Os testículos são órgãos do corpo masculino que fazem parte do sistema reprodutor. Têm um papel fundamental na reprodução, pois são os responsáveis pela produção dos espermatozoides, gametas masculinos, e pelo hormônio testosterona, responsável pela formação desses gametas.
A testosterona é sintetizada pelos testículos e atua diretamente no amadurecimento sexual e na fertilidade do homem, realizando a espermatogênese, processo de produção dos espermatozoides.
Para que ocorra a reprodução adequadamente, dando início à gestação, é essencial que os sistemas reprodutivo e endócrino estejam em boas condições e os órgãos que fazem parte dos processos estejam saudáveis.
Algumas doenças podem afetar os testículos e dificultar a busca pela gravidez, causando muitas vezes a infertilidade masculina. Entre elas, estão a varicocele, epididimite, orquite, câncer nos testículos, entre outras.
A seguir, saiba mais sobre a orquite, a inflamação dos testículos, e entenda como pode ser realizado o seu tratamento.
Existem algumas doenças que atingem os testículos e podem causar graves consequências para o paciente, principalmente quando não são tratadas de forma adequada. Em alguns casos, podem levar inclusive à infertilidade, dificultando o processo para homens que desejam ter filhos.
Além da orquite, outras doenças podem afetar o órgão:
Causada por alterações no funcionamento das válvulas das veias do cordão espermático, estrutura responsável pela sustentação dos testículos na bolsa testicular. Com isso, as veias ficam dilatadas e surgem varizes na região escrotal. Esse processo pode causar uma alteração na produção e na qualidade dos espermatozoides.
Caracterizada pela inflamação do epidídimo, ducto em que os espermatozoides ficam armazenados até o seu amadurecimento depois de serem produzidos nos testículos. Pode ser aguda ou crônica e é muitas vezes causada por bactérias transmitidas sexualmente.
O câncer nos testículos é identificado pelo crescimento anormal de células que formam uma massa palpável no órgão. Em alguns casos, pode ser assintomática e não apresentar dores, dificultando o seu diagnóstico. Dependendo do tamanho e localização do tumor, pode causar a infertilidade masculina.
A orquite é a inflamação de um ou ambos os testículos e comumente surge como consequência da caxumba durante a puberdade. Em jovens adultos, é frequentemente associada à infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), causadas por bactérias como as da clamídia e gonorreia.
A doença pode se manifestar de forma aguda ou crônica e pode causar desde um leve desconforto ao toque à dores intensas. A orquite aguda é a que causa a maioria dos sintomas, incluindo a sensação de peso nos testículos. Já em sua forma crônica, não costuma apresentar sinais, o que pode dificultar o seu diagnóstico.
Normalmente os sintomas da orquite podem surgir após 7 dias da contaminação e são eles:
Em alguns casos a orquite pode levar à infertilidade masculina, pois afeta diretamente o órgão que produz os espermatozoides. Quando essa produção é comprometida, a quantidade e qualidade desses gametas pode diminuir e interferir na reprodução.
A presença da dor é o primeiro sinal de alerta para a orquite, que pode ser confirmada no exame físico, identificando alterações como a assimetria ou inchaço dos testículos, sensibilidade no local, nódulos na virilha e secreção peniana.
Como é comum confundir os sintomas com os de outras patologias, podem ser realizados exames de imagem e de laboratório para confirmar o diagnóstico. Exames de sangue, de urina e ultrassonografias são os principais métodos para confirmar a presença da doença.
Em alguns casos, podem ser pedidos testes para ISTs, como a clamídia e a gonorreia, para identificar a presença dos agentes patológicos.
Quando causada por bactérias, o tratamento para a orquite é feito pelo uso de antibióticos, que variam de acordo com o tipo do agente causador. Se forem transmitidos sexualmente, é indicado que os parceiros sexuais também realizem o tratamento para que não ocorra a reinfecção.
A orquite viral, normalmente resultante da caxumba, tem seu tratamento realizado pelo uso de anti-inflamatórios para atuar na inflamação e diminuir os sintomas. Ainda que o paciente permaneça com uma sensibilidade testicular, o uso dos remédios pode aliviar muito os sintomas da doença.
O uso de um suporte atlético tipo suspensório e a utilização de compressas de gelo no local da inflamação podem também ajudar a diminuir o desconforto e as dores causadas pela orquite.
Em casos mais graves, quando há a formação de abcessos, existe a necessidade da intervenção cirúrgica para drená-los. Quando o tratamento não é eficiente ou a doença se torna recorrente, pode ser indicada a retirada e um ou ambos os testículos, a chamada orquiectomia.
Quando, mesmo após a tratamento, o paciente ainda apresenta infertilidade, ele pode optar pelas técnicas de reprodução assistida. A medicina reprodutiva vem evoluindo muito ao longo dos anos e é capaz de ajudar em diversos casos que comprometem a fertilidade, tanto de homens quanto mulheres.
Nesses casos, os pacientes podem passar por processos que realizam a seleção de espermatozoides por meio de uma técnica denominada capacitação seminal, ou até em alguns casos optar pela retirada dos espermatozoides diretamente dos testículos ou dos epidídimos, captando aqueles com condições de fecundar o óvulo.
As técnicas que utilizam esses métodos são a inseminação intrauterina (IIU) e a fertilização in vitro (FIV). Cada técnica possui a sua complexidade e indicação, que deve ser individualizada para cada caso.
Se você se interessou pelo assunto, leia mais sobre a orquite e entenda tudo sobre a inflamação.
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