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Receptividade endometrial: o que é?

O útero é revestido por três camadas, que são, da mais externa para a mais interna: perimétrio, miométrio e endométrio. O endométrio é o local em que ocorre a implantação do embrião para iniciar a gravidez. A sua espessura varia durante o ciclo menstrual e tem influência da concentração de hormônios presentes na corrente sanguínea.

Para que ocorra a fixação do embrião, o endométrio deve ter a espessura ideal e estar saudável anatomicamente. Se não ocorrer a fecundação durante o período fértil, o tecido é descamado e eliminado do corpo, processo chamado de menstruação.

O ideal para a gravidez é que o endométrio se encontre em uma espessura de 8 mm ou mais e esteja em sua fase secretora, período entre a ovulação e o início da próxima menstruação. Quando ele é fino demais e mede menos do que 7 mm, a fixação do embrião é mais difícil de ocorrer.

Entre as causas para o endométrio ter espessura menor estão: produção inadequada de progesterona ou distúrbios dos receptores deste hormônio no próprio endométrio, uso de anticoncepcionais, útero infantil e lesões (decorrentes de traumas ou infecções).

O fato de o endométrio se encontrar em espessura ideal e pronto para receber o embrião é chamado de receptividade endometrial e acontece a cada ciclo menstrual. O período em que isso ocorre é conhecido como janela de implantação. A seguir, saiba mais sobre este período e como ele influencia na fertilidade da mulher.

O que é receptividade endometrial?

Um dos fatores que influenciam na fecundação é o momento de implantação do embrião no endométrio. As condições do tecido devem ser favoráveis à fixação do embrião para que ocorra a perfeita sincronia e se dê início ao desenvolvimento adequado da gestação.

Quando o endométrio se encontra na espessura ideal para a implantação do embrião, é chamado de endométrio receptivo. O período em que o endométrio possui maior receptividade é chamado de janela de implantação e costuma durar cerca de 3 dias dentro de um ciclo regular de 28 dias. Contando do primeiro dia de menstruação, essa janela acontece aproximadamente entre o 20º e o 22º dias do ciclo menstrual.

Em uma gestação natural, quando ocorre a relação sexual durante este período e a fecundação do óvulo nas tubas uterinas, o embrião formado é direcionado ao endométrio para que ocorra a fixação. Se isso acontece durante a janela de implantação, as chances de o processo ser bem sucedido são expressivas.

Receptividade endometrial na reprodução assistida

A reprodução assistida conta com diferentes técnicas, cada uma com a sua complexidade, muito eficientes no tratamento de infertilidade. Após 12 meses de tentativas de engravidar e não alcançar sucesso, mesmo sem o uso de qualquer método contraceptivo, a infertilidade já pode ser considerada.

Diversos casos de infertilidade podem ser tratados por essas técnicas, sejam eles por causas femininas ou masculinas. Existem três técnicas principais: a relação sexual programada (RSP), inseminação artificial (IA) e a fertilização in vitro (FIV).

A FIV é uma técnica de alta complexidade, com métodos complementares que auxiliam o seu procedimento e aumentam as chances de sucesso no tratamento. Ela é realizada em cinco etapas:

Em um primeiro momento, ocorre a estimulação ovariana, a fim de aumentar o número de óvulos disponíveis para a fertilização. Esses óvulos são aspirados e selecionados para o procedimento, enquanto os espermatozoides são coletados por meio de masturbação.

Com os gametas selecionados, a fecundação é feita em um meio de cultura adequado, em laboratório. Em seguida, os embriões são cultivados pelo tempo necessário, até que seja indicada a transferência deles para o útero.

A última etapa é a transferência embrionária, que leva os embriões formados ao útero. Após essa etapa, o restante do processo ocorre de forma natural, quando os embriões se fixam no endométrio e a gestação é iniciada.

Uma das técnicas complementares da FIV é o teste ERA, que utiliza o sequenciamento de nova geração (NGS) para avaliar os genes ligados ao ciclo endometrial. Este teste serve para identificar o melhor momento para a transferência embrionária, quando a receptividade endometrial está em alta.

Esse procedimento é uma interessante técnica que pode, para casos selecionados, melhorar as chances de uma implantação bem-sucedida. No atual momento, está indicado quando houver o que se denomina falha de implantação. Ainda merece maior comprovação científica da sua eficiência para outras situações ou para o uso rotineiro em todos os casos.

A fixação do embrião no endométrio ocorre de forma natural, por isso, todos os procedimentos que possam ser realizados antes desta etapa podem influenciar positivamente no resultado.

O endométrio é rotineiramente avaliado por meio de um ultrassom transvaginal para medir sua espessura e avaliar suas condições anatômicas. É essencial que ele se encontre saudável para que a implantação ocorra de forma adequada.

Em algumas situações, durante a estimulação ovariana para a FIV, o endométrio não se mostra adequado para se transferir o embrião. Nessas situações, é indicado o congelamento dos embriões para transferência em um ciclo posterior – tal estratégia é denominada freeze-all.

Existem evidências científicas demonstrando que a criopreservação de embriões por meio da técnica mais moderna, que é a de vitrificação, não piora as chances de gestação e que em alguns casos até melhoraria as chances de sucesso por ser possível preparar um melhor endométrio, favorecendo a implantação.

Se este post foi útil para você, leia também sobre a fertilização in vitro e entenda como funciona esta técnica na reprodução assistida.

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