A infertilidade feminina é uma condição que acomete milhões de mulheres no mundo. Embora em muitos casos o problema seja assintomático, em muitos outros as doenças associadas, pelo menos em estágios mais avançados, manifestam sinais.
Homens e mulheres podem ter sua capacidade reprodutiva limitada devido a diversas condições de saúde. No caso do público feminino, alterações no funcionamento do sistema reprodutor, por exemplo, podem impedir processos essenciais à gestação, como a fecundação, o desenvolvimento embrionário e sua implantação no endométrio.
Essas alterações, em si, não costumam apresentar sinais, no entanto, as condições de saúde que as causam podem manifestar sintomas que indicam um quadro de infertilidade.
Neste artigo, esclarecemos quais são os principais sinais de infertilidade feminina, além de explicar o significado do termo, doenças relacionadas e de que maneira o problema pode ser diagnosticado. Se você está sentindo dificuldades para ter um filho, acompanhe o texto e saiba mais sobre a condição e suas possíveis soluções.
Após meses de tentativas de ter um filho sem sucesso, muitos casais desconfiam de uma possível infertilidade, no entanto, o problema não se configura em todos os casos.
Afinal, mesmo em pessoas com capacidade reprodutiva plena, as chances de engravidar são baixas a cada ciclo menstrual, atingindo cerca de 25% ao mês.
A infertilidade, portanto, só é clinicamente considerada após um ano de relações sexuais regulares sem uso de métodos anticoncepcionais ou na hipótese de abortos espontâneos de repetição. Após esse período, recomenda-se buscar um especialista.
Exceto nos casos em que a mulher tem 35 anos ou mais, quando deve procurar o profissional após seis meses de tentativas, devido à diminuição natural da reserva ovariana com o avanço da idade e, consequentemente, das chances de engravidar.
Quando o problema ocorre unicamente por fatores relacionados à saúde da mulher, o problema pode é descrito como infertilidade feminina que, dependendo das causas e da evolução do quadro, pode apresentar alguns sintomas.
A infertilidade feminina pode ocorrer devido a diversos fatores e, portanto, seus sintomas variam muito, embora, em diversos casos, o problema seja assintomático. Os abortos espontâneos são alguns dos principais indicativos de que a saúde da mulher não está em condições ideais para levar uma gestação a termo.
No entanto, há casos em que a mulher não consegue sequer conceber, isto é, não há fecundação de um óvulo por um espermatozoide. Nesse sentido, irregularidades menstruais, como ciclos com duração superior a 35 dias ou inferior a 21 dias, oscilações ou alterações no fluxo, cólicas severas e a ausência de menstruação são importantes indicativos da infertilidade feminina.
Alterações hormonais que provocam crescimento de pelos em locais incomuns, como no rosto, nas mamas ou nas costas, acne, ressecamento da pele, queda de cabelo, ganho de peso, inchaço repentinos e oscilações na libido também são possíveis sinais de infertilidade feminina.
Além desses sinais, dores durante as relações sexuais ou na região pélvica podem indicar problemas relacionados à infertilidade.
Os sinais citados anteriormente estão relacionados a condições de saúde e hábitos de vida que podem alterar a capacidade reprodutiva da mulher.
Os abortos de repetição, por exemplo, podem ocorrer devido a alterações cromossômicas ou distúrbios genéticos que podem ocasionar erros de divisão celular nos embriões, problema relacionado à baixa qualidade dos gametas.
Já as falhas de implantação, quando a fecundação acontece, mas o embrião não consegue se fixar ao endométrio, pode acontecer devido a doenças autoimunes, como o lúpus, a tireoidite de Hashimoto e a artrite reumatoide, e à trombofilia, que consiste na tendência à formação anormal de coágulos sanguíneos em vasos e artérias.
Falhas na implantação e abortos de repetição podem, ainda, ocorrer devido a distúrbios da tireoide, disfunções do corpo-lúteo e à hiperprolactinemia, que podem gerar alterações hormonais e, assim, comprometer a receptividade endometrial.
