Os miomas uterinos são encontrados com frequência em mulheres com idade reprodutiva. É o tipo de tumor benigno mais comum no trato genital feminino e é caracterizado pela proliferação de células no miométrio, camada intermediária do útero.
O útero é formado por três camadas de revestimento: o perimétrio ou serosa (mais externa), miométrio (intermediária) e endométrio (mais interna). Quando os tumores se desenvolvem a partir de células lisas do miométrio, são formados os miomas.
Muitas mulheres temem o diagnóstico da doença, principalmente aquelas que possuem o desejo de engravidar. Os miomas oferecem um risco pequeno de infertilidade, mas na maioria das vezes, a gravidez pode ocorrer normalmente.
Ainda que sejam benignos, os miomas devem ser tratados adequadamente para evitar riscos maiores à saúde da mulher. Em casos de infertilidade causados por eles, a paciente tem a opção de realizar o tratamento pela reprodução assistida.
A seguir, saiba mais sobre os miomas uterinos e entenda a sua relação com a infertilidade feminina.
Ainda são desconhecidas as causas exatas das formações dos miomas, mas normalmente agem em resposta a um desequilíbrio hormonal que afeta a produção de estrogênio e progesterona.
Os miomas são tumores benignos e não oferecem risco de desenvolverem um câncer. São diagnosticados por meio de exames de imagem que determinam a sua localização e tamanho. Os exames mais frequentes são: ultrassonografia transvaginal, histerossonografia, ressonância magnética, histerossalpingografia e vídeo-histeroscopia.
Podem ser classificados em quatro tipos, de acordo com sua localização e gravidade.
Encontrados na parede mais interna do útero, abaixo do endométrio. Desenvolve sintomas como o aumento do fluxo menstrual e cólicas intensas e podem interferir na implantação do embrião, causando a infertilidade.
Pode causar também um sangramento anormal e levar à condição de anemia da paciente.
Localizados na parede uterina, podem provocar uma alteração no formato do útero quando encontrados em tamanhos maiores. Casos em que ocorre a distorção anatômica, podem sofrer uma dificuldade para alcançar a gravidez.
Também causam sintomas como o sangramento e as cólicas, que surgem quando os miomas se encontram em dimensões maiores.
É o tipo de mioma mais externo na parede uterina, no qual protuberâncias são formadas na parte de fora do útero.
Podem alcançar tamanhos bem maiores, o que provoca um inchaço e pode comprimir órgãos como a bexiga e o intestino. Por este motivo, esse tipo de mioma pode causar constipação e vontade frequente de urinar. Em alguns casos, pode ser assintomático e não possui riscos para a fertilidade da mulher.
Não existe uma relação direta dos miomas com a infertilidade. A doença pode dificultar a gravidez e a retirada dos miomas pode acabar ajudando no processo de reprodução. Mas não é possível afirmar que os miomas sejam os principais fatores de influência para a dificuldade da paciente em alcançar a gravidez.
A maioria dos casos de mulheres que possuem miomas e não conseguem engravidar, estão relacionados a outros fatores de infertilidade, incluindo alterações causadas por infertilidade masculina.
Normalmente, encontra-se relação da doença com problemas de fertilidade quando se relaciona o tamanho dos miomas e sua localização. Os mais associados a esta dificuldade são os miomas submucosos de qualquer dimensão e os miomas intramurais com tamanho maior do que 4 ou 5 cm.
Esses tipos da doença podem provocar abortamentos de repetição e falhas de implantação, pois distorcem a anatomia uterina e dificultam a fixação do embrião no endométrio. Já os miomas intramurais pequenos e os subserosos não apresentam riscos para a fertilidade da mulher.
Ainda assim, essas situações devem ser analisadas quando o casal já passou pelo tratamento de outras condições e ainda não consegue engravidar. Com isso, os miomas podem ser abordados para que haja uma intervenção.
O tratamento para miomas uterinos leva em consideração fatores como: localização, dimensão, gravidade dos sintomas e o desejo da mulher de engravidar. Existem diversas abordagens de tratamento e cada caso deve ser avaliado de forma individual.
Existe um tratamento hormonal que diminui os miomas e os sintomas causados por eles. São realizados em mulheres que não desejam engravidar e seu tratamento deve ser contínuo, para que os miomas não retornem em tamanho ainda maior.
Quando os miomas causam alguma alteração na cavidade uterina e a paciente apresenta sintomas mais graves, é indicada a cirurgia de miomectomia. O procedimento é feito por vídeo-histeroscopia cirúrgica e é minimamente invasivo.
Casos de múltiplos miomas e aqueles localizados fora do útero, usa-se a laparoscopia ou a laparotomia. A técnica escolhida depende da quantidade de miomas encontrados e da dimensão deles.
Existem ainda uma técnica recente indicada em casos de infertilidade, a embolização da artéria uterina. É administrada uma injeção de substâncias a fim de obstruir o fluxo sanguíneo e reduzir os miomas.
Para casos mais graves em mulheres que não desejam engravidar também pode ser indicada a histerectomia, uma cirurgia para retirada parcial ou total do útero.
Para mulheres que desejam engravidar e passam por problemas de infertilidade relacionados aos miomas, existe a opção de tratamento pela reprodução assistida. São três técnicas principais dentro da medicina reprodutiva: a relação sexual programada (RSP), inseminação intrauterina (IIU) e a fertilização in vitro (FIV).
Se você se interessou pelo assunto, saiba mais sobre os miomas uterinos, como eles podem ser identificados e o qual o tratamento indicado em cada caso.
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