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Preservação oncológica da fertilidade: o que é e quem pode fazer?

As células reprodutivas da mulher são os óvulos, armazenados nos ovários, glândulas do sistema reprodutor feminino, em pequenas bolsas chamadas folículos. A cada ciclo menstrual vários folículos crescem, porém apenas um desenvolve, amadurece e rompe liberando o óvulo para ser fecundado.

Para fecundá-lo milhares de espermatozoides são liberados na ejaculação, no entanto apenas um geralmente vence a corrida. Os espermatozoides são as células sexuais do homem, produzidas nos túbulos seminíferos, estruturas localizadas em cada testículo, glândulas do sistema reprodutor masculino.

O tratamento para o câncer causa alterações no processo de foliculogênese, quando há o desenvolvimento e maturação do folículo e, de espermatogênese, pelo qual ocorre a produção de espermatozoides. Além disso, a qualidade de ambos os gametas também é afetada.

A preservação oncológica da fertilidade é um procedimento que possibilita a preservação da fertilidade de homens e mulheres que serão submetidos ao tratamento. Quer saber mais? Continue a leitura.

Quem pode fazer a preservação oncológica da fertilidade?

A preservação oncológica da fertilidade pode ser feita por qualquer paciente que será submetido ao tratamento por radioterapia ou quimioterapia.

É particularmente indicada quando os pacientes estão em idade reprodutiva, mas pode ser feita em qualquer idade: em idades mais avançadas, as chances de o tratamento oncológico causar a esterilidade são ainda maiores, pois com o envelhecimento os níveis da reserva ovariana se tornam cada vez mais baixos, assim como a qualidade de óvulos e espermatozoides.

Por que o tratamento para o câncer geralmente prejudica a função reprodutiva?

Os óvulos e os espermatozoides são células em constante multiplicação, como a quimioterapia e a radioterapia podem também agir na multiplicação destas células, interferem no seu desenvolvimento, causando alterações na fertilidade.

A principal consequência dos tratamentos para as mulheres são alterações nos níveis hormonais, que resultam em problemas de ovulação e afetam a qualidade do óvulo. Podem resultar, ainda, na falência ovariana prematura (FOP), condição em que em que há falência na função dos antes dos 40 anos, assim como causar danos permanentes na função ovariana.

Dependendo do tipo de tratamento, o útero também poderá ser removido.

Nos homens, o tratamento interfere na produção dos espermatozoides ou na qualidade deles, além de alterações no DNA. De acordo com o tipo de câncer e estágio de desenvolvimento, um ou ambos os testículos podem ser removidos.

Assim, a preservação oncológica da fertilidade aumenta as chances de ter um filho biológico no futuro.

Como a preservação oncológica da fertilidade é feita?

Para preservar a fertilidade de pacientes oncológicos óvulos, espermatozoides, tecido ovarianos ou testicular são congelados antes de o tratamento iniciar. Atualmente, com a evolução dos métodos de congelamento, os danos são praticamente inexpressivos e as células podem permanecer congeladas por mais tempo, se esse for o desejo dos pacientes.

A técnica mais utilizada para o congelamento é a vitrificação. O método não exige emprego de aparelhos especiais e proporciona uma solidificação semelhante ao vidro por ser ultrarrápido. Assim, evita a formação de cristais de gelo que podem danificar as células.

Antes de serem congeladas as células também são protegidas por crioprotetores, substâncias que as protegem contra possíveis danos.

Para congelar os óvulos a mulher recebe medicamentos hormonais para estimular o desenvolvimento e amadurecimento de mais folículos e garantir um número maior de óvulos para serem congelados. O procedimento é conhecido como estimulação ovariana.

Os folículos maduros são coletados posteriormente por punção folicular e, os óvulos, extraídos em laboratório para serem congelados.

O congelamento de tecido ovariano é particularmente indicado nos casos em que a doença afeta meninas na pré-puberdade que ainda não ovulam, ou se a doença estiver em estágios mais avançados, impossibilitando a estimulação dos ovários. Para isso, vários fragmentos são coletados por técnicas minimamente invasivas.

Já a fertilidade masculina é preservada a partir da coleta do sêmen e posterior seleção e concentração dos espermatozoides, que a partir de então serão congelados.

O tecido testicular também poderá ser congelado se houver presença de espermatozoides.

Preservação oncológica da fertilidade e fertilização in vitro (FIV)

Após o tratamento para o câncer ser finalizado, a gravidez pode ser obtida com a utilização da fertilização in vitro (FIV).

Após o descongelamento de óvulos ou espermatozoides, a fecundação é realizada em laboratório. Hoje, o método mais utilizado é FIV com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides), que prevê a injeção de cada espermatozoide diretamente no citoplasma do óvulo. Além se ser o mais utilizado, também é o mais adequado quando as células reprodutivas são congeladas.

Os embriões formados são cultivados por até seis dias, transferidos para o útero materno em dois estágios de desenvolvimento: D3 ou clivagem, entre o segundo e terceiro dia quando o embrião ainda possui poucas células ou, blastocisto, entre o quinto e sexto dia, com as células já formadas e divididas por função.

Na FIV mulheres que perderam o útero podem ainda ter filhos biológicos com a utilização de uma técnica complementar ao tratamento: o útero de substituição. O útero pode ser cedido por familiares das pacientes como mães, irmãs, filhas, tias e sobrinhas.

Nos homens que perderam os testículos e congelaram o tecido testicular, é possível a recuperação dos espermatozoides diretamente deles, posteriormente utilizados na fecundação.

O tecido ovariano, por outro lado, após ser descongelado é reimplantado para proporcionar uma gravidez no futuro.

Tanto a técnica de recuperação de espermatozoides não maduros de tecido testicular quanto o reimplante de tecido ovariano são técnicas consideradas experimentais por serem de difícil repetição e com baixas taxas de sucesso, enquanto criopreservar óvulos e espermatozoides maduros dá chances ótimas de se obter uma gestação no futuro.

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