A dificuldade em ter filhos pode ainda acontecer devido ao avanço da idade e a consequente diminuição na reserva ovariana, o que é natural. No entanto, a FOP (falência ovariana precoce), quando o processo acontece em mulheres com menos de 40 anos, causa infertilidade feminina, geralmente devido a distúrbios ovulatórios ou a um tratamento contra um câncer.
E, além da baixa probabilidade de gravidez a cada mês, existe influência dos hábitos de vida da mulher e de seu parceiro na fertilidade do casal. O alcoolismo, tabagismo, uso de hormônios, sedentarismo e até doenças como a ansiedade e a depressão podem prejudicar sua capacidade reprodutiva.
Ciclos irregulares podem acontecer, por sua vez, devido a doenças como a SOP (síndrome dos ovários policísticos), o que pode provocar a anovulação, isto é, a ausência de ovulação e a indisponibilidade de gametas, o que naturalmente causa infertilidade feminina.
A dificuldade na concepção, por sua vez, pode estar relacionada a bloqueios ou danos nas trompas de Falópio, onde o espermatozoide fecunda o óvulo.
Esse problema pode acontecer devido a doenças como a endometriose — que, aliás, também pode causar dor pélvica —, miomas, pólipos, a DIP (doença inflamatória pélvica) e a infecções sexualmente transmissíveis que podem causar aderências no órgão.
Antes de escolher o melhor tratamento, naturalmente, é preciso investigar as causas do problema. Para constatar a infertilidade feminina e estudar o porquê de sua existência, o médico especialista pode requerer exames com o intuito de estudar a reserva ovariana da mulher, seus níveis hormonais, a existência de infecções e de doenças cromossômicas e genéticas.
Além disso, se necessário, pode solicitar exames de imagem, como a ultrassonografia transvaginal, a ressonância magnética, a histerossalpingografia e a histeroscopia, para detectar patologias como a endometriose, além de miomas, cistos, tumores ou pólipos endometriais.
Após descobrir a causa da infertilidade feminina, dependendo do caso, pode-se optar, inicialmente, por um tratamento à base de medicamentos hormonais.
Quando este não for suficiente, procedimentos cirúrgicos, geralmente minimamente invasivos, como a videolaparoscopia e a vídeo-histeroscopia, podem ajudar a remover tecidos, aderências e estruturas, como miomas e pólipos endometriais.
No entanto, quando esses procedimentos não apresentarem resultados satisfatórios, o médico deve indicar métodos de reprodução assistida, até mesmo de modo complementar e especialmente nos casos de infertilidade feminina causados por problemas ovulatórios.
A escolha pela RSP (relação sexual programada), a IA (inseminação artificial) e a FIV (fertilização in vitro) depende de cada caso, analisando aspectos como a reserva ovariana e até fatores de infertilidade masculina associados.
A RSP pode ser útil em casos mais simples, quando a mulher tem até 35 anos e uma reserva ovariana com óvulos de qualidade. A IA é mais interessante em quadros que envolvem fatores de infertilidade masculina ou anormalidades no muco cervical que impedem ou dificultam o movimento dos espermatozoides.
E a FIV, método mais complexo da reprodução assistida, é muito útil quando há danos ou obstruções nas trompas de Falópio, infecções, baixa reserva ovariana e endometriose avançada.
A infertilidade feminina se caracteriza pela dificuldade de gerar filhos por fatores relacionados à mulher, problema que pode acontecer devido a diversos fatores e, assim, os sintomas são variáveis.
Em geral, pode-se suspeitar do problema na hipótese de abortos de repetição, irregularidades menstruais, alterações hormonais e dores durante relações sexuais ou na região pélvica, devido à relação desses sinais com doenças que causam infertilidade.
Você quer saber mais sobre o assunto, como exames úteis e as possibilidades da reprodução assistida? Então confira nossa seção sobre infertilidade feminina.
Deixe o seu comentário: