Redução da ejaculação e infertilidade masculina: qual a relação?

Por muito tempo a dificuldade em engravidar foi atribuída às mulheres. Hoje, porém, já se sabe que os fatores femininos e masculinos têm a mesma participação nos casos de infertilidade. As causas da infertilidade masculina podem estar ligadas a diversos problemas da saúde do homem.

Para que seja capaz de engravidar a parceira, o homem precisa ter uma série de parâmetros normais no sêmen, como a quantidade de espermatozoides, a capacidade desses gametas de se locomoverem, entre outros. Um fator importante para a fertilidade masculina é o volume seminal, ou seja, a quantidade de sêmen ejaculado.

No artigo de hoje vamos falar sobre o volume seminal e sua relação com a infertilidade masculina. Saiba mais a seguir.

Parâmetros seminais

O primeiro exame solicitado ao homem na investigação da infertilidade masculina é o espermograma. Ele avalia uma série de aspectos do sêmen ejaculado, sendo que certas alterações podem indicar infertilidade masculina.

Para realizá-lo, o paciente precisa ir até o laboratório para colher uma amostra do seu esperma por meio da masturbação. Com base nesse material, será feita uma análise de uma série de parâmetros macroscópicos e microscópicos.

Os parâmetros macroscópicos dizem respeito à liquefação, viscosidade, aparência e volume do sêmen. Já os parâmetros microscópicos estão relacionados à concentração, quantidade, motilidade, vitalidade e aspectos morfológicos dos espermatozoides, além da presença de outros tipos de células.

É importante ressaltar que o espermograma é a análise de uma amostra específica, e que, por isso, o médico pode pedir a repetição do exame antes de confirmar sua análise.

Como o sêmen é produzido

Os espermatozoides, gametas masculinos, são o elemento essencial para que ocorra a fecundação. Para que eles cheguem até o óvulo, porém, precisam estar imersos em um líquido, que facilitará o seu transporte. Esse líquido é o que conhecemos como sêmen.

Os órgãos responsáveis por produzir os espermatozoides são os testículos, glândulas localizadas na bolsa escrotal. De lá, eles seguem para os epidídimos, pequenos canais onde ficarão armazenados para então serem transportados até as vesículas seminais.

É ali que os espermatozoides encontrarão um líquido viscoso, formado por fluidos produzidos pelas próprias vesículas seminais e pela próstata, além de secreções vindas dos testículos.

É essa combinação de fluidos que levará os espermatozoides até o corpo feminino durante a ejaculação e facilitará o transporte dos gametas até o óvulo para que ocorra a fecundação.

Por que pode ocorrer a redução da ejaculação

Quando o volume ejaculado diminui, isso pode ser um sinal de condições capazes de levar à infertilidade. As principais causas da redução do volume de sêmen ejaculado são:

• Obstrução do duto ejaculatório, que pode ser causada por infecção da próstata ou das vesículas seminais;
• Ejaculação retrógrada, condição na qual o sêmen é ejaculado para trás (em direção da bexiga). Pode diminuir o volume ejaculado ou levar a anejaculação (ausência total da ejaculação). A ejaculação retrógrada pode ocorrer após cirurgias da próstata e do colo vesical, entre outras, bem como em decorrência de doenças como esclerose múltipla, diabetes mellitus e lesões da medula, além de tratamento com antidepressivos;
• Ausência congênita dos dutos deferentes.

O baixo volume de sêmen ejaculado não é necessariamente sinônimo de infertilidade masculina. No entanto, essa menor quantidade de esperma pode, sim, causar dificuldades para que o casal engravide, pois torna mais difícil a chegada dos gametas masculinos até o óvulo.

Tratamentos e reprodução assistida

O tratamento para a diminuição da ejaculação dependerá da causa do problema. Infecções, por exemplo, podem ser tratadas com antibióticos. Já a ejaculação retrógrada e obstruções nos dutos ejaculatórios podem ter indicação de cirurgia.

Outra possibilidade para homens com baixo volume ejaculado e infertilidade masculina são as técnicas de reprodução assistida. Na fertilização in vitro (FIV), metodologia mais complexa e mais eficiente da atualidade, os gametas femininos e masculinos são coletados para que a fertilização seja realizada em laboratório.

Nesse tipo de tratamento, o sêmen, de maneira geral, é coletado por meio da masturbação. No entanto, quando há dificuldade em conseguir uma amostra com espermatozoides suficientes em quantidade e qualidade para a etapa de fertilização, é possível utilizar técnicas de recuperação espermática.

Uma delas é a aspiração percutânea de espermatozoides do epidídimo (PESA), na qual os espermatozoides são coletados a partir dos canais em que são armazenados após serem produzidos pelos testículos. O procedimento é feito por meio de aspiração, com o auxílio de uma agulha inserida na bolsa testicular.

Caso os espermatozoides precisem ser coletados diretamente dos testículos, existem duas outras técnicas de recuperação espermática: extração de espermatozoides dos testículos (TESE) e extração testicular de espermatozoides microcirúrgica (Micro-TESE).

Ambas consistem na extração de tecido testicular para conseguir os espermatozoides, sendo que na TESE a coleta é feita a olho nu e na Micro-TESE há o auxílio de um microscópico cirúrgico.

Além disso, na FIV a fertilização é realizada por meio de uma técnica chamada de injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), na qual um espermatozoide é colocado diretamente em um óvulo, fazendo com que baste um bom espermatozoide para cada óvulo.

Sendo assim, se os espermatozoides presentes forem de boa qualidade, não há a necessidade de um grande volume ejaculado para que se tenha sucesso na formação de embriões.

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