que podem inibir a liberação do óvulo pelos ovários ou a captação dele pelas tubas uterinas, assim como causar distorções na anatomia uterina, dificultando ou impedindo o desenvolvimento da gravidez: é nesse estágio que a doença resulta em maiores riscos para a fertilidade.

Outra doença, com característica semelhante, a adenomiose, também provoca dor pélvica tipo dismenorreia. Na adenomiose, entretanto, o tecido ectópico cresce no miométrio, camada muscular e intermediária do útero e o processo inflamatório leva à formação de bolsas. Elas causam hipermobilidade uterina irregular, inibindo, assim, o transporte de espermatozoides até as tubas uterinas e a fecundação, além de poder deturpar a nidação.

Veja abaixo outras condições que podem causar infertilidade nas quais a dor pélvica tipo dismenorreia está entre os principais sintomas:

Outras doenças ginecológicas que têm a dor pélvica enquanto sintoma incluem:

Investigação e tratamento da dor pélvica

Como a dor pélvica envolve diferentes órgãos muito próximos, o diagnóstico é de alta complexidade e prevê a realização de diversos exames laboratoriais e de imagem para identificar a causa exata.

Inicialmente são avaliados os sintomas associados a ela, assim como alguns aspectos, incluindo periodicidade e intensidade. Posteriormente a paciente é submetida ao exame físico, que avalia a sensibilidade ao toque, a ocorrência de edemas, nódulos e secreções. Em seguida são realizados os exames laboratoriais: avaliação da reserva ovariana, espermograma, sangue e urina para rastreio de infecções são alguns exemplos.

Já os de imagem normalmente envolvem ultrassonografia transvaginal e abdominal ou ressonância magnética. Essas técnicas possibilitam a detecção de praticamente todas as patologias que podem afetar a região. Se for necessário, entretanto, outros exames complementares podem ser solicitados.

A partir dos resultados é definido o tratamento mais adequado para cada paciente. Ele pode ser realizado pela administração de medicamentos, por cirurgia e por técnicas de reprodução assistida, de acordo com a complexidade do problema e do desejo da paciente em engravidar no momento.

Assim, se a mulher pretende engravidar, nos casos em que não há sucesso gestacional após os procedimentos, ainda há chances pelos tratamentos de reprodução assistida. Atualmente são realizados por 3 técnicas: relação sexual programada (RSP) e inseminação intrauterina (IIU), consideradas de menor complexidades pois preveem a fecundação de forma natural, nas tubas uterinas e fertilização in vitro (FIV), de maior complexidade, em que a fecundação ocorre de forma artificial, no laboratório.

Elas são indicadas de acordo com as características de cada paciente e, em todas, é possível obter a gravidez.

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